Fé Nas Festas Boas Em 2007. . .

Pesquisas recentes informam que os jovens da classe média estão vivendo num clima de incerteza quanto ao futuro. Seus planos de promoção pessoal e social estão mais fáceis de desabarem do que da possibilidade das pessoas com canudo de papel acreditarem neles.

Grande parte de recém-egressos da universidade não estão sendo absorvidos pelas exigências da libido da classe empresarial (do Mercado), que emprega, por vezes, a partir do compromisso silencioso de submissão emocional, as pessoas carentes de emprego, com diploma de curso de terceiro grau. Quando saem da faculdade, nada têm, exceto a necessidade de trabalhar num mercado trabalho precário e que exige "experiência anterior".

As faculdades gratuitas funcionam mal às custas de verbas (migalhas doadas) pelos governos, estão expandindo seus cursos, seus núcleos, ou seja, suas carências de qualidade de ensino, para uma maior quantidade de universitários que são jogados no mercado para o que der e vier. Eles, ex-alunos desses cursos que só ensinam os rudimentos disciplinares, por falta de professores, exceto os rudimentares, não têm outra coisa a fazer, que não seja ceder às solicitações de caráter libidinal dos empresários burgueses que têm necessidade de afirmação emocional elementar (satisfação de taras pessoais e perversões atávicas).

Premidos pelas necessidades de sobrevivência, ex-estudantes se entregam a essas solicitações para construírem uma identidade, por vezes sexual, a partir das distorções sugeridas pelos que detêm a gerência do senhor Mercado. O poder do senhor mercado é total numa sociedade capitalista. E o poder total todos sabem, não é preciso canudo de papel em sociologia, em economia, corrompe totalmente.

Ninguém está antenado, ao que parece exagero dizer, com a necessidade urgente de criar quadros de base nas universidades, que permitam a oferta de um mínimo de qualificação profissional para professores da rede pública. Interesses políticos de grupos dessa ou daquela tendência libidinal ou política, se hostilizam na calada da noite (do dia) de suas intenções sub-reptícias, no sentido de, num e noutro evento, trocaram vantagens eventuais, ora de um grupo, ora do grupo do outro lado. Enquanto ambos continuam pressionando-se mutuamente.

E a luta intestina pelo poder de gestão fraudulenta dentro da administração da "educação" pública continua a fazer vítimas: as pessoas, as gerações, o país, as instituições. Como poderá haver altivez nas políticas públicas futuras, se no presente do indicativo as pessoas estão sendo preparadas para serem subservientes, submissas, subordinadas ao servilismo demente, a adulação e ao peleguismo disseminado nas instituições de ensino público e privado?

E os ministérios associados à presidência da República? É a partir das políticas intestinas disseminadas por eles, que as outras políticas menores dos estados e municípios se espelham. É um quadro extremamente deletério. Trágico. Como uma país pode se metamorfosear em nação com milhões de estudantes sendo preparados em suas instituições de ensino para serem baratas kafkianas em sociedade?

Como podem suas mulheres preparar seus filhos para ser algo mais que dançarinos de forró, se elas não foram educadas para outra coisa? Como poderão seus maridos educar seus filhos para um futuro melhor e menos capacho se nas escolas que freqüentam estão sendo ensinados a imitar o faz-de-conta que eu ensino e você faz-de-conta que aprende?

Que adolescente inteligente não verá que suas potencialidades estão sendo roubadas pela geração de seus pais que lhe deveria amparar? Respeitar? Educar! Que estudante universitário que tenha mais de dois neurônios a funcionar não se revolta contra os baixos níveis do discurso docente nos cursos da área de Humanas, (Letras principalmente) nas universidades públicas?

O perfil da frustração futura de um país que não educou de forma pertinente suas gerações passadas, é tragicômico. A educação presente nas universidades públicas é de comédia bufa. Haverá futuro para esse país que não seja o atualmente ditado pelos administradores das Micarinas, dos "shows" de música popular, dos programas de tv produzidos para o ano inteiro com a intenção de educar o futuro de um país para desfilar na Marquês de Sapucaís?

O candidato torneiro mecânico, em seus tempos bicudos, estava a aplainar uma peça de madeira num torno. Uma falha técnica levou um dedo do presidente. Ele agora compensa a perda de um jeito mais objetivo: ganhou a presidência, merecidamente, para garantir mais cidadania aos trabalhadores.

Mas . . . Como poderá ele vir a se sensibilizar com a situação precária da educação nas instituições de ensino público, se ele não possui os parâmetros da vida acadêmica para saber a quantas anda o nivelamento por baixo do ensino nas escolas e universidades públicas?

Milhões e milhões de miseráveis de carteira assinada vêem seus milhões e milhões de filhos saírem em busca de alfabetização com cadernos e livros debaixo do braço. Não sabem que os milhares e milhares de professoras e professores os preparam para continuarem sabendo um mínimo suficiente apenas para não terem de assinar com os polegares suas carteiras profissionais, quando as tiverem. Se algum dia vierem a tê-las. Assinadas.

E quando chegarem à universidade, verão que suas professoras e professores terão um padrão de ensino equivalente àquelas professoras e professores do primário. Com a agravante de que o discurso de um docente universitário é muito mais pertinente à educação dos alunos do que o discurso tatibitate de uma professorinha de curso primário. E intuirão, (inconscientemente) perplexos, que estão fodidos de pãe, mãe, professores e instituições que os desprepararam para uma mínima vida intelectual digna há muitas e muitas gerações.

As filhinhas e filhinhos de papai terão um político que as conduzirá a um emprego público com as mordomias de um DAÍ ("dê aí, Fulano") ou de um DAS ("dê a esse, Beltrano"). As outras filhinhas e filhinhos de mamãe da pequena burguesia, terão que lamber o chão para conseguir um posicionamento burocrático rastejante, para os restos de suas vidas, e ainda ficarão dando graças ao bom Deus pela oportunidade de habitarem uma casa de conjunto, um apertamento de subúrbio, com a descendência tendo a inaudita regalia social de, nos fins de semana, freqüentarem os "forrós borogodós" que proliferam em todos os bairros das cidades. A cultura da globalização não quer nem saber: nivela a tudo e a todos por baixo, muito baixo, todo tempo. Vide o sucesso tvvisivo "Big Brother Brasil Cromagnon". Começando uma nova temporada agora, no limiar do primeiro mês de 2007.

E quem ainda tem uma mínima esperança de que essa "sitiação" poderá mudar?

A educação, tudo indica, no governo Lula investirá na quantidade. Muitos núcleos de ensino nos muito municípios periféricos dos Estados, que por si, e em si mesmo, são uma periferia cultural do processo de globalização do senhor Mercado.

O país continua sendo drenado financeira e economicamente. E os bilhões que saem do país para pagamento das prestações da dívida externa, poderiam estar sendo investidos na educação de um país que precisa desde há muito tempo ser educado academicamente para o futuro. Ou o futuro desse país continuará sendo o de prostituição precoce para suas filhas e seus filhos.

O Brasil vai continuar trabalhando para o Brazil com z (a zorra total). O mercado financeiro vai continuar alimentando a especulação nas Bolsas de valores. O empresariado das cidades prosseguirá ajudando as instituições a avacalhar e esculhambar o potencial intelectual das novas gerações. Cobrando dos recém-saídos futuros profissionais liberais, uma atitude intelectual e emocional subalterna às suas taras e perversões. Freud explicou. Jung, mais ainda. Max Weber também.

A carne das pessoas, seus corações e suas mentes, está fatigada de sobrevivência e subserviência precárias. E o Estado, que deveria protegê-las, ser o Pai Superestrutural da população brasileira, pelo menos no tangente à educação, saúde, habitação, transporte, segurança e emprego, continua a fazer-de-conta que está promovendo estes serviços básicos. Quando, na realidade, está provendo os milionários credores da dívida de bilhões e bilhões de dólares e reais. Dinheiro que rouba institucionalmente dos investimentos internos do país.

Um país que, pelo visto, continuará sendo um celeiro no abastecer o senhor Mercado de prostitutas e prostitutos. Um celeiro mundial de almas penadas para o inferno baixo-astral dos terreiros de forrós, dos carnavais fora de época, dos concursos tvvisivos para novos cantores de uma música popular brasileira que só não é mais brega porque não há possibilidade de sê-lo mais do que já é. "Alegria! Alegria".

Um país que, pelo andor da carruagem, prosseguirá sendo um celeiro no abastecer o senhor Mercado, interno e externo, do noticiário trágico de pessoas sendo queimadas vivas no interior da condução de volta para casa de mais um dia de cão no trabalho do salário mínimo.

Um país que, pelo evoluir da procissão dos desesperados, persistirá em investir em quantidade de núcleos institucionais de ensino, na expansão do magistério deletério nacional, para que o processo funesto de degradação da inteligência da brava gente brasileira prossiga em ritmo de globalização funcional.

No ritmo de uma política, interna e externa, inocente e útil a beneficiar apenas e quase que exclusivamente, os famigerados barões do capitalismo internacional.

O que os políticos "pra lamentares" não fazem por trinta dinheiros a mais nos salários milionários.

Os "pra lamentares" sendo pagos com o sangue aguado de gerações e gerações de filhos da mãe, heróicos, trabalhando igual a Sísifo para que os barões do narcotráfico e os barões da política externa do Primeiro Mundo continuem sugando a seiva dos recém-nascidos, das crianças, dos adolescentes das gentes de todas as idades do Brazil. O Artigo.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 30/04/2010
Reeditado em 30/04/2010
Código do texto: T2228130
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