Socorro, pedimos socorro
Socorro, pedimos socorro
Luiz Alberto Silveira
Socorro, protejam-nos santos, mentores e querubins do sufoco destes dias doentes, de pestilência, que nos querem fazer póstumos em esperanças e nos abarrotam de fastios e cansaços. Livrem-nos dos injustos do mundo, dos ídolos de barro, de suas afrontas e quebreiras que trazem escuridão ao nosso redor e deixam temores ao amanhã. Não permitam que nossas carências emocionais e sociais, nossos sonhos, crenças e fé tornem-se fú- teis nas mãos dos burladores e todas as ameaças que tiram a luz dos nossos dias. Façam-nos acreditar na vitória dos nossos desejos de paz e harmonia e na certeza da constância de que tudo muda, passa e vira história, livrando-nos da domesticação política e angústia de nossas almas.
Quanto de verdades proibidas nosso espírito e corpo reclusos necessita suportar? Que esforço absurdo será necessário para que não atrapalhem nossas bondades, nossas palavras quietas e ricas, sem gritos e espasmos embrutecedores e hipócritas?
Que esses dias não nos escondam dos nossos amores. Nos algoritmos e receitas que nos controlam e dão sentido à vida há sempre nossos irmãos, nossos filhos, a família e os amigos. Não nos joguem uns contra os outros. Somos feitos de emoções, intuições , pressentimentos e admiramos as surpresas carregadas de amor e respeito.
Eu, como você, fiz da vontade de ser compreendido e compreender, de ser amado e amar, de ser protegido e proteger, de ser perdoado e perdoar, minha filosofia. Eu, como você, sinto o sabor e o perfume da natureza, o significado do abraço e do olhar nos olhos sem receios, do estar junto mesmo sem falar nada. Sinto o significado de nossa evolução (até aqui sofrida) e a nulidade das alienações nos momentos de necessidades. Não nos afastemos do compromisso que é nosso, de superar e vencer.
Socorro, amparem-nos santos, protetores e querubins, amarrem o mal, fechem seus olhos, bocas e ouvidos e os levem ao encontro do sofrimento que fazem, na esperança da redenção. Deixem-nos absorver da possibilidade do esplendor do bem, pois ser feliz é o nosso destino. É o destino das pessoas de espírito elevado. É em nós e em casa que deve haver o verdadeiro encontro.