ADOÇÃO GAY. CADÊ A PROCURADORA?
A procuradora procurou... E achou! Procurou adotar uma criança para outros fins e "se ferrou" como dizem no popular. Neste caso específico, a criança em questão já sofrera com dois enjeitamentos: no primeiro, rejeição da própria mãe; no segundo, rejeitada dentro da própria casa da mãe postiça - servindo de "saco de pancadas" para a aludida procuradora se vingar de si mesma - das suas frustrações, recalques, achaques e, acima de tudo, seu desamor para com o próximo.
Este caso nos remete às contradições que envolvem determinadas atitudes de pessoas com formação universitária. O mercado de trabalho está superlotado de profissionais de excessiva capacidade técnica, científica, mas de precárias condições de equilíbrio, controle emocional e caráter duvidosos. Já existem até estudos provando que as empresas, atualmente, demitem mais pelas dificuldades de relacionamento interpessoal (mentiras, mal caratismo, jogo de entrega, etc.), do que por incompetência. Certamente a citada procuradora deve ter tido uma vida funcional questionável, mas sustentada pela lógica ultrapassada de um serviço público que não demite ninguém.
Na condição de aposentada e sozinha (tudo indica), a sua capacidade interativa não tem substrato organizacional como quando estava em atividade dando "ordens" aos subalternos. Como a corda sempre quebra do lado mais fraco, a criança adotada foi a vítima, como igualmente foram suas empregadas domésticas humilhadas por ela por serem negras.
O mau caratismo da procuradora ficou evidente quando, do alto da sua arrogância, esnobou o jornalista pelo interfone da sua casa. Por outro lado, uma gravação conseguiu mostrar os maus tratos com a criança, seguindo-se uma foto (pela imprensa) com os hematomas no seu rosto. Tudo corroborado pelas antigas empregadas da procuradora que testemunharam as acusações. Por medo de represália, preferiram sair do emprego, a passar por humilhações racistas conforme mencionamos.
Entra em "xeque" a questão da adoção. Se os processos já são burocráticos, é possível que piorem diante de questões deste tipo. Em contrapartida, outro viés deste assunto se define como urgente pela opinião pública: adoção de crianças por casais homossexuais. Diante deste fato, não fica difícil entender que "caráter" não tem sexo; que não se transmite preferência sexual como fosse gripe ou tuberculose. Se tivesse sido adotada por casais homossexuais, talvez essa menina massacrada, cheia de hematomas no rosto e com sequelas físicas e emocionais, estivesse feliz com excesse de pais ou de mães: logo dois. O poder judiciário já fez concessões neste sentido que poderão se converter numa espécie de "jurisprudência": concedeu a adoção de uma menina a duas mulheres homossexuais. Da mesma forma, em Recife, outro juiz concedeu pensão a uma mulher cuja companheira falecera. Elas tinham a seu favor um contrato de união estável, registrado em cartório.
O preconceito aos poucos vai sendo vencido pela sociedade, diante de questões que estão na natureza humana, não na sua vontade e determinação tal qual a cor de um objeto ou o modelo de um móvel. Evidente que de forma tímida, mas antes assim do que nunca. Desde que o homem é homem que existem todos os comportamentos que julgamos certos e errados. O diferencial está na forma de expressão do amor e da sensibilidade para convivência social. Estes valores não estão escritos nos currículos das universidades, mas na índole humana tão ampla e vulnerável.
O papel da justiça tem sido relevante. A impunidade se constitui em todas as sociedades, a alavanca estimuladora da violência e do preconceito. Quanto mais a sociedade dispuser de um código jurídico rigoroso e adequado a sua realidade, menos estimulados serão os cidadãos em praticar justiça com as próprias mãos. Da mesma forma, contribuirá para a diminuição dos preconceitos diante das diferenças e dos diferentes. Racismo no Brasil é crime e isto já faz grande diferença, mesmo diante de nossa justiça nem sempre atenta aos rigores das leis.
Defendemos crianças adotadas em lares tranqüilos. Um lar tranqüilo pode ser de heterossexuais, homossexuais e outras derivações. Porque o substrato da vida infantil se chama carinho, afeto e amor. Quanto mais, melhor, vindo de onde quer que venha!
Os meninos de rua dariam tudo para ter pais. Não creio que quisessem saber se sobre as preferências sexuais deles. Há estudos sérios neste sentido que provam não haver interferência na sexualidade dos adotados, quando isto acontecer na esfera homossexual. O sexo está entre as pernas. A sexualidade, no conjunto do processo em que a educação pelo amor é definitiva.
O caso da procuradora nos consternou, principalmente por se tratar de pessoa supostamente ilibada, emocionalmente estável e intelectualmente firme, sem contar que financeiramente bem colocada. A prática provou o contrário. O preço do seu mau caratismo foi uma inocente duplamente abandonada.
Esperemos que na cadeia ela aprenda alguma coisa, até mesmo que no nosso país a justiça às vezes tarda, mas não falta. Talvez a nobre procuradora tenha procurado errado. O caminho certo da sua procura talvez fosse um psiquiatra ou um psicólogo. Ela é doente da alma e não creio que exista remédio para isto nas farmácias. Tampouco na cadeia. Mas já seria um refrigério se lá permanecesse um bom tempo até que o tempo acabe e ela vire "purpurina" e vá adotar satanás nas profundezas do inverno, com todo respeito ao "chifrudo"...