Ajustando os ponteiros das relações
Hoje vou dar continuidade a um importantíssimo assunto, destacado em minha crônica 'Sobre os elos espirituais', porque é o “innen” (elo espiritual, em japonês) o grande responsável pela forma de sucesso ou fracasso em nossa vivência neste mundo, no cumprimento do nosso destino. A troca de energias entre nós, nossos parentes, amigos, inimigos, dirigentes, subordinados, empregados, clientes, vizinhos, colegas etc., etc., ou seja, nossos semelhantes próximos ou distantes, vivos ou desencarnados, é a responsável direta do nosso aprendizado e da diretriz que será dada ao destino de cada um e da coletividade. Essa simbiose só é possível porque temos grande quantidade de elos espirituais, invisíveis a olho nu, mas que estão sempre em constantes vibrações, sejam positivas ou negativas, tanto no recebimento quanto na doação de energias, comandadas pelo sonnen (razão, sentimento e vontade) e pelas ações humanas, através do tempo e do espaço.
As formas de energias que forem canalizadas ao nosso espírito é que vão determinar a nossa felicidade ou a nossa desgraça, isto na dependência direta das nossas ações e sentimentos para com os semelhantes, porque as atitudes negativas atraem respostas também negativas, na mesma proporção que foram geradas e, lógico, a recíproca é verdadeira, no que tange aos fatores positivistas. Já tivemos oportunidade de falar que a lamúria gera lamúria e a gratidão gera gratidão, ou seja, a partir do mesmo princípio do innen; quando nos queixamos, ativamos e atraímos as vibrações dos baixos níveis do mundo espiritual, ao passo que a gratidão sincera nos une com o Altíssimo, atraindo luz e graças, que acabam por atingir nossos familiares, por força das ligações inquebrantáveis dos laços de família, desde os antepassados até os descendentes. Vejam como o conhecimento sobre a importância vital, que o innen exerce na vivência dos homens, pode nos guiar por caminhos menos tortuosos e mais produtivos para o nosso crescimento espiritual.
De quando em vez acabamos por nos encontrar com pessoas, que nos são totalmente desconhecidas, as quais vêm a se tornar fiéis companheiras de jornada, no cumprimento de nossas missões, sejam elas de cunho profissional, espiritual, educacional, comercial e até conjugal. Isso não é obra do acaso, mas faz parte do tipo de afinidade criada em encarnações anteriores, que estão se cumprindo hoje, por força da positividade no antigo relacionamento. O mesmo acontece quando esses desconhecidos nos causam prejuízos, nos evitam, nos perseguem ou nos odeiam, o que vem a ser a resposta para uma antiga forma de ações negativas que exercemos contra eles, que por ora temos que resgatar, nos mesmos moldes do pagamento de dívidas monetárias.
Um dos segredos para que possamos desfrutar de uma situação de felicidade é termos o cuidado de absorvermos os impactos dos innens negativos, que tivermos com algumas pessoas, e devolvermos sentimentos positivos em seu lugar, de modo que a reversão do negativo em positivo transforme ressentimentos, mágoas e até ódio em compreensão, respeito, compartilhamento etc., pela penetração da luz entre os escaninhos da discórdia. Está em nossas mãos desculpar e compreender a quem nos ofendeu, prejudicou ou machucou, através do entendimento sobre os elos que tenhamos construído, já que ele, com essas atitudes negativas, à custa da sua própria desgraça, estaria assumindo a responsabilidade de nos purificar dos malfeitos que criamos mais lá atrás. No momento em que partirmos para a cobrança de reparações ou conclamarmos por “justiça”, como é tradicional, haverá a volta ao “status quo” negativo entre as partes, ou seja, o desejo de vingança tem gosto amargo.
Atenção! Devemos tomar cuidado para não misturarmos as coisas, ou seja, temos de compreender que existem situações de conflitos em que devemos fazer prevalecer nossos direitos de cidadão, como, por exemplo, a quebra de acordos contratuais, a espoliação por órgão governamental, o descumprimento de lei constituída, o uso do poder econômico etc.. Percebam que esses eventos estão fora da lei e da ordem, portanto não podem receber nossa aquiescência e quietude.