CULPADOS OU INOCENTES?

OPINIÃO:

Inicia-se mais uma semana de grande expectativa social em virtude do tão esperado julgamento do casal Nardoni suspeito de protagonizar a morte da menina Isabela, ocorrida há exatos dois anos.

Sem dúvida alguma um caso que mexe com a opinião pública do país inteiro e quiçá da imprensa internacional.

Há dois reclusos, há a justiça e um júri popular que decidarão o rumo dos Nardoni.

Um caso que sequer o mais experiente juiz de direito arriscaria opinar sobre rumo pelo qual seguirá o julgamento e o seu resultante veredicto.

A promotoria alega que há mais que indícios de que o assassinato da menina ocorreu pelas mãos do Nardoni e espôsa, posto que há provas técnicas suficientes elaboradas pela polícia científica.

Doutro lado a defesa do casal manterá a premissa de que primeiramente se acusou o casal do homicídio doloso, e só posteriormente se tentou angariar as provas que sustentem a tal acusação.

Minha opinião? Não gostaria de estar na posição nem da justiça tampouco do Júri popular, embora acredite ser dificílima a hipótese de inocência do casal.

Porém, eu particularmente não acredito em crime premeditado.

Acredito numa tragédia cuja explicação esteja aquém da possibilidade do entendimento a quem a olha de fora.

À oculta força das mazelas da nossa paradoxal condição humana...e brutalmente desumana.

Ganhará o caso o profissional do direito que melhor possuir a habilidade de manipular a sensibilidade do júri, na difícil incumbência de culpar ou inocentar os "prováveis" autores do crime.

"Provável" é um adjetivo angustiante para quem julga tal crime!

Não há sequer uma testemunha do fato, porém há uma criança que foi barbaramente assassinada no seio da família, e que em última análise estaria sob a proteção e vigilância do próprio pai.

Há também um jovem casal que perdeu o rumo das suas vidas e ainda seus dois filhos menores que perderam a convivência com os pais acusados, e que atualmente estão sob a guarda dos avós.

E há o mais triste e irretratável: uma mãe inconsolável pela grande perda da sua única filha.

Penso que , ainda que remotamente o casal fosse absolvido do bárbaro crime, o preço que já pagam pelo tudo é deveras oneroso.

Enfim, nessa semana eclodirá a resposta pela qual a sociedade inteira urge frente à pergunta que não se cala: Os Nardoni....são culpados ou inocentes?

A resposta exata apenas a Deus pertence.

E penso que o justo veredicto, também.