O remédio amargo e os desajustes sociais...
No passado era comum, principalmente no meio rural, as mães prepararem remédios caseiros amargos para as crianças quando apresentavam diarreia, vômito ou febre. As crianças relutavam e, em hipótese nenhuma, tomavam esses remédios de livre vontade. Porém as mães e, em especial a minha, faziam tomar à força usando a técnica de tampar o nariz e virando o remédio boca abaixo que a gente engolia mesmo sem querer. Não sei se era psicológico, mas sempre dava bons resultados e a criança no outro dia já se encontrava pronta para brincar.
Descobri, ao longo destes anos, que a principal causa destes sintomas em crianças era a desarmonia, muitas vezes reinante no seio familiar que atingia o emocional da criança resultando nas febres, diarreias e vômitos e, quando essa desarmonia cessa, as crianças logo saram. Eu mesmo posso confirmar isso, pois sou pai de sete filhos e, após descobrir essa verdade, as coisas melhoraram bastante. Mesmo a saúde dos filhos que, no início, era comum estarem precisando de socorros médicos ou farmacêuticos. O emocional dos pais e demais familiares se reflete nos filhos.
Sob este prisma emocional e no enfoque da sociedade em geral surgiu-me destacar seus valores segundo as posses em moedas e bens numa avalanche de ideias sobre os efeitos sociais das ações de cada um, onde destacamos pessoas possuidoras de mais e menos valores perante as organizações e entidades que frequentam.
Moralmente não deveria ser assim, mas aquele detentor de valores bem “dolarizados” poderá ficar tranquilo, pois não será importunado. Poderá extrapolar os regulamentos e leis, faltar e a sua presença minúscula e nada vai lhe acontecer. O que não vai acontecer com o outro menos “dolarizado”, pois se extrapolar ou infringir as normas e, certamente, deverá cumprir os ditames da lei e dos regulamentos.
No mais, além de tudo isso acontecer quer e impõe seus regulamentos próprios. Somente suas ideias é que têm valor, poderá quebrar e despedaçar o regulamento dos outros ao seu bel prazer e eles que se danem. Como o remedio amargo imposto boca abaixo. E é o que acontece no Brasil como um todo e como dizia a minha mãe: “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”.
José Pedroso
16/04/2010