Por que a crença religiosa pode ser considerada um transtorno mental, mas a diversidade sexual não??
Porque, enquanto a crença religiosa é uma "falsa crença" ou um delírio sobre o que é muito improvável de ser verdade, Deus/vida eterna, a diversidade sexual é a vivência da própria natureza, de algo que existe, especialmente quando não fere os princípios morais mais básicos (portanto, também validando as existências da pedofilia e da bestialidade, mas excluindo-as do status de "moralmente aceitáveis").
Para ser mais preciso, a crença religiosa seria mais como o sintoma de um transtorno maior, que até já dei um nome, "transtorno de personalidade irracional".
A crença religiosa também pode ser considerada uma expressão atávica de uma mente imatura, incapaz de aceitar verdades que não correspondam com as suas expectativas; um desequilíbrio de função, do discernimento intelectual.
Já a diversidade sexual, com relativa exceção da bissexualidade, ainda que também possa ser considerada um desvio de função ideal, segundo a minha avaliação esperançosamente imparcial, cairia numa zona neutra ou cinza de classificação qualitativa, nem de transtorno e nem de equilíbrio plenamente funcional de expressão fenotípica.
A diversidade sexual pode ser posicionada nesse espectro de equilíbrio, distúrbios e doenças, entre deficiências físicas e sensoriais e características/comportamentos primariamente utilitários [heterossexualidade,por exemplo], dentro do mesmo grupo de características/comportamentos qualitativamente neutros [cor dos olhos, por exemplo] ou secundariamente utilitários.
Porque, dos tipos de disfunção: deficiência, transtorno e alteração de função, a crença religiosa, novamente, seria um transtorno da percepção ou um delírio. Já, a diversidade sexual, variavelmente falando, seria uma alteração de função original, de atração pelo sexo oposto para uma atração pelo mesmo sexo ou de disforia de identidade e que, geralmente, prejudica a possibilidade de procriação por vias naturais. No entanto, essa alteração não é causal a qualquer transtorno mental e nem a disfunções orgânicas. Outra diferença é que, enquanto a procriação não é compulsória a todos os seres humanos, se não é absolutamente necessária à sobrevivência, ainda mais hoje em dia, a nossa capacidade perceptiva é muito importante, já que nos ajuda a entender/nos adaptar à realidade e, quanto mais prejudicada/dominada por crenças irracionais ela estiver, maior é o risco de fazermos mal julgamentos que podem comprometer nosso bem estar e, até mesmo, nossa própria existência. (Os comportamentos disfuncionais que são mais comuns em LGBTs não são mais do que correlações e não consequências diretamente causadas pela expressão da diversidade sexual).
Outro tipo "socialmente aceitável" de delírio seria, por exemplo, se um indivíduo de inteligência "limitada" sustentasse uma forte crença sobre ser mais inteligente do que é. Esses tipos de delírios não são considerados como tal, pela psiquiatria, por razões políticas, especialmente porque a maioria das pessoas os apresenta. É quase certo que a psiquiatria compraria uma guerra com as instituições mais historicamente poderosas se resolvesse ser mais coerente com a sua proposta original, de analisar objetiva e imparcialmente os comportamentos humanos.