A verdade dos sonhos.

“Os sonhos sempre serão a estrada real para o conhecimento da mente”.

Forrester na sua obra escrita em 2009 explica de forma clara e concisa que durante a noite , o relaxamento muscular provocado pelo sono reduz a censura interna, a resistência aos desejos, concluindo que sem a resistência e a ação do superego, os nossos desejos sempre alcançarão a nossa consciência.

“Não é possível dizer que um sonho é “somente” um sonho, na medida em que ele é um ato mental a parte integrante da vida interior de cada um” (SAROLDI apud FORRESTER, 2009, p. 16)

Não podemos controlar a nossa natureza instintiva a não ser através da nossa inteligência. Existe uma inteligência inconsciente a qual se revela na tradução do material pictórico que o sonho oferece à linguagem das ideias inconscientes.

Quem sonha se abandona à associações livres e por este motivo, os sonhos são considerados como as manifestações mais secretas do conteúdo da nossa alma. “É o falar sem saber que está falando” .

Todos precisam compreender que a vida mental se estende para além da consciência e é por esta razão que aos psicanalistas cabe investigar minuciosamente a importância que tem o simbolismo do sonho, afinal é ele um pensamento inconsciente.

Nem todas as pessoas sabem mas, tudo o que a nossa mente suprime no passado pode se tornar a força propulsora de um sonho e todos os sintomas são baseados e nutridos por uma fantasia inconsciente.

Enfim,podemos afirmar que o sonho é a produção e a comunicação de quem sonha.

Um sonho de um desejo recalcado, por exemplo, produzirá prazer e ansiedade ao sonhador.

Não, o inconsciente definitivamente não se cala; ele pode se comunicar através do conteúdo manifesto de um sonho (quando o sonhador conta a narrativa do sonho tal qual o sonho é lembrado ao acordar ou nos dias seguintes)ou através do conteúdo latente de um sonho(o significado do sonho obtido a partir de uma análise).

Jung sempre afirmou que se admitirmos o sonho como um produto também advindo da psique, não tem motivo de supor que a sua natureza e finalidade sejam diferentes de outros conteúdos também presentes na nossa psique. Assim, os sonhos são considerados como uma expressão natural de nossa imaginação. O nosso inconsciente não está mudo e usa uma linguagem direta para poder conseguir demonstrar a nossa realidade interna.

Estruturado como uma linguagem, o conteúdo do nosso inconsciente é indestrutível e os nossos sonhos funcionam como arquivos de atividade lógica. Quando sonhamos ,estamos documentando(registrando) a nossa realidade.

Durante todo o nosso sono, o inconsciente comunica os nossos instintos inatos que são reprimidos no período de vigília que censura a nossa alma racional.

Como influencia a nossa psique, os sonhos podem inclusive alterar os nossos comportamentos. É de fundamental importância esclarecer agora que a angústia que algumas vezes sentimos ao acordar nada mais é do que a consequência da briga mental que travam o desejo e a censura na nossa psique.

Enfim, o nosso inconsciente nunca será mudo e as pessoas que conseguirem interpretar os seus próprios sonhos, possuirão uma “chave mágica” para compreender e aceitar a sí mesmos.