Poucas pessoas sabem, mas Minas Gerais foi palco de um dos mais tristes capítulos da história brasileira. No início do século XX, Barbacena ficou conhecida como a “Cidade dos Loucos” por abrigar um complexo manicomial que tirou a vida de pelo menos 60 mil

Poucas pessoas sabem, mas Minas Gerais foi palco de um dos mais tristes capítulos da história brasileira. No início do século XX, Barbacena ficou conhecida como a “Cidade dos Loucos” por abrigar um complexo manicomial que tirou a vida de pelo menos 60 mil pessoas.

O Hospital Colonial de Barbacena foi responsável pelo que a história chamou de “holocausto brasileiro” devido a crueldade a que submetia seus pacientes. Os “tratamentos” psiquiátricos envolviam práticas de tortura, como uso de cadeiras elétricas, camisas de força e privações de direitos básicos.

Muitos dos que passaram pela instituição foram encaminhados por internação compulsória, seja pela iniciativa de familiares quanto pelas autoridades, que despejaram em seus pavilhões os marginalizados da sociedade.

Entre homossexuais, alcoólatras, prostitutas, moradores de rua, adictos, autistas e portadores de Síndrome de Down, estima-se que 70% dos internos sequer possuíam um diagnóstico de debilidade mental. O complexo foi encerrado na década de 1980, deixando profundas cicatrizes para a história da Saúde Mental no Brasil.

As questões de Saúde Mental envolvem toda a sociedade: são expressões do modo como nos relacionamos com o mundo, mas, principalmente de como o mundo se relaciona conosco. Isso significa dizer que não há como pensar em Saúde Mental e Cuidado numa sociedade desigual, em que o acesso à direitos é atravessado por determinações sociais.

Compartilhado via ICL (Instituto Conhecimento Liberta), da Apresentação do curso "Um novo olhar sobre Saúde Mental e Cuidado".

Poeta Carlos Marques
Enviado por Poeta Carlos Marques em 06/05/2023
Código do texto: T7781330
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.