NÃO ROMANTIZEM O AUTISMO!

"Artista X diz que tem autismo e vive muito feliz com isso." "Cantor Y diz que, a partir do momento em que aceitou ser autista, sua vida melhorou." "Influenciador W revela que ter autismo o fez uma pessoa melhor e mais criativa."

É provável que você já tenha lido ou ouvido alguém, seja famoso ou anônimo, dizer essas coisas acima. Gente que diz ter descoberto que tinha autismo e que, a partir desse momento, sua vida mudou significativamente.

Bem, o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. Isso quer dizer que, durante o processo, algo deu errado, ou seja, não se desenvolveu de maneira correta. Ora, se algo deu errado, é porque existe um jeito correto dele ser, certo? Sim!

Muita gente na mídia ou mesmo em nosso dia a dia pretende "vender" o autismo como apenas mais uma forma diferente de uma pessoa ser. Apesar de ser isso também, não é só isso! O autismo causa dificuldades para o autista e seus familiares, sofrimentos e, principalmente, preconceito. Por isso, não se pode romantizar (eu trabalho com crianças e sei um pouco como é).

O TEA é hoje considerado uma deficiência. Ele afeta muitas coisas no cotidiano de uma pessoa. Não é bom para ninguém ter TEA; não podemos ser hipócritas. Só quem está longe das realidades concretas de quem tem ou de algum familiar diria que gostaria de ter filhos ou parentes assim. Isso, em hipótese alguma, de maneira nenhuma, é álibi para não amar, não cuidar, desprezar ou ser preconceituoso com pessoas com TEA. Deus nos livre disso! Porque é perfeitamente possível crer que o TEA é um problema sem que a pessoa seja um problema! Deu para entender a diferença?