Da Análise Clínica Tridimensional ou Análise Tridimensional.

A alguns anos venho me debruçando sobre temas de humanidades de forma que a psicoterapia se tornou um caminho natural para mim. Aluno do professor Olavo de Carvalho, percebi que resolver alguns dilemas que se impõe culturalmente, socialmente, filosófico e teologicamente só são tarefas possíveis clinicamente. Foi pensando nisso que idealizei a Análise Clínica Tridimensional, uma postura terapêutica que visa a conciliação e a integração das diversas escolas de psicoterapia, ultrapassando para isso os reducionismos e o cientificismo e conservando o rigor filosófico e o amor pela verdade. Dentro do contexto clínico procuro aplicar as ideias do professor Olavo de Carvalho, entre as quais posso destacar o Intuicionismo Radical e o Conhecimento por Presença. Recentemente publiquei um artigo como tributo e contribuição à teoria das 12 camadas, onde desenvolvo o tema da ressonância em 4 eixos.

A Análise Tridimensional teve seu início a 3 anos sob o nome de Terapia Tridimensional. O primeiro a aplicar a postura terapêutica tridimensional profissionalmente foi o meu mentorando e irmão Davi Mc Murray. Iniciando os atendimentos a pouco mais de um ano, quando encerrei o longo período de silêncio orientado pelo professor Olavo de Carvalho aos alunos do Curso Online de Filosofia.

Entre os principais pressupostos da Análise Clínica Tridimensional estão:

* A ideia de que o homem precisa ser considerado como um todo integral, composto por corpo, mente e espírito;

* A superioridade da intuição na construção do conhecimento e da saúde mental;

*A precedência da essência sobre a existência;

* A defesa de um olhar sobre a psicoterapia transcenda e englobe a Ciência empírica, indo ao mais profundo do inconsciente pessoal e coletivo e elevando-se às alturas do ser humano (nous);

* A possibilidade do noodiagnóstico (diagnóstico de desequilíbrios intelectuais ou de espiritualidade);

* A construção de um olhar clínico que não se limita ao puramente científico, nem apenas às relações causais, mas que inclui a ciência simbólica ao mesmo tempo que é capaz de usar a ciência como ferramenta a serviço da clínica;

* A ênfase na contemplação do belo e o uso da metacognição na construção da saúde;

*A ideia de uma Ordem ou cosmos inteligente;

* A compreensão da doença, do trauma e do acidente como linguagem da realidade e meios para o amadurecimento;

* A onipresença do Verbo, ou seja, tudo é símbolo ou linguagem e tudo guarda uma mensagem de amadurecimento;

* A ressonância em quatro eixos;

* A retomada da ética e dos universais;

* O duplo impulso germinal de auto afirmação e transcendência como constituintes da alma humana;

* A ênfase na busca pela instalação na realidade, etc.

Como proposta a Análise Tridimensional defende a criação de uma Clínica geral, e de uma Teoria Geral da Psicologia, bem como a uma nova visão da Psicoterapia que abra mão de ser estritamente científica para fazer Ciência, adequando-se à subjetividade das demandas humanas.

Sobre o nome Análise Tridimensional refere-se ao exame sistemático de informações oriundas da tridimensionalidade humana. A análise clínica tridimensional envolve a coleta de dados, sua organização e interpretação, com o objetivo de formular conclusões a partir dos resultados obtidos. É preciso entender que o termo não vem sem um paradoxo. Pra entender melhor, a palavra análise tem origem no grego antigo ἀνάλυσις (análysis), formada por ἀνά (aná), que significa "para cima" ou "para trás", e λύσις (lýsis), que significa "desatar", "separar" ou "liberar". A palavra análise originalmente se referia a processo de desatar ou separar um todo em suas partes constituintes para entender sua natureza. Embora o nome análise passe uma ideia de cisão, a Postura da Metanálise Clínica Tridimensional se baseia na sinestesia sintética do conhecido através da análise sistemática e pontual das três dimensões em sua relação com a Ordem (o Todo).