Faça isso é chegue aos 100 anos

Não há ignorância maior do que aquela demonstrada por nós, seres humanos quanto a um ponto específico na nossa alimentação. Falo da insistência em utilizar a carne como alimento. Se somos inteligentes em tantos setores da vida; por que, logo neste que é crucial falhamos de modo tão grotesco e estúpido? Felizmente, para muitos a atitude tem sido louvável. Nunca, na história do mundo houve tantos vegetarianos como na atualidade e esse número vem crescendo notavelmente. Mas é ainda uma gota num oceano de tanta matança animal e intoxicação voluntária que dá para desacreditar que um dia nos veremos livres deste ato tão insano e dispendioso.

Nosso país lidera o ranking mundial de gado na pecuária tornando o seu número maior do que o de seres humanos. Não há palavras que possam descrever este tipo de ação. É uma receita que, por mais que orgulhe empresários e os cofres públicos, resvala pelo outro lado: o aumento da destruição do nosso bem estar social impactado pelo ecossistema cada vez mais vitimado pela ação do próprio homem. Florestas, rios, atmosfera não mais se encontram no mesmo estado apreciado por uma população menos numerosa que a de hoje. O número timidamente crescente de veganos e vegetarianos também sofre duplamente por tamanha insensatez, pois que sentem-se impotentes e tristes em sua luta.

Quando será que vamos nos despertar desse sonho ruim? É tão evidente que a carne não é e nunca foi nosso alimento e muito menos o principal, como o querem fazer dela! Está tão debaixo do nosso nariz! Quando olho a musculatura de um boi (onde moro, sempre estou vendo um e outro pelas ruas) sua beleza e força, quando penso na energia de um cavalo. Sua resistência, como na resistência de um camelo e de um elefante, fico a pensar no que leva um homem a supor que comendo essa carne ele vai adquirir essa força. Em pensar que o boi se alimenta de plantas e são elas que respondem por aquela força e imponência, eu pessoalmente me ponho a imaginar como seria a nossa raça se seguissemos o caminho natural da vida e usufruíssemos de tudo que ela nos dá de bom.

No tempo das caravanas o cavalo era o principal meio de transporte. No velho oeste foi ele o automóvel da época. Que distâncias percorriam! Que velocidade assombrosa que o transformou em um instrumento de lazer e competição! E movido a quê? Dê-lhe um pouco de água e grama que ele faz o resto e te leva aonde quiseres, atravessando montes e cidades.

O que uma leoa consegue fazer diante de um cavalo? Depois de uma corrida de centenas de metros ela vira joguete de sua presa e cai esbaforida e estiolada. Terá que tentar de novo no dia seguinte. Isto é mais do que óbvio! Ingerindo tanta carne e só ela, não consegue continuar, falta-lhe a resistência de um animal herbívoro. A leoa só tem arrancada e nada além disso. Pegue um documentário e veja se concorda comigo. O leão sequer cogita de tentar uma caçada. Depois de encher o bucho ele só quer dormir e nada além disso.

Será que um dia abriremos os olhos? Será antes de nossa extinção por sermos tão burros e ruins da cabeça? Enquanto houver pessoas que ainda querem argumentar uma questão tão evidente e empresários enriquecendo com o sacrifício animal e do planeta a coisa ainda tenderá a ser como é. Não temos um intestino tão longo quanto o de um carnívoro. Nossa arcada dentária não é para rasgar a carne, mas para triturar cereais, vegetais e raízes. Não bebemos água com a língua como fazem nossos gatos e cães, mas sorvendo-a como faz um cavalo e um camelo. Já parou para observar isso? Essas são algumas das inúmeras evidências de que a carne não é para nós como nunca foi.

Nossos ancestrais não tinham outra opção para sobreviverem. Por isso caçavam. Infelizmente, esse hábito continuou com a chegada da agricultura. Não fosse assim, seríamos hoje uma sociedade muito mais saudável e feliz e 80% das doenças modernas não existiriam. Talvez não estejamos aqui para testemunhar, mas acredito que um futuro ideal virá sobre todos nós e voltaremos a ser um povo longevo.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 22/03/2025
Reeditado em 23/03/2025
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