Fragmentação e Totalidade: Intuicionismo Radical e o Holismo.
Citando o físico David Bohm adentramos ao cerne do problema psicológico por excelência, a saber, como remontar as partes de si mesmo. Segundo Bohm, ‘‘a totalidade é aquilo que é real; a fragmentação é uma resposta do todo à ação humana, guiada pela percepção ilusória, moldada por sua vez, pelo pensamento fragmentário.”
Logo, se ao recortar para testar, a ciência consegue evidenciar novos dados da realidade; ao ponto que recorta, ela também produz a ilusão do cientificismo, a paralaxe cognitiva, resultando numa consequente fragmentação.
Aqui está o paradoxo da ciência como pivô do conhecimento. Explica o professor Olavo de Carvalho, grifo nosso, que enquanto o princípio regente da Ciência é a razão, a inteligência se dá de fato e somente é possível pela via intuitiva, a isso ele chamou intuicionismo radical, retomando o pensamento escolástico, no qual o ato pelo qual a consciência toma conhecimento de um determinado dado da realidade, a apreensão, é entendida em termos, como o simples ato de tomar ciência d’algo sem nada afirmar ou negar.
Não há portanto, divisão entre conhecimento intuitivo e racional, somente o que existe é conhecimento intuitivo. O raciocínio só é válido se se reconhece uma unidade entre os seus silogismos, por onde se dá a conexão entre as premissas e conclusões. Perceber essa unidade é o próprio exercício da Intuição, assim, ou o conhecimento é intuitivo, ou não é nada.