Em 1918 a população brasileira também enfrentou angústia da Gripe Espanhola. Durante 1 ano as manchetes dos jornais e os noticiários das rádios  ajudaram a criar e avolumar um estado de pânico na população. Os médicos pediam com insistência que a população não lesse jornal ou ouvisse rádio.

 Então, depois que passou a luta contra o vírus, aconteceu o que os médicos temiam. A cada dia aumentavam os problemas mentais. Devido a insistência dos jornais e rádios em falar  do avassalamento do virus, a população passava horas consumindo as notícias trágicas. Os jornalistas com isso se sentiam na áurea de suas carreiras e se aproveitavam para medrar a população.

Na época, não havia especializão da Psiquiatria e o desastre foi muito grande. E, junto a tudo isso, todos os políticos brigavam e direcionavam a culpa da epidemia a quem ocupasse algum cargo de proemiência no governo.

Os psiquiatras alertam para um "tsunami" de problemas de saúde mental devido à pandemia de coronavírus. Os médicos estão particularmente preocupados com o fato de crianças e idosos não receberem o apoio de que precisam devido ao fechamento de escolas, ao isolamento social e ao medo de hospitais.

Fatores como a solidão, o medo da Covid-19 e incertezas quanto ao futuro agravam doenças mentais pré-existentes e criam novos problemas para pessoas até então saudáveis.

Em uma pesquisa feita no Reino Unido, os psiquiatras relataram aumento no número de atendimentos de emergência relacionados a doenças mentais e uma queda nas consultas de rotina. Eles afirmam que muitas pessoas deixaram de procurar ajuda mesmo com os serviços de saúde mental ainda abertos, e por isso acabaram chegando ao ponto em que atendimentos de emergência foram mais necessários.

"Já estamos vendo o impacto devastador da Covid-19 na saúde mental, com mais pessoas em crise", diz a professora Wendy Burn, presidente do Royal College of Psychiatrists (Colégio Real de Psiquiatras), no Reino Unido. "E estamos muito preocupados com as pessoas que precisam de ajuda agora, mas não estão conseguindo.

Nosso medo é que o 'lockdown' (fechamento total de comércio e serviço) esteja fazendo com que as pessoas guardem problemas que poderiam levar a um 'tsunami' de doenças mentais depois".

A pesquisa da instituição de caridade Rethink Mental Illness, feita com 1.300 médicos de saúde mental de todo o Reino Unido, constatou que 43% haviam visto um aumento em casos urgentes, enquanto 45% relataram uma redução nas consultas de rotina.

"Na psiquiatria da velhice nossos pacientes parecem ter evaporado, acho que as pessoas têm medo demais de procurar ajuda", disse um psiquiatra. Outro escreveu: "Muitos de nossos pacientes desenvolveram distúrbios mentais como resultado direto da interrupção da rotina gerada pelo coronavírus, do isolamento social, do aumento do estresse e da falta de remédios e pelos noticiários de jornais e rádios".

Idosos e jovens estão entre os grupos que geram maior preocupação. "Estamos preocupados que crianças e jovens com doença mental que possam estar com dificuldades não estejam recebendo o apoio de que precisam", diz Bernadka Dubicka, que preside a faculdade de psiquiatria infantil e adolescente do Royal College of Psychiatrists.

No entato, o uso da tecnologia para chamar um médico durante o bloqueio é difícil para algumas pessoas mais velhas, explica Amanda Thompsell, especialista em psiquiatria para idosos.

Idosos também costumam ser "relutantes" em procurar ajuda, e sua necessidade de apoio à saúde mental provavelmente é maior do que nunca, diz ela. A instituição de saúde mental Rethink Mental Illness disse que as preocupações levantadas pelos especialistas são apoiadas por evidências de que as pessoas estão convivendo com mais doenças mentais.

Em uma outra pesquisa feita no país, a maioria das pessoas disse que sua saúde mental piorou desde o início da pandemia, devido à interrupção de rotinas e estretégias que elas utilizavam para controlar problemas de saúde mental como depressão, ansiedade, pânico, entre outros.

"O NHS (sistema de saúde público do Reino Unido) está fazendo um trabalho incrível nas circunstâncias mais difíceis, mas a saúde mental deve ser uma prioridade clara", diz Danielle Hamm, da instituição de caridade.

"É preciso investimentos para garantir que os serviços possam lidar com esse aumento antecipado da demanda." Segundo ela, sem o atendimento adequado no momento, pode levar anos para que algumas pessoas se recuperem dos problemas mentais gerados pela pandemia.

 Enquanto  setores do comércio estão proibidos de abrir, outros  já começam a falir. Dentro de mais uma semana, a falência geral. Pior: algumas lojas estão colocando tapumes de madeira  em suas portas pois sabem que, quando o dinheiro acabar, vão começar os saques.

Pior: A sensação de  uma ditadura está presente. Eles nos dizem o que fazer. Um delegado de Polícia foi enfático em  demonstrar o seu poder  " quem estiver nas ruas eu vou mandar prender."

O  delegado mostrou sua glória e seu efêmero poder, dentro da sutileza de completa  ignorância do que está acontecendo.

Pior, poucos tem noção da ação do virus. Ele mata. Mata mesmo ! Mas se você se proteger com as medidas como máscaras, luvas  e gel, a sua segurança aumenta.

Os mais velhos tem que se isolar pois são mais flexíveis para pegar o virus. Pior: Tem gente chorando e em pânico, o que causará, mais tarde , mais doenças principalmente as psicológicas. Pior: Ninguém tem direitos sobre nossa vida e do nosso trabalho. Isso é facismo. Desde, lógico, que eu obedeça as normativas de saúde.

A professora Wendy Burn diz que o maior erro em 1918 foi a presença de políticos na condução de medidas que caberiam apenas aos médicos. A presença política foi um desastre e, um desastre maior foi o  " enjaular" a população em casa como se fosse  resolver o problema.

Não resolveu naquela época e não vai resolver agora - diz ela.




 
José Kappel, Gazeta Mercantil e Biblioteca Nacional
Enviado por José Kappel em 24/03/2021
Reeditado em 24/03/2021
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