Região Carbonífera: 33 óbitos por COVID-19 em junho
No mês de junho, conforme vimos pelo Portal de Notícias, foram computadas 33 mortes por Covid-19 na Região Carbonífera, uma pequena elevação em relação ao mês anterior, maio, quando registramos 32 óbitos - melhor falar, até, que houve estabilização. Contudo, isso preocupa, pois acontece quando a imunização de idosos e grupos de risco avançou bastante, o que trazia a expectativa de continuidade da queda verificada em abril e maio, após o pico de março.
Junho foi o terceiro mês com mais óbitos registrados desde o início da pandemia, atrás de março (112) e abril (51) e acima de fevereiro (31) e maio (32), todos em 2021. Ao total, somamos 273 perdas nos primeiros seis meses de 2021 e 120 em todo o 2020, ou seja, das 393 vítimas fatais na região até ontem, 69% faleceram em 2021. Desta forma, preocupa a estabilização de óbitos num grande patamar de espalhamento e mortalidade por Covid-19, ainda o maior até agora pelo quinto mês consecutivo - onde registramos mais de um óbito diário.
Um ponto positivo é que a curva (até então) descendente de casos fatais nesses meses de alta em 2021 se deve, muito provavelmente, ao avanço da vacinação, sobretudo nos idosos e pessoas dos grupos de risco, o que pode ser indicativo de diminuição ainda maior de letalidade nos próximos meses, conforme a mesma proteja mais pessoas com a segunda dose, mesmo ante a quarta onda de elevação (1) que vivenciamos em território gaúcho. Por outro lado, como alertou o microbiologista Átila Iamarino em live no You Tube em 22 de junho, nunca a possibilidade de contágio foi tanta como agora no país. O fato de ocorrer uma queda drástica de mortalidade de idosos e demais grupos de risco (representavam 80% do total de óbitos no RS e 76% no Brasil) concomitante a uma estabilidade de números absolutos, significa que há um grande índice de espalhamento e contágio ocorrendo, mesmo que a variável delta indiana - altamente contagiosa, afetando países com alto percentual de imunização como Israel e Inglaterra - aqui já presente, ainda não seja dominante no estado e no país.
CHARQUEADAS - O número de óbitos em Charqueadas quase dobrou em relação aos do mês anterior e a cidade voltou a ser a mais atingida em números absolutos: 14 mortes em junho contra 8 em maio, chegando a 101 (eram 87 em 31 de maio), isto é, soma 79 vítimas fatais em 2021 (78% do total), um desequilíbrio maior na relação entre os óbitos ocorridos em 2020 / 2021 do que o verificado na região (69%), no estado (72%) e no país (62%). A região registrou uma morte diária no mês que passou e, a cada dois dias, uma delas ocorreu em Charqueadas.
TRIUNFO - Com 7 vítimas fatais em junho (foram 12 em maio), reduziu quase pela metade os óbitos em relação ao mês anterior e soma agora 90 mortes (eram 83 em 31 de maio) - acréscimo de 68 esse ano (75% do total), um desequilíbrio maior na relação entre os óbitos ocorridos em 2020 / 2021 do que o verificado na região (69%), no estado (72%) e no país (62%).
BUTIÁ - 5 óbitos em junho (4 em maio). Soma um total de 56 - 32 em 2021 (57% do total). Apresenta uma relação entre os óbitos ocorridos em 2020 / 2021 mais equilibrada do que a verificada na região (69%), no estado (72%) e no país (62%).
ARROIO DOS RATOS - 4 óbitos em junho (1 em maio), apresentou a maior alta proporcional em relação ao mês anterior. Soma um total de 34 - 18 em 2021 (53% do total). Apresenta uma relação entre os óbitos ocorridos em 2020 / 2021 mais equilibrada do que a verificada na região (69%), no estado (72%) e no país (62%).
SÃO JERÔNIMO - 1 óbito em junho (5 em maio), apresentou a maior redução em relação ao mês anterior. Soma um total de 70 - acréscimo de 44 em 2021 (63%).
REGIÃO CARBONÍFERA - Em relação às demais cidades, o quadro em junho foi: General Câmara 1 (1 em maio); Minas do Leão 1 (1 em maio); e Barão do Triunfo 0 (0 em maio).
Como vivemos uma realidade de subnotificação de casos devido a testagem insuficiente, os 393 óbitos totais oficialmente notificados na Região Carbonífera até 31 de maio, se levada em conta a taxa média de letalidade real da Covid-19 no Brasil de 1%, podem corresponder a aproximadamente 39 mil casos reais estimados, cerca de 25% da população regional de 153.674 habitantes (IBGE 2019).
Usando-se o mesmo critério "óbitos totais notificados-letalidade-casos reais estimados-população" para as cidades, teríamos os possíveis percentuais de casos reais estimados em cada uma: Triunfo 30% (90 óbitos e 29.598 habitantes), São Jerônimo 29% (70 e 24.248), General Câmara 26% (22 e 8.385), Butiá 27% (56 e 20.941), Charqueadas 25% (101 e 40.789), Arroio dos Ratos 24% (34 e 14.151), Minas do Leão 17% (14 e 8.075) e Barão do Triunfo 8% (6 e 7.487).
Eis os números-gente de junho, carregados com a dor e o sofrimento de mortes evitáveis. Ficar em casa, observar o distanciamento social, usar máscara e higiene das mãos ainda são medidas essenciais até a vacinação atingir patamares elevados a fim de reduzir drasticamente as mortes e o espalhamento, devolvendo-nos à normalidade ou a algo próximo.
Esperemos sinceramente que a entrada do inverno, o espectro da variante delta, as aglomerações festivas e políticas, a retomada das aulas presenciais e a flexibilização de determinadas atividades econômicas, religiosas e culturais não agravem a quarta onda de elevação aqui no Rio Grande do Sul, contrariando as expectativas quanto a obtenção da imunidade social entre setembro e dezembro.
Obremos e oremos para que o melhor aconteça. Fiquem todos com Deus.
(1) - Embora se fale no Brasil em uma terceira onda de elevação agora, após duas longas ondas (a primeira em abril/maio 2020 e a segunda entre dezembro 2020 - março 2021), aqui no RS são considerados três picos anteriores: junho/julho 2020, novembro/dezembro 2020 e fevereiro/março 2021 (Zero Hora, 1º de junho de 2021, pag. 14). No Brasil, o que se observa é que após cada "pico" ou "platô", a "estabilização" de casos e óbitos se dá em patamar cada vez mais elevado em relação ao anterior. Todavia, a delimitação dessas ondas é motivo de divergência entre os epidemiologistas.
No mês de junho, conforme vimos pelo Portal de Notícias, foram computadas 33 mortes por Covid-19 na Região Carbonífera, uma pequena elevação em relação ao mês anterior, maio, quando registramos 32 óbitos - melhor falar, até, que houve estabilização. Contudo, isso preocupa, pois acontece quando a imunização de idosos e grupos de risco avançou bastante, o que trazia a expectativa de continuidade da queda verificada em abril e maio, após o pico de março.
Junho foi o terceiro mês com mais óbitos registrados desde o início da pandemia, atrás de março (112) e abril (51) e acima de fevereiro (31) e maio (32), todos em 2021. Ao total, somamos 273 perdas nos primeiros seis meses de 2021 e 120 em todo o 2020, ou seja, das 393 vítimas fatais na região até ontem, 69% faleceram em 2021. Desta forma, preocupa a estabilização de óbitos num grande patamar de espalhamento e mortalidade por Covid-19, ainda o maior até agora pelo quinto mês consecutivo - onde registramos mais de um óbito diário.
Um ponto positivo é que a curva (até então) descendente de casos fatais nesses meses de alta em 2021 se deve, muito provavelmente, ao avanço da vacinação, sobretudo nos idosos e pessoas dos grupos de risco, o que pode ser indicativo de diminuição ainda maior de letalidade nos próximos meses, conforme a mesma proteja mais pessoas com a segunda dose, mesmo ante a quarta onda de elevação (1) que vivenciamos em território gaúcho. Por outro lado, como alertou o microbiologista Átila Iamarino em live no You Tube em 22 de junho, nunca a possibilidade de contágio foi tanta como agora no país. O fato de ocorrer uma queda drástica de mortalidade de idosos e demais grupos de risco (representavam 80% do total de óbitos no RS e 76% no Brasil) concomitante a uma estabilidade de números absolutos, significa que há um grande índice de espalhamento e contágio ocorrendo, mesmo que a variável delta indiana - altamente contagiosa, afetando países com alto percentual de imunização como Israel e Inglaterra - aqui já presente, ainda não seja dominante no estado e no país.
CHARQUEADAS - O número de óbitos em Charqueadas quase dobrou em relação aos do mês anterior e a cidade voltou a ser a mais atingida em números absolutos: 14 mortes em junho contra 8 em maio, chegando a 101 (eram 87 em 31 de maio), isto é, soma 79 vítimas fatais em 2021 (78% do total), um desequilíbrio maior na relação entre os óbitos ocorridos em 2020 / 2021 do que o verificado na região (69%), no estado (72%) e no país (62%). A região registrou uma morte diária no mês que passou e, a cada dois dias, uma delas ocorreu em Charqueadas.
TRIUNFO - Com 7 vítimas fatais em junho (foram 12 em maio), reduziu quase pela metade os óbitos em relação ao mês anterior e soma agora 90 mortes (eram 83 em 31 de maio) - acréscimo de 68 esse ano (75% do total), um desequilíbrio maior na relação entre os óbitos ocorridos em 2020 / 2021 do que o verificado na região (69%), no estado (72%) e no país (62%).
BUTIÁ - 5 óbitos em junho (4 em maio). Soma um total de 56 - 32 em 2021 (57% do total). Apresenta uma relação entre os óbitos ocorridos em 2020 / 2021 mais equilibrada do que a verificada na região (69%), no estado (72%) e no país (62%).
ARROIO DOS RATOS - 4 óbitos em junho (1 em maio), apresentou a maior alta proporcional em relação ao mês anterior. Soma um total de 34 - 18 em 2021 (53% do total). Apresenta uma relação entre os óbitos ocorridos em 2020 / 2021 mais equilibrada do que a verificada na região (69%), no estado (72%) e no país (62%).
SÃO JERÔNIMO - 1 óbito em junho (5 em maio), apresentou a maior redução em relação ao mês anterior. Soma um total de 70 - acréscimo de 44 em 2021 (63%).
REGIÃO CARBONÍFERA - Em relação às demais cidades, o quadro em junho foi: General Câmara 1 (1 em maio); Minas do Leão 1 (1 em maio); e Barão do Triunfo 0 (0 em maio).
Como vivemos uma realidade de subnotificação de casos devido a testagem insuficiente, os 393 óbitos totais oficialmente notificados na Região Carbonífera até 31 de maio, se levada em conta a taxa média de letalidade real da Covid-19 no Brasil de 1%, podem corresponder a aproximadamente 39 mil casos reais estimados, cerca de 25% da população regional de 153.674 habitantes (IBGE 2019).
Usando-se o mesmo critério "óbitos totais notificados-letalidade-casos reais estimados-população" para as cidades, teríamos os possíveis percentuais de casos reais estimados em cada uma: Triunfo 30% (90 óbitos e 29.598 habitantes), São Jerônimo 29% (70 e 24.248), General Câmara 26% (22 e 8.385), Butiá 27% (56 e 20.941), Charqueadas 25% (101 e 40.789), Arroio dos Ratos 24% (34 e 14.151), Minas do Leão 17% (14 e 8.075) e Barão do Triunfo 8% (6 e 7.487).
Eis os números-gente de junho, carregados com a dor e o sofrimento de mortes evitáveis. Ficar em casa, observar o distanciamento social, usar máscara e higiene das mãos ainda são medidas essenciais até a vacinação atingir patamares elevados a fim de reduzir drasticamente as mortes e o espalhamento, devolvendo-nos à normalidade ou a algo próximo.
Esperemos sinceramente que a entrada do inverno, o espectro da variante delta, as aglomerações festivas e políticas, a retomada das aulas presenciais e a flexibilização de determinadas atividades econômicas, religiosas e culturais não agravem a quarta onda de elevação aqui no Rio Grande do Sul, contrariando as expectativas quanto a obtenção da imunidade social entre setembro e dezembro.
Obremos e oremos para que o melhor aconteça. Fiquem todos com Deus.
(1) - Embora se fale no Brasil em uma terceira onda de elevação agora, após duas longas ondas (a primeira em abril/maio 2020 e a segunda entre dezembro 2020 - março 2021), aqui no RS são considerados três picos anteriores: junho/julho 2020, novembro/dezembro 2020 e fevereiro/março 2021 (Zero Hora, 1º de junho de 2021, pag. 14). No Brasil, o que se observa é que após cada "pico" ou "platô", a "estabilização" de casos e óbitos se dá em patamar cada vez mais elevado em relação ao anterior. Todavia, a delimitação dessas ondas é motivo de divergência entre os epidemiologistas.