Henrietta Lacks - Células Imortais
Henrietta Lacks (HeLa)- Células Imortais
(Homenagem)
Luiz Alberto Silveira
Henrietta Lacks, uma mulher simples, veio a falecer em outubro de 1951 (aos 31 anos) em decorrência de um câncer do colo uterino cujo tratamento não foi bem sucedido.
As células deste câncer, eram imortais, continuam vivas há 70 anos e salvaram vidas de milhares de pessoas neste período. Próximo à casa de Henrietta situava-se o Laboratório do Dr. George Grey, um obstinado pesquisador que acreditava encontrar a cura do câncer a partir de células humanas e vinha tentando, há trinta e quatro anos, cultivar em seu laboratório células cancerosas para seus estudos colocando-as em meio com nutrientes. Entretanto elas sempre morriam.
Em fevereiro de 1951 Henrietta Lacks foi atendida no Hospital John Hopkins (USA) com intenso sangramento ginecológico e
dores abdominais. Examinada por um ginecologista foi constatada a presença de um tumor no colo uterino com características incomuns. Realizada uma biópsia, verificou-se a presença de um câncer no colo uterino.
As células deste câncer chegaram ao laboratório do Dr. Grey que as cultivou nos nutrientes habituais e, para sua surpresa, as células iniciaram um processo intenso de multiplicação e não morriam. Desde então, até hoje, estas células vêm multiplicando-se e bilhões delas estão distribuídas em laboratórios de todo o mundo para estudo. Foram batizadas de células HeLa e consideradas imortais. Até agora, as células HeLa vivem o dobro do tempo fora do que viveram dentro do corpo de Henrietta Lacks. Muitas vacinas que exigiam células humanas para estudo foram desenvolvidas com as células HeLa.
A vacina contra a poliomielite surgiu a partir do crescimento do vírus nas células HeLa e salvaram milhões de pessoas em todo o planeta. Desta forma tornaram-se mundialmente conhecidas. Inúmeros tratamentos em medicina foram desenvolvidos com as células HeLa, estudadas também em laboratórios espaciais, com gravidade zero.
Garrafas com estas células foram colocadas por militares americanos em experimentos atômicos. Experiências para avaliar efeitos indesejados de cosméticos foram feitas com as células HeLa, vendidas por milhões de dólares e têm sido a base de estudos genéticos em todo o mundo, sendo fundamentais para a terapia biológica no século XX.
Rebecca Skloot, autora do livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks retrata toda a história deste fato cientifico impressionante!