REFLEXÕES EM GRUPO DE AA 09-12-18 - FARÓIS

Vamos verificar a condição espiritual que estamos dentro dela há muito tempo, que é a Batalha Espiritual entre a humanidade e as forças das trevas. Deus, querendo que essa Batalha fosse encaminhada ao nosso favor e não para o lado dos demônios, mandou a Luz para a Terra, para nos iluminar, na forma de Jesus, o seu filho mais aperfeiçoado. Mas desde a Sua vinda, não faltou atribulações ao Seu redor. Foi nascer em Belém num dia que a cidade estava lotada, não conseguia os seus pais um lugar para ficar, com muito esforço foi cedido uma estrebaria. Nasceu entre os animais e logo teve que fugir para o Egito para se salvar do massacre das crianças promovido por Herodes. Depois que voltou para a Galiléia aprendeu o ofício do pai e o ajudava até completar os 30 anos, quando sentiu que devia cumprir sua missão. Foi até o Jordão onde João Batista profetizava para ser batizado por ele e logo em seguida foi para o deserto onde ficou 40 dias sendo provado a sua firmeza, recebendo constantes tentações do demônio.

A Luz estava enfim, chegando ao homem e nestes três anos de lições que Jesus nos legou, vou ressaltar uma delas, a que foi dada no final, no seu último dia entre nós. Jesus sentindo que iria ser preso e passar por todo aquele sofrimento físico, entrou em forte angústia e procurou sair para orar e meditar. Escolheu para ir com Ele os discípulos mais próximos: João, Tiago e Pedro. Chegaram ao pé do monte e Jesus pediu para os três ficarem orando e vigiando enquanto Ele subia para o Horto das Oliveiras. Após seu angustioso momento de oração, Jesus desceu e viu que os três discípulos estavam dormindo. Reclamou da situação e disse que precisava voltar mais uma vez para completar suas orações. Os discípulos se desculparam e disseram que isso não iria se repetir, eles ficariam orando e vigiando como o Mestre orientou. Porém, mais uma vez os discípulos não conseguiram cumprir o que prometeram. Antes que pudessem se justificar outra vez frente ao Mestre, eis que chegam os soldados tendo a frente Judas, que com um beijo sinaliza quem era aquele que os soldados deviam levar preso.

João, o mais sensível e dedicado dos apóstolos, assumiu uma culpa enorme em sua consciência, tanto assim que ela venceu o medo que afastou todos os discípulos da proximidade com o Mestre nos momentos cruciais da crucificação. Somente João estava presente ao lado de Maria, a mãe do ironizado “Rei dos Judeus”.

Uma noite em que João em sua cama se debatia com os remorsos da culpa, Jesus apareceu em seus sonhos. Pediu para ele rever todo o processo dramático daquele momento da crucificação, quando ele podia ter fugido, mas permaneceu firme e sozinho, e parecia ouvir a voz do Mestre mais uma vez dentro da sua mente: “Olha, João, nenhum dos que tanto ajudei e curei, ninguém dos que ouviram minhas lições estavam comigo... Eu tive que enfrentar sozinho o auge de minha decisão de cumprir a vontade do Pai. Mesmo Eu desejando que os amigos ficassem orando e vigiando, o Pai fez vocês dormirem, Eu teria que sozinho ser capaz de cumprir a minha determinação, sem ser “empurrado” por ninguém.”

Então, temos que compreender isso aqui em AA... nós devemos evoluir com a ajuda de todos, claro, como Jesus teve ajuda para implementar o seu ministério. Mas chega um momento crucial onde nossa decisão, pessoal, individual, solitária, é importante para o seguimento de nossa evolução. Eu tenho que decidir para onde eu quero ir, e ninguém pode fazer isso por mim, nem me “empurrar” para onde eu ainda não queira ir.

Estamos neste ponto da Batalha Espiritual: Jesus espalhou a Luz a partir da Galiléia e as trevas encontraram outra estratégia para ocultar a Luz. Criou o alcoolismo, a partir de uma droga fácil de encontrar e fácil de entorpecer os sentidos e o raciocínio do homem. Porém, Deus vendo o sofrimento do Homem dentro dessa prisão do alcoolismo, intuiu que duas pessoas alcoólicas pudessem conversar sobre o problema e sentirem o surgimento de Seu poder entre eles, o Poder Superior. Bill e Bob perceberam que ali estava a “luz no fim do túnel” e criaram a irmandade de Alcoólicos Anônimos. Cada sala de AA que existe ao redor do mundo, corresponde a um farol de luz pronto para guiar quem navega na escuridão. Agora, quem está operando este farol? Somos nós! Se nós não estivermos aqui para abrir a sala, quem estiver lá fora, perdido no mar das trevas, não vai se salvar. Esta responsabilidade é grande. Deus faz sua vontade acontecer através dos homens de boa vontade. Portanto, nós somos instrumentos de Deus, aqui nesta sala para fazer com que a oração de tantos pais, mães, filhos, esposas, maridos, possam fazer com que seus entes queridos que estão à deriva do mar trevoso, consigam ver a Luz, o alcoólico chegar na sala e tomar sua decisão. Aí, companheiros, não cabe mais a nós participar dessa decisão de não mais tomar o “primeiro gole” e de ser um membro efetivo da irmandade. É responsabilidade individual, solitária, e a pessoa assumir as suas consequências.