A IMPORTÂNCIA DO OUTRO NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E COMO ESTA IDENTIDADE INFLUENCIA NA CONSTITUIÇÃO DO GRUPO.
A identidade é construída entre o eu e não eu, e expressa o objetivo subjetivo. E este subjetivo vem de uma construção histórica de cada indivíduo. No indivíduo está toda expressão de como se apropriou do que viveu historicamente. As suas expressões características. “Muitas são as coisas estranhas, nada, porém há de mais estranho do que a identidade humana” (Sófocles, Antígona, v. 275s).
O que mais há de estranho na identidade é a existência, o impulso ou a liberdade de arrancar-se de si e de projetar-se, como vôo de águia, que buscando junto à dinâmica da realidade, na prática de um engajamento solidário. A sensibilidade, o pensamento e o desejo dispõem à identidade humana num modo de existir que a direciona a uma ancoragem além de si. Para ancorar além de si, ela se abastece de conhecimentos práticos que constroem o mundo de sua existência. Este, mais que a si mesmo, sinaliza o escondimento de outra realidade.
Aristóteles ao referir-se a identidade no desejo de conhecer vai falar que: “todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: prova disso é o prazer das sensações, pois fora até da sua utilidade ela nos agradam por si mesmas e mais que todas, as visuais. Com efeito, não só para agir, mas até quando não nos propomos operar coisa alguma, preferimos a visão aos demais sentidos. A razão é que ela nos faz melhor conhecer as coisas” (Metafísica I, 1).
Na invenção e no uso de instrumentos, de sinais e símbolos de toda sorte, satisfazemos o desejo de conhecer, porque nos aproximamos do desconhecido no já conhecido. Por exemplo, no uso dos meios de comunicação e de transporte nos aproximamos do espaço em diferentes lugares, no uso dos calendários nos aproximamos do tempo em diferentes épocas. Na vida cotidiana, praticamos usos e costumes de vida para nos aproximar da beleza da convivência familiar e social. Praticamos o trabalho fabril, o comércio, a política, a medicina, a dança, as artes, o esporte, a amizade, a luta, e o amor.
Os usos e costumes de vida contêm conhecimentos que disciplinam e educam a identidade a pertencer aos diferentes acontecimentos do dia-a-dia.
A identidade passa por um processo de metamorfose, a cada dia me torno diferente a partir das influências do outro na minha vida, é um processo permanente, muitas vezes ocorre de forma intensa e conflituosa, momentos dolorosos.
São momentos de importantes decisões e reflexões na vida humana que redefine ou ratifica a sua existência frente ao mundo.