Compreendendo e Enfrentando o Processo de Luto

Texto de Fernando Vieira Filho¹

 

O luto é uma experiência inerentemente dolorosa e inevitável na jornada humana. É crucial estar ciente da complexa relação entre luto e depressão, pois embora o luto possa desencadear um estado depressivo, nem sempre é o caso. É comum que aqueles que passam pelo luto apresentem sintomas que se assemelham à depressão.

 

Resultados de um estudo revelaram que aproximadamente 30% das mulheres acima de 62 anos que recentemente ficaram viúvas exibiam sinais de doença depressiva. É essencial discernir que, durante o luto, pensamentos suicidas, letargia física e mental e remorsos relacionados a ações passadas raramente emergem. Caso você esteja vivenciando tais sintomas, é possível que esteja enfrentando não somente o luto, mas também a depressão. Se houver ideias de autodestruição ou se a alimentação foi completamente interrompida, é imperativo buscar orientação médica imediatamente.

 

Comportamento Normal durante o Luto

 

O luto é uma vivência normal na trajetória humana e, embora doloroso, geralmente não requer intervenção médica ou terapêutica. A jornada do luto costuma seguir três estágios:

 

Embotamento: Dura apenas algumas horas ou até uma semana. Durante esse período, é possível sentir-se emocionalmente vulnerável, questionar se a pessoa realmente faleceu ou encontrar dificuldades em aceitar a realidade do óbito.

 

Período de Sofrimento pela Perda: Estende-se por cerca de uma semana a seis meses, com os sintomas geralmente se amenizando após os primeiros três meses. É normal experimentar tristeza, perda de apetite, choro frequente, agitação, ansiedade e diminuição da concentração. Alguns podem sentir culpa, acreditando que não fizeram o suficiente pela pessoa falecida, enquanto outros podem direcionar essa culpa para profissionais de saúde, amigos ou familiares. Durante essa fase, sintomas físicos como dores no corpo podem surgir. Muitos também têm a sensação de que a pessoa falecida está presente de alguma maneira e, em certos casos, indivíduos com sensibilidade mediúnica relatam ter visto, ouvido ou sentido o cheiro da pessoa falecida, embora essa presença não seja física. Embora essas experiências possam se assemelhar à depressão, elas são normais e não indicam necessariamente um quadro depressivo.

 

Aceitação: Geralmente emerge após seis meses. Nesse estágio, os sintomas tendem a atenuar-se e a pessoa começa a aceitar a morte, buscando retomar uma vida mais cotidiana. Contudo, esse processo leva tempo.

 

Enfrentando o Luto de Maneira Construtiva

 

O luto é uma experiência natural e, com ela, vêm emoções genuínas. Para evitar que esses sentimentos se transformem em depressão, é vital processar o luto de forma adequada. Suprimir o pesar não é recomendado; é fundamental expressá-lo. No início, buscar apoio na família e amigos é uma abordagem sensata, uma vez que eles também podem estar passando por dificuldades. A troca de apoio é mútua e benéfica.

 

Terapeutas podem ser um recurso valioso durante o luto, auxiliando na navegação pelo processo. Especialmente úteis se os estágios do luto parecerem estagnados ou particularmente desafiadores, esses profissionais ajudam na aceitação da morte, incentivam a expressão emocional da perda e auxiliam na identificação de estratégias para enfrentá-la. Eles também podem auxiliar na busca de indivíduos que ofereçam suporte e, eventualmente, na transição para uma nova fase da vida, ajudando a liberar os laços emocionais com a pessoa falecida. A busca por esses terapeutas pode ser realizada por meio do médico ou grupos de apoio.

 

A Importância do Diálogo

 

Oferecer um espaço para que aqueles em luto expressem seus sentimentos é de extrema relevância. Embora seja comum elogiar o falecido, o foco deve ser proporcionar um ambiente para a pessoa em luto discorrer sobre suas emoções. Essa abertura é necessária para lidar com sentimentos de mal-estar, angústia, culpa ou raiva. Ao fazer isso, os pensamentos e sentimentos que emergem, mesmo que intensos, são normais e precisam ser compartilhados.

 

Considerando Remédios para o Luto

 

No início do processo de luto, medicamentos controlados podem não ser a melhor solução. Embora possam proporcionar um alívio temporário, também podem interferir no processo natural de luto e até mesmo prolongá-lo. Superar a perda é uma etapa dolorosa, mas é fundamental para recuperar uma vida plena. Recomenda-se consultar um terapeuta para considerar o uso de remédios florais de Bach, que harmonizam as emoções e auxiliam na superação de traumas.

 

Em casos de dificuldade para dormir nos primeiros dias após a perda, o médico pode prescrever tranquilizantes por um período curto, a fim de proporcionar um respiro emocional. Entretanto, esses medicamentos não devem ser utilizados a longo prazo, pois, embora possam proporcionar bem-estar temporário, não são uma solução definitiva para superar a tristeza e a saudade. Em situações mais extremas, os medicamentos podem ser úteis durante os dias mais difíceis, mas não devem ser adotados por um período prolongado, exceto em casos em que o luto evolua para depressão.

 

Além de todas as abordagens, a busca pela espiritualidade, independente da crença, pode proporcionar um profundo conforto durante o luto, ao fornecer a crença em um poder superior e na continuidade da vida após a morte.

 

Reconhecendo Comportamentos Anormais durante o Luto

 

Nem todos atravessam os estágios do luto sem dificuldades. Algumas pessoas enfrentam problemas persistentes, outras têm dificuldade em expressar tristeza ou não conseguem reconhecer a morte de forma alguma. Além disso, sentimentos intensos de raiva, ódio ou traição podem perdurar por meses. Em situações de incerteza, consultar um médico ou psicoterapeuta é aconselhável.

 

¹Fernando Vieira Filho - Psicoterapeuta/clínico, palestrante e escritor.

Autor do livro CURE SUAS MÁGOAS E SEJA FELIZ! – 2ª Ed. - Barany Editora - 2012. E coautor do livro DIETA DOS SÍMBOLOS – 6ª Ed. - Melhoramentos - 2004.

É autor dos E-Books:

PSICOFÁRMACOS - Uso e aplicações de forma simples e eficaz.

PSICOPATOLOGIA - Apresentada de forma simples e objetiva - Incluindo psicopatologias infantis.

SISTEMA DE TERAPIA FLORAL do Doutor Edward Bach (Portuguese Edition) – Amazon – 2013. E-book.

 

CONTATO: (34) 9 9972-4096 – Fone e WhatsApp para contato.

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