Novas escolas médicas. Por Meraldo Zisman
…No caso das novas escolas médicas, não se trata de uma solução para a saúde da população brasileira, mas sim de comédia de arte italiana…
Será uma solução de polichinelo?
Novas escolas médicas
Os jornais e a mídia, profissional ou não, estão noticiando a permissão para a abertura de mais escolas ou faculdades de medicina. Enquanto isso, aguarda-se uma decisão do STF sobre a implementação de novos equipamentos didáticos para essa graduação, todos eles de extrema importância para a formação do médico. Esquecem, propositalmente, que ser médico não é ser simplesmente um portador de um diploma médico. Neste artigo, que talvez tenha alguns leitores, não entrarei nesse assunto. Lembrarei apenas que ser médico, além da inteligência, preparo ou vocação para desempenhar essa função social, tem que possuir vocação que poucos possuem. Vocação tem como sinonímia: pendor, propensão, predisposição, tendência, disposição, talento, inclinação, aptidão, capacidade, habilidade, jeito, orientação, atributo, significando competência natural: um médico de vocação.
Acredito que poucas pessoas sabem que, apesar da moratória para conter a abertura de novos cursos médicos, o país alcançou 75 cursos de medicina. O número quase dobrou desde 2010, com a suspensão da proibição da lei válida até 20/03/2023, promulgada pelo Programa Mais Médicos. A lei n.º 12.871, de 22 de outubro de 2013, instituiu o programa, alterou as leis n.º 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e n.º 6.932, de 7 de julho de 1981, e estabeleceu outras medidas para a área da saúde.
O futuro dos novos cursos de Medicina no Brasil aguarda uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Duas ações foram apresentadas relacionadas à abertura de novos cursos privados de medicina. A Associação Nacional das Universidades Privadas solicita a declaração de constitucionalidade do requisito que exige uma convocação pública para tal abertura. Já o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras pede a suspensão da necessidade de convocação pública para a abertura de novos cursos.
O número de profissionais formados por ano no Brasil é alto, mas também é importante considerar a demanda da população por serviços de saúde. O Brasil tem uma população de mais de 210 milhões de pessoas e muitas regiões do país têm escassez de médicos e outros profissionais de saúde. A formação de novos profissionais é fundamental para suprir essa demanda e melhorar a saúde da população. No entanto, é necessário que as escolas médicas sejam reguladas e fiscalizadas para garantir que ofereçam uma formação de qualidade e que preparem os alunos para atender às necessidades da população. Além disso, é importante que o governo invista em infraestrutura e recursos para as escolas médicas e para a saúde em geral, a fim de que os profissionais formados possam oferecer um atendimento adequado aos seus pacientes. Quanto à abertura de novas escolas médicas, parece ser mais um problema de consumismo e ganhos monetários, enquanto o governo busca uma solução simplista. A expressão ‘solução de polichinelo’, que se originou do personagem de teatro italiano “Pulcinella” conhecido por suas acrobacias, não é comumente associada a exercícios físicos ou saúde. Entretanto, pode ser entendida como uma solução rápida e fácil para um problema específico.
No caso das novas escolas médicas, não se trata de uma solução para a saúde da população brasileira, mas sim de comédia de arte italiana*.
Hoje em dia, a Comédia dell’Arte é vista como uma forma importante e influente de teatro, que teve um papel significativo no desenvolvimento do teatro moderno. Suas técnicas de improvisação e uso de máscaras continuam a ser estudadas e utilizadas por artistas de teatro em todo mundo.