Medicina: Neogenesis

Neogenesis se refere à perfeição - ou a busca incessante, a meu ver - do gene humano. A proposta é inicialmente simples: se um gene defeituoso é detectado, ele é simplesmente eliminado. Quando todos os genes defeituosos tiverem sido eliminados da raça humana, os genes saudáveis poderão se desenvolver melhor.

Mas a premissa tem vários pontos cuidadosos: primeiro, o que é "eliminar"? segundo, existe realmente um jeito de acabar com todos os defeitos genéticos, afinal o que são eles? terceiro, como detectar um defeito? quarto, afinal o que é gene?

Bem, melhor começar do início e explicar primeiramente a quarta questão. Gene, cientificamente falando, é o aparato hereditário adquirido pelo ser quando este é originado fruto de uma nova combinação celular, dando origem a uma vida.

Certo, traduzindo para um consenso mais filosófico temos que o gene é o principal componente do núcleo da sua célula (e de todas as outras, mesmo as que não possuem núcleo). O gene é o responsável pela manutenção de todos os processos do organismo - o dono do pedaço - e também o guardião de todas as características de seus pais, avós, bisavós, etc... provavelmente até o início de toda a vida na Terra (ou fora dela).

O gene, sendo tão importante e passando por todos os sistemas vivos, definindo aliás, o próprio conceito de "vida", é peça fundamental, e provavelmente única. Ele delimita quais doenças uma pessoa terá, com quntos anos comecará a ter cabelos brancos, a cor dos olhos, a quantidade de saliva por minuto que produzirá, o sexo, o metabolismo, e tudo o mais que se possa delinear como pertencendo à maquinária biológica de tudo o que é vivo (como quero falar aqui do 'Homo sapiens' me fixarei em suas características particulares daqui para a frente).

Explicada a questão número quatro (do quarto parágrafo, acima), espero que mesmo aqueles que nunca tenham ouvido falar em gene, possam compreender um pouco da importância que eu gostaria de atribuir-lhe neste texto. Vamos agora à primeira questão, que eu quis dizer com "eliminar"? Ora, decerto é eliminar uma pessoa? Não, obviamente que não. Eliminar o defeito existente no organismo desta pessoa, em seus genes. No passado, quando não se tinha essa clara noção de possibilidade, cogitou-se a hipótese de não deixar as pessoas que tinham genes com moléstias, procriarem, ou seja, terem filhos! Assim elas não passariam adiante seus genes. Ninguém tem o direito de dizer a uma pessoa se ela deve ou não se reproduzir e essa idéia felizmente foi abanonada (espero) pela comunidade científica. Embora muitas pessoas ilustres da Ciência tenham compadecido com a teoria, como por exemplo Karl Frisch, ganhador do pêmio Nobel (1973) de Biologia.

Embora esteja no passado, podemos compreender o pensamento desses homens. Eles defendiam o mesmo princípio que eu defendo, apenas pensavam que estavam fazendo o melhor para o ser humano como um todo.

Respondida a primeira questão, passarei à terceira e depois à segunda. A terceira é 'como detectar um defeito?'. Essa é a mais simples de todas. A tecnologia biológica está muito avançada, a ponto do mapeamento do genoma humano ser realidade para qualquer pessoa no mundo. Por alguns milhares de dólares, você, amigo leitor que está lendo este texto pode fazer seu mapeamento (escrevo isso no mês de Maio do ano de 2008 da era cristã, segundo o calendário gregoriano, reformulado com base no calendário juliano). Futuramente poderá sair mais em conta e provavelmente um dia será obrigatório. Assim, o indivíduo poderá saber não somente as doenças que terá, mas também as que seus filhos poderão ter, ou evitar, dependendo de quem for sua parceira. Isso tudo parece um tanto fora da realidade, num mundo onde pais arremessam crianças da janelas de prédios ou deixam-nas vinte anos sob cativeiro engravidando-as meia dúzia de vezes. Distúrbios que talvez pudessem ser evitados com o devido mapeamento genético.

As atitudes do ser humano são tomadas com base nos genes que ele carrega dentro de si. Se um dia você tomou uma coca cola ao invés de água, se virou à direita ao invés de parar, se vestiu uma camiseta verde e não uma amarela, se conversou com alguém e não com outro, se contou uma mentira e não uma verdade, se fez isso ao invés daquilo, foram seus genes que o guiaram. O próprio ato de cometer um ato é fruto do modo de operação dos genes. mas não somos escravos deles, como podem pensar alguns estudiosos. Eles determinam quem somos, o que podemos fazer e a maneira pela qual fazemos, mas não nos obrigam a fazer.

Respondida essa questão, vamos a próxima e última, 'existe realmente um jeito de acabar com todos os defeitos genéticos, afinal o que são defeitos genéticos?'

O que encaramos hoje como defeito, é simplesmente as caracteristicas herdadas de nossos antepassados que não correspondem mais ao padrão de vida do ser humano, mas que ainda persistem; e também aquilo que é resultado de cruzamentos de genes tão diferenciados pelo tempo, que eles se tornaram incompatíveis, dando origem à moléstias, deformações e incapacidades nos seus portadores. Essas duas definições podem ser encaradas como defeitos.

Se existe um jeito de acabar com os defeitos ocasionados geneticamente, este jeito seria somente por duas vertentes: o mapeamento dos genes de todo e cada ser humano que nascesse no planeta e as experiências com genes humanos em busca de uma espécie de 'padrão de qualidade' que se pudesse identificar como o mais provável de desenvolvimento mental e físico.

A primeira hipótese, mapear todos os recém nascidos, ainda é inviável e não vejo um futuro próximo para ela a menos que os dirigentes globais se conscientizem que as vidas humanas são de fato mais importantes do que petróleo, guerras, corporações e dinheiro. Fatalmente esse dia poderá estar tão distante quanto a invenção da máquina do tempo - nós esperamos que não.

A segunda hipótese, experiências em busca de um código genético mais saudável e que, futuramente possa, de alguma forma, ser aplicado no desenvolvimento humano, só é viável com o compadecimento da sociedade. E esta é grandemente influenciada pelas religiões e crenças panteístas herdadas de épocas incivilizadas. Não desejo, de modo algum, sumir com qualquer sistema de crenças, eu inclusive tenho as minhas, mas é necessário que as pessoas tenham uma educação científica e entendam que experiências com genes humanos são necessárias (e não maléficas). Infelizmente as pessoas pensam que as experiências com humanos são atrocidades. Não são. Há de se compreender que somente com o advento da pesquisa direta com o material biológico humano é que se encontrarão respostas diretas sobre a máquina de que somos feitos.

Este material deve ser extensamente manipulado, estudado e compreendido. Dessa forma ficará claro seu perfeito funcionamento. Como saber se um ser com oito cabeças pode sobreviver se não fabricarmos um? Como saber se pode falar, se uma cabeça concorda com outra, quanto tempo vive? A experiência é a única resposta. É claro que este exemplo é extremo, mas ilustra exatamente o que quero dizer. A única medida para a Neogenesis e a perfeição de uma raça humana sem doenças, sem guerras, sem fome, sem deliqüência, violência, assassinatos, felcogenismos, e demais mazelas, seria o completo entendimento do sistema gênico e a atribuição de direções corretas a ele.

DoctorD
Enviado por DoctorD em 10/05/2008
Reeditado em 22/10/2020
Código do texto: T983581
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