A alfabetização emocional evita o cyberbullying, você sabia?
Trabalhar os sentimentos das crianças e propiciar a elas momentos formas de expressá-los, facilitando as relações interpessoais é uma exigência deste século que tem como característica marcante o uso constante da internet e redes sociais e demais vivências trazidas pelo mundo virtual.
QUE TAL usar a alfabetização emocional em sala de aula?
A situação exige de nós, educadores, novas maneiras de ensinar e conduzir as crianças à resiliência e empatia, evitando assim que pratiquem o cyberbullying. Apesar de ser um problema que ganhou uma imensidão com grande rapidez e, na maioria das vezes transmite a ideia de não ter solução, precisamos usar nossas forças, buscar conhecimento, trocar ideias e assim encontrar aquela luzinha no fundo do túnel, mas que ajudará a evitar que crianças e adolescentes lancem mão de tal prática.
Para tanto precisamos trabalhar com dinâmicas diferentes e condutoras de respeito e aceitação das diferenças encontradas no outro. Mas esta atitude exige que a escola tenha pensamentos abertos e não aquela velha e antiga forma de ensino “engessado” que não permite ao professor usar novas maneiras de aprendizado. No planejamento escolar anual é de grande relevância inserir momentos para trabalhar o cyberbullying usando as artes em sala de aula como se fosse uma disciplina que compõe o calendário escolar.
É importante ficar atento no sentido de inserir os alunos em cada situação vivida, bem como levar para a sala de aula atividades diferentes daquelas cotidianas, assim o educador poderá contar histórias e pedir aos alunos que façam comentário a respeito; fazer concursos nos quais eles poderão compor ou adaptar alguma música que fale do bullying virtual; desenvolver uma peça de teatro ou passar um filme que conduzam os alunos a perceberem o quanto é triste maltratar o outro.
Já no final da aula ou em outro momento oportuno, você poderá conversar com os alunos para saber o que eles sentiram durante as atividades, qual foi a mais interessante e o porquê e sempre deixar alguma pergunta para que pensem e respondam depois. Esta é uma forma de leva-los a pensar e procurar solução para as práticas de cyberbullying.
A escola e a alfabetização emocional!
Os professores já perceberam que suas atribuições vão além de ensinar números e letras, pois atualmente desenvolvem o papel de pais, amigos, confidentes e porque não dizer, fazem praticamente parte da família do aluno. Com isto as escolas estão adaptando seus ambientes e acrescentando em cada sala de aula um “cantinho especial” no qual as crianças podem escrever tudo que estão sentindo e depois levar os escritos para que sua família leia.
Esta é uma excelente maneira de direcionar, facilitar e dar liberdade aos alunos para falarem de seus sentimentos, conseguir saber o que os faz ficar tristes, magoados, o quê e pra quê praticam o cyberbullying. É comprovado que quando a criança “engole suas mágoas” seja porque não tem com quem desabafar ou por não ter coragem de fazê-lo com seus pais ou professores, suas dores vão se acumulando e na adolescência são colocadas para fora, tornando-se fatores condutores de agressão.
A importância da alfabetização emocional!
A alfabetização emocional é tão importante quanto as outras disciplinas do currículo escolar e há uma justificativa gritante que explica muito bem o porquê. Para viver bem é necessário estar bem, ou seja, para a criança aprender, correr, brincar, estudar e desenvolver todas as atividades que a escola exige, ela precisa estar bem emocionalmente.
Caso contrário seu rendimento será baixo além de se tornar uma pessoa triste e fechada em si mesma. Daí a importância da alfabetização emocional, que atua como uma sessão psicológica, uma forma de extravasar emoções, deixar fluir os sentimentos, ser feliz e reter todo o conhecimento que for permitido a uma mente infantil.
Sônia Maria dos Santos Araújo
Ms. em Educação