Geração digital: forte e frágil no mundo virtual!
Cada geração tem sua marca, seus valores, seus recursos e inovações, bem como deixa para trás algo já vivido pela geração imediatamente anterior.
Nessa era da frágil geração digital, surgem mudanças e valores anteriormente não vividos, por exemplo, pelos irmãos mais velhos ou mesmo pelos pais.
Com isso percebe-se que sempre há inovação, mas nunca uma geração foi capaz de viver tantas mudanças e num espaço de tempo tão curto, quanto a chamada “geração digital.” Isso porque a era digital, exigiu várias mudanças tecnológicas e ofereceu inúmeras opções de uso.
Mas também fez surgir novos problemas e maiores dificuldades de relacionamentos, principalmente para os pertencentes a essa gloriosa geração digital.
A geração digital desconhece as brincadeiras!
Tempos atrás havia vários tipos de brincadeiras que ofereciam maior interação entre os participantes e estes tinham somente a intenção de brincar. Ao entardecer bastava chegar na rua, os amigos se aproximavam e logo estava formado um grupo de amigos.
Não se assustem, é verdade, na década de 70, ou seja, antes da geração digital, era possível sim brincar nas ruas, mesmo com a eterna vigilância dos pais que acompanhavam tudo.
Naquela época a brincadeira era algo vivido por todos os participantes, ou seja, era brincadeira de verdade e além disso mais saudável e exigente, o que parece contraditório.
Isto porque ela exigia estratégias e rapidez de pensamento, trabalhava a coordenação motora; estimulava a ter noções de números, capacidade física (correr, pular, puxar) e levava a criança a entender que na vida, algumas vezes se perde, noutras se ganha.
As brincadeiras estimulavam a mente e o físico!
Havia brincadeiras nas quais era necessário fazer uso da imaginação para com isso, encontrar uma solução para a situação vivida. Era preciso conter os instintos, ter calma, paciência e principalmente estar ao lado e salvar os amigos.
Hoje não, a brincadeira conhecida pela geração digital é fazer piadas com outros usuários via redes sociais, é banalizar sentimentos, faltar com o respeito ou mesmo ficar inúmeras horas diante de uma máquina capaz de tudo, inclusive levá-la a perder a noção de tempo.
Em relação aos amigos, basta aceitar a solicitação de um desconhecido e pronto, está feita mais uma amizade. A geração digital, possui uma lista enorme de “amigos”, com uma característica bem peculiar: são amigos que nunca se viram, não se conhecem, não sabem as vivências, não compartilham as vitórias e derrotas do outro.
Apesar de difícil, devido às inúmeras mudanças é possível fazer um paralelo entre as gerações: os amigos existentes na década que permitia “o brincar nas ruas” eram amigos reais, crianças e adolescentes que cresceram juntos e não disputavam nada, somente queriam brincar. As vitórias ou derrotas dos participantes não eram divulgadas na internet, elas eram esquecidas tão logo a brincadeira acabava.
Geração digital = amigos virtuais!
Mas na geração digital os amigos são virtuais, diferentes, desconhecidos, disputam as imagens e devido a isso há uma grande facilidade em “descartar” essas amizades. Assim, da mesma forma que fazem um grande grupo de amigos, são capazes de desfazê-lo sem nenhuma dificuldade, basta “clicar não aceitar.”
Sem olhar na cara, sem dizer o porquê, sem nenhuma explicação ou laço que faça algum sentido.
Essa fragilidade dos sentimentos associada ao uso constante das redes sociais, conduz a perda de valores em relação ao outro e assim, maltratar, torna-se algo corriqueiro e banal.
Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. Em Educação
O respeitar faz bem!