A inibição do sono pelo uso de celular

A natureza nos proporciona os remédios essenciais para que tenhamos bem-estar físico, emocional e social. Um desses remédios é o sono. Entretanto, naquele momento que o despertador toca, quem nunca usou a função soneca? A vontade de prolongar o sono, seja pela famosa “preguiça”, uma insônia ou pelo hábito de dormir tarde.

Existem três fatores que estão diretamente ligados a regulação do sono: O primeiro fator é a necessidade de dormir (que está associado ao metabolismo da adenosina); outro fator, associado ao horário, é a luminosidade do ambiente (ciclo claro-escuro); já o terceiro fator, que podemos considerar o mais importante, é o comportamental (FREITAS Et. al, 2017). Quais ações são feitas próximo ao horário do sono?

Logo, o estender o horário que deveria ser dedicado ao descanso e, consequentemente, trocar a rotina do sono, traz significativas consequências para a saúde. Diante disso, você sabe quais consequências traz para sua vida ao não usar esse precioso remédio natural?

Algumas das consequências que é possível observar a curto prazo é estresse, irritabilidade, perda de foco, diminuição de produtividade, dentre outros. Já alguns prejuízos de médio e longo prazo são insônia, dor de cabeça e depressão.

Outra questão relacionada ao sono que hoje, mais que nunca antes, é primordial discutir, é a relação entre o sono e o uso de tecnologias, como celulares, tablet e computadores. Nos últimos anos ficou mais evidente a “dependência” desses meios de comunicação, que vieram para democratizar e aproximar a sociedade (o distanciamento social causado pelos mesmos é uma discussão para outro dia).

Com relação ao celular, de acordo com o IBGE, em 2017 a Internet era utilizada em 74,9% dos domicílios brasileiros. Entre as pessoas acima de 10 anos, 69,8% usavam a internet no período da pesquisa. Sendo que em 98,7% das residências em que havia acesso à Internet, o celular era a principal ferramenta de acesso (52,3% usam computadores).

No que refere-se a finalidade desse uso, 95,5% dos pesquisados declaram que é a troca de mensagens de textos, 83,8% utilizam para chamadas de voz e vídeo, 81,8% tem a finalidade de assistir vídeos e, por último, 66,1% usam para enviar e receber e-mail (IBGE, 2017).

Diante disso, com o uso excessivo dos celulares, principalmente perto do horário de dormir, é importante destacar que esse fato acarreta o retardo do sono e diminuição do estado de alerta. Além disso, inibe a secreção da melatonina, que é um dos hormônios responsável pelo sono, devido a exposição a luz (CHANG 2015 apud FREITAS Et. al, 2017).

Logo, isso requer a mudança de hábitos, como diminuir tal uso por pelo menos uma hora antes de dormir (LANAJ Et. al, 2014). Consequentemente, o uso desse remédio, que é o sono, aumentará a disposição durante o dia, melhora do humor, diminuindo de sonolência diurna e, principalmente, melhor qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

IBGE. Uso de Internet, Televisão e Celular no Brasil. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiais/20787-uso-de-internet-televisao-e-celular-no-brasil.html Acesso em: 23 de Junho de 2020.

FREITAS, C.C.M; GOZZOLI, A.L.D.M; KONNO, J.N; FUES, V.L.R. Relação entre uso do telefone celular antes de dormir, qualidade do sono e sonolência diurna / Correlation between mobile phone use before sleep, sleep quality and daytime sleepiness. Rev Med (São Paulo). 2017 jan.-mar.;96(1):14-20.

LANAJ K; JOHHNSON, R.E; BARNES, M.N. Beginning the workday yet already depleted? Consequences of late-night smartphone use and sleep. Org Behav Human Decision Processes. 2014;124:11-23. doi: 10.1016/j.obhdp.2014.01.001.