É sua a decisão II...
Extrapolando, pensei em um caso extremo em que houve uma simples ‘fechada’ em um carro que estava seguindo por uma via de algum movimento, por outro que estava tentando adentrar em um cruzamento. Depois de vários buzinaços e xingamentos, o motorista ‘fechado’ não se conformou e seguiu em perseguição ao ‘suposto fechador por querer’. Após alguns metros, conseguiu o ‘pseudo ultrajado’ fazer com que seu antagonista se visse obrigado a parar o veículo, haja vista ter colocado seu veículo de forma tal que haveria uma colisão se ele insistisse em prosseguir caminho. Aos berros, totalmente ‘destemperado’, o condutor do veículo ‘fechado’ desceu de seu veículo e dirigiu-se com o ‘dedo em riste’ até a janela do carro onde permanecia sentado em frente ao volante o ‘suposto fechador’... ‘Despejando’ os mais incríveis impropérios, não satisfeito, em ato impensado desferiu uma bofetada no ‘condutor fechador’ sem que ele tenha pronunciado qualquer palavra... Com esta agressão gratuita e sem propósito, o ‘agredido’ lançou mão da chave de roda do seu veículo que se encontrava no espaço atrás de seu banco de condutor do veículo, abriu a porta e saiu! Nem com isso o ‘destemperado’ arrefeceu seu ímpeto e fez menção de agredir de forma mais violenta seu ‘suposto desafeto’, que, num instinto defensivo ergueu a chave de roda tentando intimidar seu agressor. Porém, nem esta atitude fez com que houvesse um retrocesso no ímpeto do ‘destemperado’ que partiu para cima do ‘fechador’. Já com as mãos do ‘agressor’ em seu pescoço, numa evidente tentativa de estrangulamento, o ‘fechador’ conseguiu desfechar um golpe certeiro com a chave de roda que tinha em mãos que acertou na fronte de seu ‘agressor’. Houve um instante de torpor aparente e um esgar na feição do ‘agressor’ que ‘afrouxou’ o aperto que havia iniciado no pescoço do ‘fechador’ antes de iniciar seu processo de queda para o inerte asfalto, onde, corroborando mais para o desespero daqueles que o acompanhavam e presenciavam o ‘entrevero’, bateu violentamente a cabeça contra o meio-fio da rodovia! Após a perplexidade natural que tomou conta de todos, houve-se por bem socorrer o ‘acidentado’ que, prostrado sobre o asfalto, sangrava abundantemente. Porém, logo se constatou que eram infrutíferas todas e quaisquer tentativas para reanimação. O ‘pacato cidadão’ estava em óbito!
Independentemente dos normais aborrecimentos pelos quais teve de passar o ‘pseudo agredido’ e que, acreditamos que devido ao que consta das normas jurídicas vigentes no país que o atrela aos atos de legítima defesa não o onerou muito em termos de sanção perante a sociedade, havemos de convir que em sã consciência não há mais como seguir uma vida seguindo seus trâmites normais tendo como mácula o fato de haver ceifado uma vida humana, por uma ‘ação impensada’ decidida em frações de minutos...
Em sendo assim, nesta nossa vida conturbada em que o stress, os desatinos, os ‘arroubos de valentia’, a violência galopante, a falta de segurança em todos os níveis e locais, etc.; temos de ser comedidos em nossos atos, principalmente quando temos pela frente, como disse com muita propriedade o nosso craque-canarinho, aquele ‘apertado’ tempo de decisão, no qual temos, às vezes, de ditarmos o próprio rumo de nossa existência...