Reforma Agrária Brasileira
O invasor toma a terra, expulsa o dono, mata seus bois e come a sua carne, estraga a cerca, quebra o maquinário, põe fogo em sua lavoura e em sua casa... Ganha a causa, e o latifundiário vira terra devoluta, improdutiva, do governo, que é divida em lotes e doada aos sem-terra.
Poucos assentados querem trabalhar de verdade... Na luta pelo lote o Movimento chega a morar dias num barraco em frente da terra desejada, passa frio e fome, mata e morre se preciso for. Uma minoria tem a mão grossa, foi da roça, precisa dessa reforma, luta por necessidade.
No entanto, muita gente ao conquistar o sonho do pedacinho de chão, não acostumada com a lida do dia-a-dia, do sacrifício de sulcar a terra, vende seu lote, e sem nenhum constrangimento, volta a sua batalha campal, acampa em frente à outra fazenda numa disputa desvairadamente.
O comprador do lote do sem-terra, aquele que realmente está interessado em fazer a tal Reforma Agrária, é visto com desconfiança pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), é visto como bandido. Contra este cidadão de mão grossa, o Governo usa de seu poder e meios para expulsá-lo da sua propriedade.
Governo sem coração, sem bom-senso, cruel, expulsa a família (o comprador do lote do sem-terra) a ferro e a fogo, como bandido, sem dó e sem piedade, transformando-o, em muitos casos, no ápice do desespero em defender a sua terra, em assassino.
Hoje, no Brasil, a maioria dos ASSENTADOS são aqueles que compraram o lote de um ex-sem-terra. O Governo ao invés de fazer um recadastramento, regularizar essas famílias, busca sempre a pior situação, o despejo, o que leva geralmente ao conflito, a morte.
O Governo anda tentando resolver conflitos de Nações... Pregando que o diálogo é o caminho para a paz. Mas, infelizmente, está cego diante dos problemas de sua gente, do seu povo trabalhador, usa a lei e a força policial para expulsar famílias de suas terras de um jeito humilhante, desumano.
Que mal essas família fizeram? Quais crimes se envolveram? Que culpa têm se os legítimos donos da terra quiseram vendê-la?
Essas famílias humildes não têm a obrigação de entender sobre a lei da Reforma Agrária Brasileira. Nem sabem que os sem-terra não podem vender o lote adquirido.
É até bonito ver o Governo tentar resolver conflitos do mundo, mas é horripilante ver o próprio governo fechar os olhos para o derramamento de sangue de brasileiros que querem apenas trabalhar na terra que compraram.