SUBMERSÃO NO LIXO

O assunto não é novo e toda vez que chove o mesmo vem a tona, juntamente com os inúmeros detritos que a chuva evidencia.

Desta vez vimos a cidade maravilhosa submergida numa nova catástrofe que, a princípio, a meteorologia perplexa, também não explicaria.

Ou nos explica demais para que entendamos os caminhos que os fenômenos naturais percorreram para que chegássemos naquele cenário de destruição ocasionado pelas chuvas.

Ora, já vimos este filme, principalmente no Estado de Santa Catarina, quando há pouco mais de um ano, as cenas de destruição não foram menos impressionantes. Ultimamente em São Paulo, então, nem se fala!

Numa dessas telinhas, num progarma jornalístico da noite, de difusão nacional, dia desses foi impressionante a tentativa de nos mostrar a nós, à população no geral, a então e quiçá única responsabilidade das chuvas no catastrófico cenário de caos social.

Nunca se viu nada igual vindo dos céus!

Quase o noticiário todo para convencer a sociedade que os governos fazem de tudo para manter a terra "seca"...e em pé!

O fato não é apenas o excesso de chuvas, a problemática maior é que parece que a cada dia que passa estamos vulneráveis a um pingo de chuva!

Eu intuo que a desgraça é multifatorial, mas sinceramente absolvo SÃO PEDRO pelo nosso caos aquático.

O fato é que o poder público há muito fecha os olhos para a ocupação desordenada do solo...que por vezes parece ser "ocultamente incentivada!"

Já muito escrevi sobre o assunto por aqui.

Não é difícil vermos áreas de mananciais ao "Deus dará" totalmente submetidas ao descaso das autoridades, e às atitudes poluentes por parte da população, cuja consciência ecológica esbarra no zero.

Dizer que as pessoas não querem sair da área de risco é se eximir de responsabilidade.

O governo tem o poder, O DEVER e a autoridade para evitar tragédias.

OCORRE QUE TIRAR AS PESSOAS DAS ÁREAS DE RISCO OU, MELHOR AINDA, EVITAR QUE SE ASSENTEM SOBRE ELAS, NEM SEMPRE É ATITUDE POLITICAMENTE AGRADAVEL PARA OS QUE DEPENDEM DE VOTOS.

Cumpre dizer que governar também é tomar atitudes difícies e necessárias ao bem estar do todo...ainda que sejam atitudes impopulares às urnas.

Depois, não adianta remendar.

É noticiado que as verbas para as contenções de enchentes não foram equitativamente distribuídas para os Estados.

Soma-se ao fato a "deseducação ambiental" por parte da população que transforma os solos em lixões públicos.

Fiscalização, quando se tem , não dá conta da sua atuação.

Em suma temos um sério problema com difícil resolução: o mapeamento de areas de risco ocupadas por edificações clandestinas, nos mostra que as perigosas situações se avolumam no tempo e no espaço numa velocidade espantosa!

Esse mapeamento é feito a olhos vistos.

É só olharmos o entorno das grandes cidades e não precisaremos ser técnicos e nem governantes para peceber que nosso problema está muito além da água que vem do céu.

Está na inércia do povo donde saem os seus inertes governantes.

À São Pedro, minhas sinceras desculpas pelos que maquiam o estrago feito pelas águas das chuvas.

Desde que o mundo é mundo, elas apenas correm no seu leito de direito natural.