DIRETOR DO HC VÊ EUGENIA EM FALA DE BOLSONARO SOBRE PANDEMIA
Arnaldo Lichtenstein, diretor técnico de clínicas do Hospital das Clínicas, comentou falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a pandemia do novo coronavírus. Na avaliação do médico, não se trata apenas de negar a ciência, e sim de uma lógica eugenista. O comentário foi feito em entrevista à TV Cultura.
O comentário do médico foi em resposta a uma fala de espectador lida pela âncora Karyn Bravo. Ele lembrou que Bolsonaro disse que o Brasil vive neurose com o coronavírus e que 70% das pessoas irão pegar a covid-19.
"Isso que ele falou levanta um ponto importante. Não é um negacionismo da ciência, é uma linha de raciocínio muito diferente e cruel. Sabe-se que a epidemia vai passar quando 50% a 70% das pessoas estiverem imunizadas, ou com vacina, ou pegar a doença. Quando se pega isso o vírus arrefece. São 140, 120 milhões de pessoas", disse Lichtenstein ao responder.
"Com isso, o que vai acontecer, quando as pessoas não defendem o isolamento? Não se fecha comércio, a economia não para, o governo não precisa colocar dinheiro na economia, as pessoas que vão morrer muitas são os idosos, aí tem a fala de 'aí ia morrer mesmo' ou as pessoas que já têm doença. E vão ficar os jovens e atletas. Então se a gente pegar pedaços da fala tem uma lógica intensa. Isso chama eugenia, lembre-se de que sistema político mundial usava isso", acrescentou o médico.
"Então, quando você fala que 'morram os vulneráveis para a gente ter uma geração saudável', pode ser que esteja permeando essa história de 'vamos acabar logo com essa tortura, não vamos ter o derretimento da economia'. É uma coisa muito mais perversa do que simplesmente não acreditar na ciência, é um outro tipo de teoria que pode ser muito pior do que isso", finalizou Lichtenstein.
Eugenia é uma teoria criada por Francis Galton que defende o aprimoramento da espécie humana por meio de uma seleção tendo como base as leis genéticas.
A ideia foi utilizada pelo regime nazista para justificar o extermínio de pessoas consideradas "impuras" e criar uma raça denominada de ariana.
P.S. O texto acima é uma reprodução de um artigo publicado pelo UOL, na data de 12-05-2020, às 14h36min.
O teor integral dessa entrevista poderá ser confirmado acessando a URL mencionada a seguir: https://youtu.be/TDztePweQqc
O comentário do médico foi em resposta a uma fala de espectador lida pela âncora Karyn Bravo. Ele lembrou que Bolsonaro disse que o Brasil vive neurose com o coronavírus e que 70% das pessoas irão pegar a covid-19.
"Isso que ele falou levanta um ponto importante. Não é um negacionismo da ciência, é uma linha de raciocínio muito diferente e cruel. Sabe-se que a epidemia vai passar quando 50% a 70% das pessoas estiverem imunizadas, ou com vacina, ou pegar a doença. Quando se pega isso o vírus arrefece. São 140, 120 milhões de pessoas", disse Lichtenstein ao responder.
"Com isso, o que vai acontecer, quando as pessoas não defendem o isolamento? Não se fecha comércio, a economia não para, o governo não precisa colocar dinheiro na economia, as pessoas que vão morrer muitas são os idosos, aí tem a fala de 'aí ia morrer mesmo' ou as pessoas que já têm doença. E vão ficar os jovens e atletas. Então se a gente pegar pedaços da fala tem uma lógica intensa. Isso chama eugenia, lembre-se de que sistema político mundial usava isso", acrescentou o médico.
"Então, quando você fala que 'morram os vulneráveis para a gente ter uma geração saudável', pode ser que esteja permeando essa história de 'vamos acabar logo com essa tortura, não vamos ter o derretimento da economia'. É uma coisa muito mais perversa do que simplesmente não acreditar na ciência, é um outro tipo de teoria que pode ser muito pior do que isso", finalizou Lichtenstein.
Eugenia é uma teoria criada por Francis Galton que defende o aprimoramento da espécie humana por meio de uma seleção tendo como base as leis genéticas.
A ideia foi utilizada pelo regime nazista para justificar o extermínio de pessoas consideradas "impuras" e criar uma raça denominada de ariana.
P.S. O texto acima é uma reprodução de um artigo publicado pelo UOL, na data de 12-05-2020, às 14h36min.
O teor integral dessa entrevista poderá ser confirmado acessando a URL mencionada a seguir: https://youtu.be/TDztePweQqc