Afastando a Depressão

É muito comum associar-se doenças graves com estados psicológicos depressivos e grandes sofrimentos. Embora haja pouca estatística disponível, os comentários provenientes de observações do dia-a-dia levam-nos a esta conclusão. É possível que, no futuro, as estatísticas confirmem o bom senso popular, tantas vezes sábio e preciso.

A depressão continua sendo um mistério, apesar da grande quantidade de pessoas que sofre os efeitos do chamado mal do século; já se comercializa medicamentos e apoio psicológico em função da doença, cujas causas se desconhece, mas os efeitos são devastadores para as vidas de muitas pessoas.

O que seria a depressão? De onde provém esse mal? Como evitá-lo? É possível livrar-se dele?

Existem certas propensões psicológicas que contribuem para os estados mencionados, e poderiam ser neutralizadas pelo indivíduo. A tendência ao isolamento é uma delas, pois leva a pessoa a afastar-se de seus semelhantes e limitar as possibilidades de vencer a tristeza e o desânimo. Estamos aqui para viver socialmente e interessar-nos pelo que acontece com os demais; a instruir-nos e alegrar-nos com essa convivência, que nos é tão necessária como o ar que respiramos.

Essa propensão ao isolamento tem a ver com um outro defeito generalizado, a indiferença, pois elimina o interesse para com o que acontece conosco e os outros seres humanos. A vida não deve ser indiferente a nada; a morte, sim, é indiferente a tudo, disse certa vez o pensador González Pecotche. Devemos interessar-nos por tudo; principiando pela própria vida e o que poderemos fazer dela, transformando-a e enriquecendo-a continuamente.

No fundo, todos buscam a felicidade, e, ao não encontrá-la, caem na depressão. Isto por se concentrar a busca num só ponto e, ao não realizá-la, tudo parece desabar.

Será necessário buscar a felicidade em vários aspectos da vida, e conformar-se com pequenas vitórias, singelos sucessos, diminutas realizações, nos mais variados aspectos da atividade. Os pequenos sucessos acumulados podem ser as contas de um formoso colar chamado felicidade, oposto ao desânimo, ao abatimento e à depressão.

Será necessário desalojar da mente os pensamentos deprimentes. Buscar o conhecimento e a alegria, o otimismo e a esperança, que não existe para o pessimista, por achar que tudo termina por causa de uma contrariedade. Será necessário rever estes pensamentos obscuros, para livrar-se da depressão, um mal psicológico a se alastrar.

O ser humano deve atender a vida material, a psicológica e a espiritual. Qualquer desequilíbrio trará conseqüências para a estabilidade emocional, sendo a depressão uma das mais comuns.

Concentrar todas as energias no desenvolvimento da vida material, esquecendo-se das outras duas, trará um vazio interior que riqueza alguma haverá de preencher.

A vida espiritual assinalada deverá ser despojada de qualquer artifício místico ou contemplativo; significar a postura inteligente de quem quer se conhecer e aperfeiçoar, para ser útil a si mesmo e aos semelhantes.

Nagib Anderaos Neto

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