A façanha de ser um vegano

O mercado vegano no Brasil fatura pouco mais de R $15 milhões e espera-se que essa tendência continue se mantendo no futuro. Esses consumidores são formados por pessoas conscientes sobre questões relacionadas à ética e ao meio ambiente. Isto é muito bom. No mundo todo, essa revolução vegana já movimenta US $50 bilhões. São padrões comportamentais que mexem com a indústria e o comércio. Como tudo gira em torno do faturamento, os homens de visão não perdem a oportunidade de faturar ainda mais. O consumo de carnes em nosso país, embora tenha sido em 2022, o menor em 25 anos é um comportamento ainda dos mais arraigados. Só o fato de possuirmos o maior rebanho bovino do mundo, com 214 milhões de cabeças de gado – maior do que a própria população brasileira já nos dá a perspectiva da dificuldade em avançarmos com vigor para uma real população vegana, com meros sete milhões de pessoas. A indústria vegana tornou-se mundial e, como toda moda acaba pegando, deve revolucionar também o nosso país. O tempo dirá.

Veganismo é um termo que tenta excluir toda forma de exploração animal. Se você pensa em ser um vegano, prepare-se, pois não é uma tarefa fácil; diria ser uma façanha e não está ao alcance de qualquer um, com a agravante de, sendo um brasileiro e vivendo aqui entre nós, o seu esforço terá que ser em dobro. Mas há versões do veganismo para todos os gostos, porém é básico compreender que representa uma dieta livre de todo e qualquer componente de origem animal, seja ele alimento, vestuário, cosmético ou afim. Não é uma dieta, mas um movimento que visa a preservação da vida animal em todas as suas esferas. O crescimento desse movimento tem estimulado a indústria a investir no segmento de produtos naturais. É importante frisar que os ingredientes dos produtos veganos precisam ser integrais e naturais, com o mínimo possível de substâncias químicas. Já se têm provado por pesquisas médicas que a dieta vegana é a única que se mostrou eficaz no combate a células cancerosas como também ao equilíbrio do colesterol no sangue.

A dieta de uma pessoa vegana pode ser, e é tão perfeita quanto a de uma pessoa que pratica a alimentação animal. Contanto que ela aumente a quantidade de leguminosas. Por que as leguminosas? Porque são os grupos de alimentos que mais possuem proteína e ferro em sua composição. Se você comer, de forma variada, feijão, lentilha, ervilhas entre outras, estará suprindo o organismo com o que ele necessita em matéria de proteína e ferro. Não há um cálculo específico sobre o tamanho do mercado brasileiro de produtos livres de proteína animal, mas a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) avalia que a demanda por produtos naturais é maior do que a oferta. Empresários estimam que o mercado vegano tenha crescido a uma taxa de 40% nos últimos anos.

Vários nichos ainda podem ser explorados no seguimento da alimentação sem carne e sem produtos de origem animal. Se existe uma demanda que só faz crescer e uma escassez desses produtos, o que é que os empresários estão esperando? Muitas dificuldades atravessam o caminho de quem quer mudar seu estilo de vida no tocante à alimentação. Creio que uma das maiores seja a questão dos preços. É só olharmos as prateleiras dos supermercados para comprovarmos isso. Se eu quero comer uma aveia integral ou um açúcar que não seja refinado tenho que desembolsar uma grana maior do que a que eu tenho disponível para a minha compra de sempre. Sendo assim, precisamos avaliar antes de julgar os que nos parecem procrastinadores ou inseguros em abraçar a dieta vegetariana.

Estou falando de produtos que não precisam ser a compra principal dessas pessoas, pois a dieta vegetariana como um todo compreende, em sua maior parte legumes, hortaliças, frutas, ou seja, quase tudo que é vegetal. Mas convenhamos, quem é que gosta de comer somente plantas o tempo todo? Gostamos também de mastigar alimentos tradicionais e mais consistentes como arroz e feijão. Fazemos bolos e outras sobremesas como qualquer terráqueo. Só que queremos optar por aqueles que sabemos ser os melhores para nossa saúde. Há muito que decidi não levar para casa itens como: açúcar e sal refinados, refrigerantes, condimentos como extrato de tomate e tempero completo, óleo de cozinha entre outros venenos. O fato é que temos que comprar essas coisas em sua versão ‘natural’ e elas custam mais caro; às vezes muito mais caro. Temos que fazer isso regularmente se é que vamos dar continuidade ao nosso estilo vegetariano ou vegano de viver.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 12/04/2023
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