Depressão: o adeus ou a saída do poço?
No começo parece tudo um grande vazio, talvez se o tempo passar volte tudo ao normal, é o primeiro pensamento vindo de não se sabe nem de onde, nem o porquê.
Ouve-se em ter pensamentos positivos, meditação, oração, sintonizar-se com o seu Eu superior. Ouve-se manter contato com a fé, com os seres superiores afim de conectar-se com a positividade.
Após tantas tentativas, sem resultado, perceber algo errado em si mesmo não é aceito prontamente: - Deve ser uma tristeza passageira! Tenta-se ler a Bíblia, um livro de autoajuda, assistir a um filme ou a TV.
A vontade e a atenção anteriormente básica e normal já não ocorre. Dispersão, desatenção, pensamentos desconexos ocupam aquele cérebro, outrora ativo e proativo.
No próximo estágio, haverá sempre um amigo (amigos-anjos) dizendo: será que você precisa de ajuda? Um terapeuta?
Assim, a fase mais complicada está chegando – admitir a doença -, ou admitir-se como doente. Chora sem motivo e o vazio já não é mais vazio. É um NADA!
O depressivo em estágio profundo não “sente nada”: prazer em nada, nada em suas perspectivas, nada em seus sonhos.
Quando procura o médico já lutando contra alguns pensamentos suicidas, teimosos a mostrar-se, em possibilidades com os próprios remédios, com os grandes viadutos, com os prédios bem altos.
Enfim, encontra no médico e no terapeuta, âncoras afim de que todo este mal estar acabe e pronto.
No início do tratamento medicamentoso, as reações são horríveis, é preciso força para entender os tais “comprimidinhos” milagrosos, estes trarão a luz à escuridão.
Mais intenso ainda é o processo de autoaceitação realizado pelos psicólogos. Ah! Este dói! E é uma dor em que se descobre uma outra pessoa dentro de você, talvez não tão “boazinha” ou “politicamente correta”. É até possível encontrar um “pequeno monstro” nesta catarse.
Por este motivo, algumas pessoas não continuam o tratamento. – Não! Esta não sou eu! Isso é maluquice!
Porém, quando chega-se a tentar o suicídio por três vezes e sua vida é salva. Algo está profundamente errado.
Claro! O Universo está te chamando para a vida. Tentando dizer: - hei! Eu sou a vida e preciso de você ainda! Ou você dá o adeus final e entrega à sua família e aos seus amigos uma tristeza sem fim.
Ou você segura firme a corda e sobe devagar, nó por nó, sem se influenciar por palavras ou pensamentos, tentando te derrubar novamente para o fundo do poço.
Olha para aquele azul singular do céu e diz: BEM VINDA VIDA! Cá estou eu novamente pronta para te enfrentar.
Os “nós” da corda são as medicações, as terapias pessoais elevando e fortalecendo seu EU.
E admitir ter uma doença psiquiátrica não é crime.
Crime é dizer NÃO à vida.