A degradação da sociedade - Honrai pai e mãe
As notícias nas Tvs, rádios e jornais nos estarrecem diariamente com histórias que parecem improváveis de serem verdadeiras.
A perda do valor e sentido da vida são coisas que se tornam fatos corriqueiros nos dias atuais. Filhos violentando pais por conta dos vícios das drogas, retirando de seus lares os mais variados pertences para que sejam vendidos ou dados aos traficantes, saciando assim seus vícios. Não diferente disto, vemos pais matando seus filhos por motivos banais.
No lar em que fui criado jamais levantamos a voz aos mais velhos, quem dirá levantar a mão contra quem quer que seja. Nos dias de hoje, crianças que nem conseguem falar direito já levantam as mãos contra seus pais, irmãos ou quem quer que seja. Não há mais o respeito que outrora era questão de educação simples.
Recordo-me que em um passado não muito distante, eu lecionava informática em uma escola no centro de Campinas, vi uma aluna de onze ou doze anos de idade que fumava antes do início da aula. Perguntei a ela o por que daquilo, o que sentia ao fumar em tão tenra idade. A resposta muitos de vocês devem saber, pois é a maneira que muitos jovens hoje encontram para serem aceitos em tipos de círculos de amizades, achando que assim terão maior prestígios com o sexo oposto ou com “amigos” mais velhos.
Se os pais não conseguem dar as estruturas necessárias para seus filhos, imaginem quando são enviados às escolas?
Muitos pais mandam seus filhos às escolas na esperança de terem “um pouco de sossego”, não importando com quem estão ou o que estão fazendo. Os professores, por sua vez, se sentem impotentes diante de alunos mal criados e violentos, sendo por muitas vezes agredidos e até assassinados por tentarem educar essas crianças.
Muitos pais acabam por se voltarem contra as escolas quando tem reclamações sobre seus filhos, crendo que a escola “tem a obrigação” de saber cuidar de seus filhos e que são pagos para isso.
A inversão de valores se torna cada vez mais clara, fazendo com que professores deixem de ver suas profissões como algo que possa ser a pedra fundamental na formação da vida desses indivíduos.
Não obtendo estudos satisfatórios a chance de terem bons empregos e terem uma visão melhor da vida acabam por terra, formando, assim, uma massa de manobras nas mãos de políticos corruptos e inescrupulosos que sabem tirar proveitos dessa situação.
Criando um círculo vicioso onde a ignorância gerará mais ignorância até que a sociedade se definhe cada vez mais.
Se houver uma mudança de atitude em relação a criação dos filhos, onde a família é o centro estrutural da formação do caráter e moral dessas crianças, os professores talvez possam educar e preparar essas crianças.
Com certeza podemos ter uma situação de melhora, mas no atual modelo, muito pouco podemos esperar para nossas gerações futuras.
Não basta que olhemos para os problemas alheios e fiquemos apenas nos comentários de bastidores. Há a necessidade de mobilização e reestruturação de uma nova sociedade com o intuito de mudarmos esta realidade. Não deixando apenas nas mãos das autoridades que pouco fazem para isto mudar. Até mesmo porque é o nosso dever e obrigação a estruturação da moral de nossos filhos, não deixando para que futuramente sejam mais um problema para a sociedade.
Apontar o dedo para as falhas alheias é muito fácil, porém ver e aceitar nossas falhas quanto à educação de nossos filhos não é assim tão simples.
Mesmo tendo iniciado este capítulo há alguns dias, ontem tive a oportunidade de conversar com uma pessoa que amo muito e dizer que devemos ser amigos sim de nossos filhos, mas que além de amigos devemos, primariamente, sermos pais. E não importa quão duro possamos parecer em algumas questões não compreendidas por nossos filhos, devemos corrigi-los hoje para que a “justiça” não o faça por nós, de maneira brutal e violenta, amanhã.
Educar é amar.