O Drama

De acordo com a psicóloga Verônica Ulrich Cereja, as demandas das mulheres foram para o último lugar no rol das prioridades. “Nós absorvemos todas as responsabilidades, nos sobrecarregamos e deixamos de olhar para nós mesmas. Paramos de fazer atividades, que traziam prazer e bem estar, como academia, manicure, cabeleireiro”, explica ela.

Com toda a carga que tem que carregar, não foi surpresa o resultado da pesquisa conduzida pelo neuropsicólogo Antônio de Pádua Serafim, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina das USP, mostrando que as mulheres foram as mais afetadas emocionalmente durante a pandemia. Elas responderam por 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse. “A busca por tratamento psicológico aumentou muito por todos, mas as mulheres são as que tem maior demanda”, revela Verônica.

O período é atípico para todos. As perdas são inúmeras, de vidas, de oportunidades, de renda, de direitos, da saúde emocional. Mas, conforme as pesquisas e relatos, a vida das mulheres está tendo mais consequências por causa da pandemia. “A mensagem que podemos passar para as mulheres é de sempre se manter informada sobre seus direitos e buscar ajuda nos serviços sociais públicos e da sociedade para que os dramas vivenciados por nós, mulheres, não acarretem ainda mais danos às suas vidas”, alerta a psicóloga do Tecle Mulher, Débora Spezanes.

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José Kappel e Jornal A Voz da Serra
Enviado por José Kappel em 27/03/2021
Reeditado em 18/04/2021
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