Se precisar, peça ajuda. Se alguém precisar, ajude!

No cenário mundial, o suicídio é uma preocupação crescente. Segundo pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde em 2019, em todo o mundo, foram registrados mais de 700 mil casos. Como existe muita subnotificação, estima-se mais de 1 milhão de ocorrências, sendo 14 mil no Brasil. Vale dizer que diariamente, em média, 38 brasileiros ceifam a própria vida. Compreender as principais causas e implementar medidas efetivas de prevenção torna-se fundamental para abordar esse problema de saúde pública que mata mais do que câncer de mama, malária ou HIV. A tragédia impacta quem morre, seus parentes e amigos.

Diversos fatores podem contribuir para o suicídio, sendo a saúde mental um dos mais relevantes. Transtornos psicológicos, não diagnosticadas ou tratados incorretamente como depressão, ansiedade e transtorno bipolar, representam um risco significativo. Além disso, experiências traumáticas, abuso de substâncias e isolamento social podem desempenhar um papel importante.

A falta de suporte emocional e o estigma relacionado à busca de ajuda também podem influenciar negativamente a saúde mental das pessoas. Problemas financeiros, desemprego, dificuldades nos relacionamentos e bullying são outros fatores que podem levar ao desespero e à ideação suicida.

A prevenção do suicídio requer uma abordagem abrangente, envolvendo ações em diferentes níveis. No nível individual, é fundamental promover a conscientização sobre saúde mental, incentivando as pessoas a buscarem ajuda profissional e a compartilharem suas preocupações com a família e amigos.

No âmbito comunitário, é essencial investir em recursos de saúde mental acessíveis, como linhas telefônicas de apoio e centros de acolhimento e tratamento. Qualificar profissionais da saúde, da segurança, da assistência social, da educação e líderes comunitários sobre sinais de alerta e estratégias de intervenção também é crucial.

A mídia desempenha um papel importante na prevenção do suicídio. O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros preconiza que o jornalista não pode divulgar informações: de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes, assim é necessário um cuidado responsável na abordagem desse tema, evitando a romantização ou a divulgação de métodos suicidas. Ao contrário, é preciso fornecer informações corretas e promover histórias de superação, enfatizando a importância de buscar ajuda. Aliás, o lema da Campanha Setembro Amarelo em 2023 é justamente “Se precisar, peça ajuda!”

Por fim, políticas públicas voltadas para a saúde mental devem ser implementadas e fortalecidas. Isso inclui o investimento em serviços de saúde mental, a formação de equipes multidisciplinares e a integração da prevenção do suicídio nos programas de educação e saúde.

O suicídio é um problema complexo, mas não insolúvel. Com esforços conjuntos, é possível compreender as causas, promover a prevenção e salvar vidas. A sociedade como um todo deve se unir para oferecer apoio, compreensão e esperança às pessoas que estão lutando contra pensamentos suicidas, lembrando que o cuidado com a saúde mental é essencial para o bem-estar de todos.

Enquanto a mensagem para que pensa no suicídio é “Se precisar, peça ajuda!”, o chamado para toda sociedade é “Se alguém precisar, ajude!

ANDRÉ LUIZ DA SILVA
Enviado por ANDRÉ LUIZ DA SILVA em 24/09/2023
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