Nomofobia- Vicio em celular

Nomofobia é um transtorno emocional, uma dependência doentia do celular onde a pessoa carente precisa sentir que existe, que alguém se importa e lembra dela e quando isso não ocorre então sente-se desprezada, quase inexistente. A pessoa se desespera e de maneira alucinada fica no aparelho à procura de alguma coisa para se conectar pois sente-se esquecida, deprimida, inútil e não amada". Luiza Gosuen

Nomofobia- doença caracterizada pela compulsão do uso do celular e que tem como caracterizada o medo irracional de permanecer isolado de outras pessoas e desconectado do mundo virtual.

O ser humano quando com algum transtorno emocional, procura uma forma de suporte ou dependência para suprir essa carência. Algumas vezes, se afunda no trabalho com a necessidade de se destacar na profissão para poder ser reconhecido ou admirado. Outras vezes, se atormenta com o corpo e se mata em atividade física querendo ficar "sarado", podendo inclusive se sujeitar a várias cirurgias plásticas para ficar com corpo perfeito para depois tirar todas as selfies possíveis, postar e ser elogiado por todos. Tem ainda os casos dos que se envolvem com dependências de toda forma até pelas inúmeras conquistas amorosas, e tudo para conseguir alguma forma de se destacar entre os amigos e ficar em evidência no grupo. Só que, isso não tem fim e cada vez a pessoa precisa de mais atenção, mais comentários, likes e mensagens para suprir seu abandono existencial. O amigo e companheiro constante para sua carência é o celular, que apenas executa todas as suas vontades arrastando com ele seu diferencial como ser pensante, envolvendo-o numa teia de ilusão, consumindo seu talento e comprometendo seu desenvolvimento psíquico e intelectual.

O celular surge como essa nova onda. Começou como um "toque de classe", pois poucos tinham e era como uma forma de status. Depois que se popularizou, quem tinha o aparelho precisava mostrar e andar com o celular na mão - mostrando para todos que não era inferior a ninguém. E isso é outro tipo de carência evidente, pois não podia fica no bolso ou na bolsa, mas na mão ou em cima da mesa pra mostrar ou para ficar na expectativa de uma mensagem ou uma ligação. Essa dependência abusiva foi se tornando sem controle, inclusive com crianças, o que é algo preocupante provocando consequências psicológicas no decorrer da vida. E, quanto antes a criança entra nessa onda tecnológica mais problemas de toda ordem poderão surgir, desde contatos com estranhos, compartilhamento de conteúdos inapropriados para a idade, distanciamento das atividades escolares e familiares, isolamento de colegas da mesma idade e abandono das brincadeiras de criança.

É inaceitável uma criança substituir uma brincadeira que estimule sua criatividade, seu desenvolvimento cognitivo e emocional por um aparelho celular ou tablet e ficar presa a uma atividade que a vicie e a deixe presa a um mundo solitário e improdutivo. Se torna um fantoche manipulado pela tecnologia que nesse caso não é favorável, principalmente se não tiver controle e supervisão dos pais.

Muitas crianças, são incentivadas a essa prática, pelos pais que, soba autorização deles ou de responsáveis, passam horas diante de uma tela. Os pais, por sua vez, desprezam esse momento importante de convívio ou de brincadeira com a criança e ficam também presos a um celular e cada um preso em um mundo sem vida afetiva e solitário. Anulam a vida familiar e social em função do mundo virtual, passando horas com pessoas que nunca conheceu pessoalmente e ignora quem está ao seu lado.

Esse vício à procura de constante prazer e bem-estar libera de maneira exagerada os níveis de dopamina devido a hiperatividade desse neurotransmissor, podendo causar alteração no funcionamento cerebral como distúrbio no sono, irritabilidade, dores de cabeça e na coluna, sedentarismo, memória e concentração comprometidas, angústia, desatenção, excesso de peso, tendinites, problemas ortopédicos e posturais e problemas na visão.

Outros problemas causados pelo vício do celular são: falta de concentração nas atividades do trabalho, dirigir na cidade ou na estrada falando ao celular, displicência no cuidado e atenção com o que as crianças estão fazendo, na cozinha com as panelas que ficam esquecidas com fogo ligado, no descontrole com horário de comer e até de dormir.

Pessoas dependentes sofrem de alterações químicas no cérebro igual a qualquer outro tipo de vício, inclusive com reações como em crises por abstinência de um adicto (dependente de substância química), onde para aliviar os sintomas de inquietude é preciso estar com o aparelho na mão ou à sua vista para poder ter certo alívio, mas que não dura muito tempo, logo a ansiedade bate e precisa ligar o aparelho de novo e checar tudo.

Sintomas mais comuns:

* Desespero quando não localiza o aparelho;

* Irritabilidade quando o aparelho está sem bateria, ou acabando e não tem onde recarregar;

* Medo de alguém mandar mensagem e não poder ver;

* Ansiedade para alguém fazer contato;

* Sente a impressão de ouvir a vibração do aparelho, mesmo quando não está com ele;

* Interrompe imediatamente o que está conversando com outra pessoas quando o celular toca e precisa atender;

* Se desconcentra quando escuta um toque parecido com o do seu celular;

* Mesmo dirigindo tem impulsos de mandar mensagem e responder a uma chamada;

* Ficam deitados usando o celular até muito tarde e quando finalmente vão dormir, o celular fica ligado na cabeceira da cama, muitas vezes ao lado do travesseiro;

* Se perde o sono vai logo dar uma olhadinha se tem alguma mensagem;

* Necessidade mórbida de saber tudo que está acontecendo. Na maioria das vezes, por curiosidade no grupo de amigos, fofoca ou saber da vida dos outros;

*A primeira coisa a fazer logo que acorda é pegar o celular;

* Mesmo quando vai ao banheiro, fica checando todos os aplicativos. Muitos já deixaram até cair o celular no vaso sanitário;

* Estar à mesa em casa, no restaurante com convidados, na lanchonete com amigos e até com namorado com o celular ligado falando todo o tempo e checando tudo, sem dar atenção às pessoas que estão com você.

Tratamento

Numa avaliação psicológica a terapia poderá ajudar o paciente a baixar sua ansiedade, restabelecer sua autoestima e procurar novos relacionamentos e incentivos para sua vida. Quando o caso é mais severo, será encaminhado a um psiquiatra que avalia se há algum transtorno relacionado que pode ser síndrome de ansiedade, pânico, obsessão compulsiva ou fobia social.

Dicas para ficar em alerta e ajudar a si mesmo:

* Use o celular de maneira regrada, da mesma maneira quando se está em dieta e quer controlar o apetite ou seja com critérios, estabelecendo horários e curtos períodos para usar o aparelho.

* Não deixe o brilho da tela no máximo para não estimular ainda mais sua atenção.

* Desabilite as notificações para não ficar ansioso cada vez que tocar. Deixe para olhar apenas no horário que você estipulou para usar.

* Não tenha receio de perder uma ligação. Quem quiser falar de verdade com você, ligará novamente. Se a ligação for de trabalho ou algo importante interrompa o que está fazendo e atenda, se não for, deixe para retornar depois. Se for de empresas de marketing que esteja lhe aborrecendo, bloqueie o numero para não incomodá-lo.

* Antes de dormir, responda o que interessa e desligue o aparelho para dormir tranquilo.

*Não leve o celular para a mesa. Faça suas refeições com tranquilidade. Sua saúde é mais importante do que qualquer outra coisa.

* Em viagem, curta a paisagem ou a companhia ao lado. Mantenha o celular ligado, caso precise, mas deixe-o dentro da bolsa e pare o carro para usá-lo. Caso esteja de ônibus e alguém for buscá-lo na rodoviária, deixe para ligar quando chegar na cidade.

* Não fique conversando dentro de ônibus, metrô ou avião. Espere chegar e fale com quem quiser. É muito chato querer relaxar ou ler um livro durante uma viagem e ter que ficar ouvindo conversa de outra pessoa, principalmente se a outra pessoa está brigando, falando alto ou de maneira inapropriada...não faça isso!

*Não ande pela rua falando ao celular. Espere chegar e resolva o que precisar. Caso tenha que resolver algo de emergência entre numa cafeteria e converse sem se estressar.

* Se estiver dirigindo e lembrou de dar um recado, estacione com segurança no acostamento ou num posto e faça sua ligação.

* Desligue o celular no cinema, na palestra ou na igreja.

* Não fique usando celular quando está no banho ou em suas necessidades. Essas horas são importantes para o funcionamento e relaxamento de seu corpo.

*Saia com pessoas queridas e dê atenção a elas. O tempo passa depressa...não desperdice esses momentos.

Quando o celular pode causar prejuízos a saúde:

*A OMS - Organização Mundial de Saúde - decidiu mesmo sem ter estudos conclusivos ainda, classificar o uso do celular como possível causador de tumores podendo provocar riscos a saúde quando usado inadvertidamente.

* Morar ou trabalhar perto de antenas de emissora de rádio e de telefones deixa a pessoa exposta as emissões das ondas que elas emitem.

* Quem usa marca-passo já teve preocupação se os batimentos cardíacos poderiam ser prejudicados pelas ondas eletromagnéticas emitidas pelo celular. Anteriormente se tinha essa dúvida. Hoje já se sabe que não interfere na saúde, mas evite usá-lo no bolso perto ao peito e segure o celular com braço oposto ao que está o marca-passo.

*Evite deixar o celular carregando ao lado de sua cama quando vai dormir ou deixá-lo debaixo do travesseiro ou da coberta. Quando está carregando, ele tem uma reação exotérmica, ficando aquecido principalmente se as ventoinhas ficarem sem ventilação. Elas ficam na parte de trás para esfriar o aparelho.

*Não usar carregador se não for o original do aparelho. Essa pratica pode provocar super aquecimento e até explodir em sua mão ou rosto causando queimaduras graves.

*Nunca fale ao celular quando estiver ligado na tomada carregando a bateria.

*Não atenda ligações se o aparelho estiver com super aquecimento.

*No avião siga as instruções das comissárias de bordo.

*Não ligue o celular perto das bombas de combustível em postos de abastecimento por existir muita energia eletromagnética no local pode causar faíscas, porém isso também ainda não está comprovado. Na dúvida, evite.

*Não sair e esquecer o celular ligado no carregador em casa.

*Não use o aparelho se tiver alguma avalia com partes amassadas.

*Se estiver sem bateria ao se deitar e for precisar do celular durante a madrugada, carregue primeiro pelo menos um pouco e depois desligue para dormir tranquilo.

*Evite ficar tempo demais falando ao celular. Pesquisas apontam que falar 30 minutos por dia e isso durante 10 anos pode aumentar o risco de câncer no cérebro ao longo dos anos.Ainda gera controvérsias por esse aparelho usar energia não-ionizante ou seja de radiação fraca como de microondas, diferente das ionizantes usadas em Tomografia Computadorizada e RX. Como tudo é muito recente, melhor evitar.

*Mande mais mensagens ao invés de ligar e faça uso do viva-voz caso precise ligar para muitas pessoas.

*Existe estudos também no sentido de que ouvir música alta, com fone de ouvido por tempos prolongados, todos os dias, pode causar zumbido crônico nos ouvidos.

*Procure variar o lado do ouvido quando estiver falando por um tempo maior, para evitar que o aquecimento possa ter problemas de audição.

*Outro estudo revela ainda que como os homens guardam o celular no bolso da frente da calça perto dos testículos, o aquecimento do aparelho no bolso, pode provocar infertilidade masculina com a diminuição em 50% da produção de espermatozoides. Esse estudo ainda não está concluído, mas o número de infertilidade masculina tem aumentado muito entre os homens usuários de celular que os guarda no bolso da calça.

* Mantenha seu seu celular limpo. Limpe-o com álcool gel, pois ele é um dos lugares onde mais se tem bactérias e a proximidades com a boca, ouvido, nariz e garganta pode provocar infecção das vias aéreas, gripes e até pneumonia,

*Siga as recomendações do fabricante e poderá usar seu celular com segurança.

**IMPORTANTE

Se não conseguir seguir as metas acima, procure ajuda profissional. Esse vício é sério e pode comprometer muitas áreas de sua vida