Será que você precisa mesmo de carne para ser saudável?

TRECHO DO MEU LIVRO "VEGETARIANISMO - UMA MODA OU UMA EMERGÊNCIA? (TÍTULO PROVISÓRIO)

Não há nada que exista na carne que não esteja também presente nos outros alimentos. Para falar a verdade, é difícil compreender como a maioria das pessoas se ilude achando que vão encontrar em carnes deterioradas as proteínas que acham que precisam tanto. As proteínas não estão nas carnes; elas estão nas plantas. Existem fontes de proteínas espalhadas por todo o reino vegetal. Se você ingerir apenas um prato de arroz com feijão ou colocar brócolis no seu arroz, já estará suprido com sua dose diária de proteína. Nas coisas simples estão as maiores verdades. Precisamos de 40 a 55 gramas de proteína por dia. Se você quiser obtê-las das carnes está indo pelo caminho errado, aquele que vai colocá-lo dentro dos fatores de risco para um câncer ou uma doença cardíaca. Os animais que comemos, achando que são fontes de proteína extraem essa proteína das plantas que são suas fontes de nutrição. Eles, sim, recebem o verdadeiro benefício. Os maiores e mais fortes animais do planeta como o elefante, o rinoceronte e o gorila se alimentam de plantas. O boi também faz o mesmo. E nós, pobres humanos, em vez de imitá-lo comendo o que ele come, comemos o pobre coitado e, por tabela, uma proteína reciclada que não tem nada a ver com as fontes originais de proteína.

Imagina a economia de uma alimentação sem o uso de carnes ou laticínios que custam caro. Seria matar três coelhos com uma só cajadada, você promove saúde para o seu corpo e mente, melhora sua vida financeira ao comprar comida da estação, comida saudável e barata, como é o caso das hortaliças, legumes e de muitas frutas. Com menos de R $100,00 você compra alimento para duas semanas inteiras em uma família de 2 a 3 pessoas. E se toma remédios, é certo que, em pouquíssimo tempo, não vai precisar deles, uma vez que a maioria das doenças tem suas causas numa dieta alimentar errada. É só acompanhar as pesquisas para constatar o avanço da obesidade, um dos maiores fatores de risco para o diabetes. Dados divulgados pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês), mostram que 537 milhões de pessoas têm diabetes no mundo. Entre 2019 e 2021, houve um aumento de 74 milhões de casos. O documento destaca ainda que mais de 80% dos adultos com a doença vivem em países em desenvolvimento. Isso não deixa de ser preocupante. O Brasil está em quinto lugar no ranking de pessoas com diabetes, onde o problema atinge quase 17 milhões de pessoas.

Se mudarmos nossa dieta de carnívora para uma baseada em plantas, ou seja, eliminarmos todo alimento de origem animal, o mundo começará a mudar e essa mudança será notável devido a sua rapidez. O planeta começará a dar sinais de melhora. Sem a criação de animais não haverá a necessidade de tanta terra para o plantio de grãos; todo ele será para a nutrição humana. Sem os animais que dão carne, leite ou ovos, teremos um solo limpo, rico em nutrientes, uma vegetação renovada, oxigênio em abundância. As florestas se renovarão, os rios voltarão a ser limpos, o oceano viçoso, todas as espécies preservadas e a atmosfera da Terra começando a se regenerar. Os benefícios serão as respostas imediatas a nossa mudança de atitude. Não será um processo acelerado devido às marcas que já foram deixadas ao longo de gerações. Mas como a natureza da vida é a renovação, não tardaremos a colher os frutos. Nossa saúde será o primeiro sinal a ser notado.

Como, por sua constituição física, o homem não foi projetado para comer carne, uma vez restaurando essa anormalidade, os efeitos começam a aparecer. Com seu sangue livre das gorduras e das toxinas da alimentação animal, o processo inflamatório cessa; doenças como osteoporose, diabetes, pressão alta são revertidas e é uma questão de dias para que os sinais da mudança comecem a surgir em sua pele, nas feições, no aumento de energia e uma série de outros benefícios. Se vinha tomando remédios para a pressão alta vai precisar parar para que ela não venha a cair. Ficará surpreso de não precisar mais estar tomando remédios porque todos os sintomas de doenças desaparecem e as doenças também. Isto não passa de uma consequência lógica. De estar vivendo de acordo com as leis naturais. De estar se alimentando do que nasceu para se alimentar.

Todos os processos necessários para a criação de animais para servirem de alimento são processos ante naturais, forçados, que contrariam as leis naturais. Aplicar antibióticos em animais saudáveis. Apressar a engorda e crescimento por excesso de alimentação; confinamento; injeções de hormônios, sódio, e outras substâncias para retardar a putrefação até que chegue à mesa do consumidor são medidas artificiais que se converterão em cadeias de malefícios sem fim. Se, de alguma forma isto for eliminado do conjunto das ações humanas, tudo melhora, porque inclui todo o resto. Imagina não existir mais no comércio mundial toda a gama de produtos derivados da pecuária, como o leite, os laticínios, os embutidos e o queijo, em que tipo de planeta não estaríamos habitando? Não vamos nos iludir. É isto o que vai acontecer no futuro. A humanidade não tem outra saída. Não há espaço em nosso planeta para se produzir alimento para tanto gado, alimento que deveria ser para os seres humanos, especialmente para aqueles em países pobres que não comem o grão porque este precisa ser exportado para alimentar o gado dos países em desenvolvimento.

Mas existem alternativas para que continuemos a comer a carne e outros alimentos de origem animal. Uma delas é começarmos a derrubar as casas para criarmos pastos e áreas de plantação para o gado. Para eliminar as casas será preciso diminuir o número de pessoas e já sabemos que isto não vai acontecer; muito pelo contrário. A outra seria continuarmos a devastar os restantes 55% que ainda restam das nossas florestas para estender a pecuária a fim de suprirmos de carne os 2 bilhões de seres humanos que vêm por aí. Mas é bom sabermos de antemão que sem florestas não há vida e então, bye bye raça humana.