GASTRONOMIA COM SAÚDE..."MILAGRE" POSSÍVEL?
Nesses tempos em que pessoas ficam e trabalham mais em casa é certo que começamos a nos desenvolver nas atividades que gostamos e para as quais não tínhamos tanto tempo disponível...naquele mundo antigo, lembram dele? Tá lá longe...
E o cozinhar é algo que gosto muito, aliás, não sou nenhuma expertise na arte, apenas gosto de inventar combinações e acredito que sobrevivo no ofício...no que se refere à manutenção da saúde com sabor.
Cozinhar , além de ser algo extremamente prazeroso, é uma terapia laboral.
Todavia meu assunto é: culinária com saúde: eis um verdadeiro desafio nos dias de hoje.
Digo que observando alguns programas bem populares de culinária que entram nos lares diversos do nosso país, posso assegurar, dentro do que conheço, que estamos diante dum sério problema de SAÚDE PÚBLICA, à medida que a divulgação de combinações de ingredientes prejudiciais à saúde cardiovascular abundam nas telas de maneira assustadora, muitas vezes num único prato.
Não vou ser chata para lembrar que , muito antes da Pandemia de Covid19, já vínhamos com uma outra que continua a matar em massa: a de mortes evitáveis por eventos vasculares.
Foi hoje "inventando um prato", tipo um arroz de carreteiro mais leve, porque também não estou aqui para criticar esse ou aquele que curte uma comidinha com "sustãnça"- termo que ouço sempre- que me veio o título do meu assunto, a "linkar" alimentação com saúde global.
A gastronomia saudável demanda por educação alimentar desde os primórdios da vida- algo que deve começar na mesa das famílias- tanto quanto demanda pelo conhecimento da pirâmide de alimentos, papel importante também nas escolas. Na pré-escola, inclusive.
E como tudo na vida...é preciso conhecimento e moderação para a felicidade pessoal e coletiva.
Embora ninguém sairá vivo daqui, eu já sei disso...talvez não valha a pena minutos de prazer contínuos naquilo que nos destrói, e que lá na frente nos proporcionará vida sem independência e sem autonomia.
Se for para ser assim que não seja pelas nossas opções...
Então segue a dica do meu arroz, cereal que gosto muito.
O arroz branco se trata dum cereal rico em açúcares e pobre em fibras e nutrientes...embora seja um alimento gostoso que sustenta mais da metade da população do planeta por ser altamente calórico!
Como enriquecê-lo: faça-o com outros cereais. Sugiro, a exemplo, misturá-lo com uma porção de arroz vermelho, selvagem ou do integral mais uma porção de lentilha libanesa, cereais com tempos de cozimento algo semelhantes.
Para fazê-lo- tipo como os carreteiros-invente como eu, vamos coragem! Eu coloco uma porção da carne magra e vermelha moída e refogada apenas no vapor, adiciono "curry", alho, cebola, gengibre, tomilho, pimenta síria, salsinha, um pouco de sal, sumo de limão siciliano e óleo de milho. Faço tudo no olho e no cheiro! Quase sempre dá certo!
Cozinho a receita numa panela de barro que, além de adicionar um sabor especial à comida, diminui seu tempo de cozimento e daí vou adicionando água a medida da necessidade do cozimento, assim como se faz num risoto. Um risoto carreteiro! Pronto renomeei o prato.
No final, desligue o fogo com os ingredientes ainda "al dente "porque continuarão a ser cozidos pelo calor da panela de barro. Uma característica dela que parece mágica. Ferve com a chama desligada...e ainda economiza gás nesses tempos bicudos!
Se quiser, no final, adicione requeijão "light" para aumentar o valor nutritivo do prato.
Sirva as porções com azeite extra virgem a frio.
Fica muito mais nutritivo, um prato praticamente completo na pirâmide nutricional, principalmente se for servido com uma salada verde.
É bem mais barato do que comprar esses pacotinhos prontos de sete cereais, onde você encontrará apenas UM grão de cada um deles a preço do ouro pandêmico.
Termino minha dica de culinária só achando que o MINISTÉRIO DA SAÚDE, agora na representatividade dum CARDIOLOGISTA que desentope artérias, TAMBÉM poderia prestar mais atenção no que a televisão está ensinando a preparar para o coração das pessoas.
Um verdadeiro desserviço público.
Tal atitude se chama: observação epidemiológica das doenças.
Ou então preparemos nossos impostos para o futuro: os custos subirão estratosfericamente para o tratamento das doenças cardiovasculares das próximas gerações.
O SUS vai ter, além de muito trabalho, um passivo sanitário altíssimo pela frente...podem apostar. Mais do que já temos atualmente.
Nesse contexto, a pandemia de COVID 19 é só mais uma tsunami acidental no nosso insondável mar de doenças evitáveis.