Curiosidades Médicas. Por Meraldo Zisman. Rauvólfia – Cura Pelas Plantas

Curiosidades Médicas. Por Meraldo Zisman. Rauvólfia – Cura Pelas Plantas

RAUVÓLFIA

Lendas indianas mencionam a flor de uma planta que, quando mascada, fazia seus ascetas e homens santos entrarem em estado de calma e tranquilidade interior. Denominada “raiz de cobra”, é conhecida cientificamente por Rauwolfia serpentina (Rauwolfia serpentina, Raiz de cobra indiana ou pimenta do diabo é uma espécie de flor na família Apocynaceae. É nativa do subcontinente indiano e da Ásia Oriental; é um arbusto suburbano perene, amplamente distribuído na índia nas trilhas sub-Himalayas até à altitude de 1.000 m). Essa flor produz o alcaloide reserpina, que passou a ser vendido na forma pura em 1954 e depois passou a ser sintetizado e vendido em larga escala pelos laboratórios da indústria farmacêutica.

Conta a mitologia indiana que os guerreiros mongóis mascavam suas folhas, das quais retiravam um sumo sagrado que lhes dava coragem e força nas suas conquistas bélicas. Servia para aumentar a criatividade e tranquilizar os guerreiros, clareando as mentes quanto ao mais perfeito método de chacinar. Servia para acalmar as pessoas que perdiam o senso do juízo. Fatias de raízes, quando comidas pelos doentes mentais, faziam-nos mais calmos e livres de alucinações. Além de seu lendário poder de minorar as convulsões epilépticas e reduzir insônia, diarreia, cólera, dores de cabeça e cegueira, ainda baixavam a febre, eram antídoto eficaz contra picadas de inseto e picadas de cobra e eram ainda empregadas para acalmar as crianças.

Incluída como folclórica pelos experts do passado passou, após testes científicos, a ser empregada pela Medicina, tomando parte, assim, do grupo medicamentoso dos tranquilizantes e hipotensores da farmacologia médica. Conquanto conhecida muito antes da nossa era, somente foi aceita pelo poder médico constituído a partir da segunda metade do século passado. No caso do princípio ativo dessa planta que deu início aos ansiolíticos, calmantes, tranquilizantes e assemelhados, dos quais hoje a maioria de nós somos dependentes. Lembro aos meus colegas mortais que desde os tempos de Gengis Khan (1162 – 1227) essas drogas eram usadas como muletas cerebrais para que guerreiros mongóis entrassem em batalhas. A ansiedade nasceu com o gênero humano. Nada de novo existe debaixo do sol e muito menos quando o estado natural das pessoas é o nervosismo, a ansiedade, as preocupações e o medo da finitude e a Medicina pode ser a ciência das verdades transitórias.