Corrida pela cura: outubro rosa
Tendo iniciado nos EUA em 1990 com uma corrida objetivando a conscientização em termos de prevenção e diagnóstico precoce sobre o câncer de mama, no Brasil se inicia em 2002 com a iluminação do Obelisco do Ibirapuera em São Paulo. Hoje temos esse sinal iluminando diversos espaços e prédios públicos. Quais os resultados dessa campanha publicitária? Algumas perguntas precisam ser respondidas.
 
Quando uma mulher identifica que está com câncer de mama, alguém nos diz o que ela está passando? Como vamos apoiar alguém que convive com essa doença que muitas vezes mora do nosso lado, é nossa vizinha, é um de nossos familiares?
 
Sabemos que em alguns casos essa doença é inevitável, mas não há hábitos e estilos de vida que podem interferir no desenvolvimento dessa doença? Quem está falando sobre isso? Que campanhas estão sendo feitas nesse sentido? Somente a cor rosa de um prédio, esteticamente lindo, é muito pouco. Funciona, tantas vezes, como campanha política para angariar votos femininos. Ou estou enganado?
 
Com essas poucas questões já dá para se perceber que a prevenção do câncer de mama vai muito além de uma campanha publicitária. A investigação do histórico genético para saber se há alguém da família que teve câncer de mana é um ponto que deve ser feito antes de qualquer coisa.
 
O autoexame é super importante, mas isso não dispensa as visitas de rotina ao médico que acompanha a mulher. Então chegamos na questão mais desafiadora de nosso país: como está sendo cuidada a nossa população em termos de assistência à saúde? Por ter sido vacinado contra covid em três momentos, vi que o processo de vacinação que é o primeiro cuidado com saúde que recebemos logo ao nascer pode ser usado politicamente segundo interesses particulares. Nem vou detalhar essa questão, mas é visível como até a compra das vacinas tornou-se questão política.
 
Dessa forma, penso que precisamos ir além da cor rosa no mês de outubro. É preciso uma corrida pela cura que envolve muitas coisas além da campanha de conscientização e publicitária. Não se pode fazer política com a saúde das mulheres. Não se pode fazer política com a saúde da sociedade. É preciso uma corrida mais ampla, dos diversos segmentos da sociedade e do aparato médico e científico. Os gestores públicos são responsáveis pelo apagar da cor rosa sem esse conjunto de ações que precisam ser feitas. Um mês rosa, e os outros meses nas escuras?
Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 02/10/2021
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