O atendimento hospitalar da pessoa com deficiência
No tocante atendimento das condições voltadas para paralisia cerebral e suas comorbidades entre outras que envolvam a dificuldade de aprendizagem, faço presente agora uma reflexão.
Quando uma criança, jovem, adolescente ou adulto apresenta uma condição genética e certas comorbidades voltadas para a dificuldade de aprendizagem, passa por uma consulta médica hospitalar por rotina ou por necessidade momentânea, acontece o primeiro contato entre os pais para ali estar relatando qual a queixa, dentro da normalidade já aprensentada.
Eu sou pai de uma mulher com paralisia cerebral e diante desse cenário que estamos vivenciando eu e minha esposa nos deparamos o quão difícil se tornou levá-la ao pronto atendimento.
Na maioria das vezes reparamos que os profissionais da saúde que nos atendem apresentam dificuldade em se fazer um diagnóstico clínico com segurança, cito como exemplo uma pessoa com PC que sempre apresentou certas complicações pulmonares e sintomas de convulsões onde sempre conseguimos tratá-la e administrar em casa, e com tudo isso hoje eles optaram por deixá-la internada levando a ao risco de contrair a CoViD e ao stress extremo não só para ela mas também para seus familiares.
Creio que os médicos generalistas devem escutar melhor os pais que convivem com essas condições, mas também, buscar não só o conhecimento como também a capacitação recorrente sobre a forma de como lidar com esses tipos de casos. Seja qual for a área de atuação desses profissionais se não buscarem o conhecimento e capacitação dentro da sua área de atuação, automaticamente estará promovendo a exclusão dessas pessoas.
Tem que evitar diagnósticos clínicos que levam a uma internação desnecessária.
Como esse contexto que estamos vivenciando não tem previsão de fim, torna-se mais difícil os profissionais da saúde diagnosticarem o que é de melhor para essas pessoas, ficando assim um diagnóstico meio que generalizado.
Contudo concluo a minha breve reflexão que, enquanto não tivermos uma medicina com olhar humanizado e acolhedor voltado para uma melhor capacitação profissional essas pessoas incluindo a minha filha, irão continuar a sofrer, isso falo no geral, seja em um pronto atendimento público ou privado.
É de suma importância que o MINISTÉRIO DA SAUDE E OS ÓRGÃOS ESTUDANTIS, revejam os seus projetos e currículos educacionais e incorpore com maior ênfase alguma disciplina voltada para um melhor conhecimento da condição humana da classe especial, que independente de sua específicidade tem todo o direito de ter uma atendimento humanizado e com qualidade, isso é lei é igualdade, é acolhimento, é humanização.
Esse foi um desabafo de um pai de uma mulher que sempre será minha menina na qual apresenta paralisia cerebral espática que com tantas idas e vindas dos prontos atendimentos me gerou essa reflexão.
Meu nome é José Deoclécio de Oliveira pai da Andreza que hoje está com 42 anos de idade.
Consultoria e colaboração:
Ligia Santana
Psicopedagoga e Pedagoga Hospitalar.
UNIFESP