A Metanálise Clínica Tridimensional e a relação com algumas escolas de filosofia e correntes de pensamento.
A Metanálise Clínica Tridimensional é uma meta-abordagem psicoterapêutica que se baseia no intuicionismo radical, uma corrente filosófica que valoriza a intuição como o modo de conhecimento mais elevado. Ela busca promover uma visão integrada e holística da realidade, considerando os aspectos emocionais, mentais e espirituais que afetam a saúde mental. Ela utiliza diversas técnicas que facilitam o acesso à intuição, possibilitando o desvelar do sujeito e a modelagem do comportamento maduro. Ela se propõe a tratar diversos tipos de transtornos psicológicos, como as fobias, os conflitos existenciais, a depressão, a ansiedade, entre outros. Ela busca conduzir o paciente ao meio termo, que é o equilíbrio entre os extremos opostos e complementares da realidade. Ela oferece uma perspectiva de sentido e propósito para as pessoas que sofrem de problemas de saúde mental.
A Metanálise Clínica Tridimensional foi desenvolvida por Yuri Mc Murray, um psicoterapeuta brasileiro, que se inspirou na obra de Olavo de Carvalho, um dos principais expoentes do intuicionismo radical. Ela é uma abordagem inovadora e original, que se contrapõe ao paradigma atual da psicologia moderna, que se baseia em uma visão fragmentada e reducionista da realidade, que ignora ou nega os aspectos transcendentais e espirituais da existência humana, se apoiando em conceitos abstratos e teorias científicas que não correspondem à experiência concreta e imediata das pessoas. A Metanálise Clínica Tridimensional aceita o convite de Edmund Husserl e chama como porta de entrada a um retorno às coisas em si, ou seja, aos objetos como eles se manifestam na percepção imediata, sem as distorções ou interpretações impostas pela linguagem, pela cultura ou pela ciência.
Para Yuri Mc Murray, o Metanalista deve fazer a redução fenomenológica, que consiste em suspender ou colocar entre parênteses a atitude natural que temos diante do mundo, que é de considerá-lo como algo dado, independente e objetivo. Ao invés disso, o metanalista tridimensional se concentra na forma como o mundo aparece para nós, na nossa intuição originária das coisas. Assim, torna-se capaz de captar a essência ou o sentido da demanda como ela aparece em todas as variações possíveis da experiência.
Esse retorno às coisas em si, no entanto, não significa um retorno ao realismo ingênuo, que supõe que as coisas são exatamente como as percebemos. Também não significa um retorno ao idealismo subjetivo, que nega a existência das coisas fora da consciência. Significa, sim, um retorno ao campo transcendental da subjetividade, que é a condição de possibilidade de toda experiência e de todo conhecimento.
Yuri Mc Murray vê no convite de Husserl para um retorno às coisas em si uma forma de resgatar o valor da experiência vivida e da intuição como fontes legítimas de conhecimento. Segundo o autor, esse convite foi também uma forma de criticar o naturalismo e o psicologismo, que pretendiam reduzir a filosofia a uma ciência empírica ou a uma ciência da mente. Foi ainda uma forma de abrir novas perspectivas para a investigação filosófica, que poderia abordar temas como a intersubjetividade, a temporalidade, a corporalidade, a ética e a estética.
A Metanálise Clínica Tridimensional se relaciona também com outras correntes filosóficas e psicológicas de diversas formas, principalmente o Judaico-Cristianismo, o que deixarei para abordar mais profundamente em outra oportunidade. Quero focar agora na relação com as demais correntes filosóficas e psicológicas.
Por um lado, a Metanálise Clínica Tridimensional dialoga com as principais escolas de psicoterapia, como a psicanálise, a cognitivo-comportamental, a humanista-existencial, a gestalt-terapia, entre outras. Ela busca integrar os aspectos válidos e complementares de cada uma delas, usando a intuição como um guia para a compreensão e a intervenção clínica. Por outro lado, ela critica as limitações e as contradições de cada uma delas, apontando para a necessidade de uma abordagem mais ampla e profunda, que considere os aspectos transcendentais e espirituais da realidade.
A Metanálise Clínica Tridimensional também se relaciona com outras correntes filosóficas que valorizam a intuição como um modo de conhecimento superior, como o platonismo, o neoplatonismo, o hermetismo, o gnosticismo, o sufismo, o taoísmo, o budismo zen, entre outras. Ela busca resgatar a sabedoria ancestral dessas tradições, que reconhecem a existência de uma realidade mais profunda e sutil do que a aparência sensível das coisas. Ela busca harmonizar a razão e a fé, a ciência e a religião, o natural e o sobrenatural.
Para explicar como a Metanálise Clínica Tridimensional se inspira em algumas correntes filosóficas que valorizam a intuição como um modo de conhecimento superior, como o platonismo, o neoplatonismo, o hermetismo, o gnosticismo, o sufismo, o taoísmo, o budismo zen, entre outras vou tentar explicar brevemente a relação com cada uma dessas escolas.
- O platonismo é a filosofia de Platão, que defendia a existência de um mundo inteligível, onde se encontram as ideias perfeitas e eternas, que são a verdadeira realidade. Para Platão, a intuição é a capacidade de acessar esse mundo através da razão pura, sem depender dos sentidos enganosos. A Metanálise Clínica Tridimensional se relaciona com o platonismo ao reconhecer que há uma realidade transcendente e imutável, que pode ser alcançada pela intuição e pela contemplação.
- O neoplatonismo é uma corrente filosófica que surgiu nos primeiros séculos da era cristã, e que retomou os ensinamentos de Platão com uma perspectiva mais mística e religiosa. Os neoplatônicos afirmavam que há um princípio supremo e absoluto, chamado de Uno ou Bem, do qual tudo emana. Para os neoplatônicos, a intuição é a forma de se unir ao Uno e experimentar a sua plenitude. A Metanálise Clínica Tridimensional se relaciona com o neoplatonismo ao propor que há uma fonte divina e universal de amor e sabedoria, que pode ser sentida pela intuição e pela meditação.
- O hermetismo é uma tradição esotérica e ocultista que se baseia nos escritos atribuídos a Hermes Trismegisto, um personagem lendário que seria a fusão do deus grego Hermes com o deus egípcio Thoth. Os textos herméticos contêm ensinamentos sobre astrologia, alquimia, magia e teurgia. Para os hermetistas, a intuição é a forma de se comunicar com os seres celestes e obter o conhecimento secreto da natureza. A Metanálise Clínica Tridimensional se relaciona com o hermetismo ao valorizar as correspondências entre o macrocosmo e o microcosmo, e ao utilizar símbolos e exercícios para facilitar a intuição.
- O gnosticismo é um conjunto de movimentos religiosos que surgiram nos primeiros séculos do cristianismo, e que defendiam que há um conhecimento oculto (gnose) que pode libertar o espírito humano da matéria corrupta. Para os gnósticos, a intuição é a forma de se reconhecer como o sagrado se encerra no mundo material, e de se reencontrar com o Deus verdadeiro. A Metanálise Clínica Tridimensional não é gnóstica, mas se relaciona positivamente com o gnosticismo ao enfatizar que há uma dimensão espiritual que transcende as limitações do mundo físico, e que pode ser despertada pela intuição.
- O sufismo é uma corrente mística e contemplativa do Islã, que busca desenvolver uma relação íntima e direta com Deus. Os sufis praticam diversas formas de meditação, oração, jejum e música para alcançar estados de êxtase e amor divino. Para os sufis, a intuição é a forma de se aproximar de Deus e de se purificar dos desejos mundanos. A Metanálise Clínica Tridimensional se relaciona com o sufismo ao reconhecer que há uma dimensão amorosa e compassiva na espiritualidade, e que pode ser cultivada pela intuição, pela arte e pela religião.
- O taoísmo é uma filosofia e religião originária da China, que enfatiza a vida em harmonia com o Tao (ou Dao), o princípio supremo e inefável que rege todas as coisas. Os taoístas buscam seguir o fluxo natural das coisas, sem forçar ou resistir. Eles praticam diversas técnicas de respiração, movimento e alquimia para equilibrar as energias do yin e do yang. Para os taoístas, a intuição é a forma de se sintonizar com o Tao e de se adaptar às mudanças. A Metanálise Clínica Tridimensional se relaciona com o taoísmo ao propor que há uma ordem cósmica e dinâmica, que pode ser percebida pela intuição e pela flexibilidade, ao mesmo tempo que propõe a conciliação e harmonização dos polos masculino e feminino, da pessoa.
- O budismo zen é uma escola do budismo mahayana, que se originou na China e se difundiu pelo Japão e outros países asiáticos. O zen se caracteriza pela prática da meditação sentada (zazen), pela valorização da simplicidade e da espontaneidade, e pelo uso de paradoxos (koans) para provocar a iluminação súbita (satori). Para os budistas zen, a intuição é a forma de se libertar das ilusões da mente racional e de se realizar a verdadeira natureza do ser. A Metanálise Clínica Tridimensional se relaciona com o budismo zen com grande profundidade, principalmente ao sugerir que há uma realidade mais profunda e sutil do que a aparência sensível das coisas, e que pode ser revelada pela intuição.
Quantos às escolas de psicologia que se relacionam com a Metanálise Clínica Tridimensional, eu vou tentar explicar como acontece o diálogo e a critica desta para com as principais escolas de psicoterapia.
O Metanalismo Clínico Tridimensional se relaciona com outras correntes psicológicas de diversas formas. Por um lado, ela dialoga com as principais escolas de psicoterapia, como a psicanálise, a cognitivo-comportamental, a humanista-existencial, a gestalt-terapia, entre outras. Ela busca integrar os aspectos válidos e complementares de cada uma delas, usando a intuição como um guia para a compreensão e a intervenção clínica. Por exemplo:
- Ela reconhece o papel do inconsciente na formação da personalidade e na origem dos sintomas, como propõe a psicanálise.
- Ela utiliza técnicas de exposição, reestruturação cognitiva e treinamento de habilidades sociais, como propõe a cognitivo-comportamental.
- Ela valoriza a experiência subjetiva, a autenticidade e a auto-realização do paciente, como propõe a humanista-existencial.
- Ela enfatiza o aqui-e-agora, a consciência corporal e o contato com o ambiente, como propõe a gestalt-terapia.
Por outro lado, ela critica as limitações e as contradições de cada uma delas, apontando para a necessidade de uma abordagem mais ampla e profunda, que considere os aspectos transcendentais e espirituais da realidade. Por exemplo:
- Ela questiona o determinismo histórico e biológico da psicanálise, que reduz o ser humano aos seus impulsos instintivos e aos seus traumas infantis.
- Ela contesta o mecanicismo e o empirismo da cognitivo-comportamental, que ignora ou nega os aspectos simbólicos e intuitivos da mente humana.
- Ela desafia o relativismo e o subjetivismo da humanista-existencial, que não reconhece ou aceita uma verdade objetiva e universal sobre o ser humano.
- Ela refuta o fenomenalismo e o pragmatismo da gestalt-terapia, que não considera ou explora as dimensões metafísicas e transcendentais da realidade.
A Metanálise Clínica Tridimensional propõe uma síntese entre as diferentes escolas de psicoterapia, usando a intuição como um critério para selecionar e aplicar as técnicas mais adequadas para cada caso. Ela não se prende a um modelo teórico ou metodológico único, mas busca adaptar-se às necessidades específicas e singulares de cada paciente. Ela não se limita aos dados observáveis ou mensuráveis da realidade, mas busca acessar as informações ocultas ou sutis que podem revelar aspectos profundos e essenciais do ser humano. Ela não se restringe aos aspectos físicos ou psicológicos da saúde mental, mas busca integrar os aspectos emocionais, mentais e espirituais que compõem o ser humano tridimensional.
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