Espectador! a mudança está em suas mãos!
Quando falamos do cyberbullying e seus participantes, enfatizamos sempre a figura do autor: discutimos seus problemas, dores e dificuldades de relacionamentos, independentemente se dentro ou fora da família, a falta de amigos, essenciais não só, mas principalmente na adolescência.
Discutimos também o papel da vítima, maior sofredora, na visão de todos, pois é quem recebe as agressões, fica exposta a ação de conhecidos e desconhecidos.
Constrangida perante os diversos e constantes ataques, tenta encontrar uma solução e a opção, é ocultar seu sofrimento e “fazer de conta” que está tudo bem.
Mas isto só acontece, se ela tiver forças suficientes para sustentar as agressões até encontrar alguém que possa ajudá-la, alguém em quem possa confiar. Caso contrário poderá querer resolver a situação sozinha, o que sabemos, é impossível. Como última tentativa poderá lançar mão de meios extremos, como atentar contra a própria vida.
Até aqui falamos do autor e da vítima, mas e o espectador, aquele que presencia todos os acontecimentos? Qual será sua contribuição no cyberbullying? Apesar de parecer uma figura meio esquecida e, na maioria das vezes considerada por nós, de pouca ou nenhuma importância, sua atuação é o ponto chave para a existência da referida prática.
Todos os protagonistas possuem grande responsabilidade nesta prática, mas a do espectador é bem maior ao constatarmos que ela só existe se houver sua atuação.
Porque vejam, se o autor enviar uma mensagem falando deste ou daquele colega ou mesmo de um desconhecido e o espectador não reenviar esta mensagem, não haverá cyberbullying, levando à conclusão que a ocorrência desta prática está vinculada a existência do referido protagonista.
Uma boa forma de entender esta colocação é fazer um paralelo com um artista encenando um show: ele só fará sucesso, só será bem sucedido na sua carreira, se houver um público para aceitar e gostar de suas encenações; se houver uma plateia para aplaudir de pé e comentar ou recomendar aquele espetáculo aos amigos ou mesmos a desconhecidos.
Conclui-se que, se o espectador é responsável por aceitar, divulgar e incentivar o cyberbullying, ele pode, ao mesmo tempo, recusar as mensagens recebidas ou não repassá-las e assim, acabar com esta prática tão nociva a todos os participantes.
Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. Em Educação
O respeitar faz bem!