ACORDA SOCIEDADE: o cyberbullying está batendo à porta!
Ontem, dia 20 de outubro, tivemos mais um caso de cyberbullying, agora em Goiânia. O autor disparou contra os colegas, matou uns, feriu outros e a prática ganhou novamente as primeiras páginas dos informativos.
A cada dia uma vida ou várias se vão e a sociedade ainda não acordou para a gravidade do problema. Muitos ainda acham graça, fazem piada e pensam se tratar de uma brincadeira.
Já as escolas, famílias, igrejas e clubes se eximem do seu papel de educadores, transferem a culpa para a internet e redes sociais e pronto, o problema está resolvido, até que aconteça uma nova tragédia, para fazer esquecer a anterior.
É necessário entender que o cyberbullying é um problema social, por isso diz respeito a todos nós, independentemente se pais ou qualquer outro educador.
PENSE NO SOFRIMENTO DA VÍTIMA!
É triste, preocupante e lamentável, um adolescente precisar matar o outro, para conseguir chamar a atenção para um problema que está vivendo.
Enquanto os pais choram suas perdas ou passam horas pensando no que fazer com os filhos adolescentes, a escola, na tentativa de transferir a culpa, procura uma maneira de castigar o autor.
Ele é sempre o culpado, não importa a motivação ou seja, não questionam o porquê da atitude daquele adolescente. Não querem abraçar o problema e encontrar uma solução, pois estão, na maioria das vezes, mais preocupadas com seu nome e reputação.
A LEGISLAÇÃO NÃO TROUXE MUDANÇAS!
Muitas escolas não trabalham o cyberbullying, mesmo havendo uma lei que impõe essa necessidade. A lei 13.185/95 mais conhecida como Lei Antibullying não trouxe nenhum avanço ou novidade, mesmo após tantos anos de publicada.
Isto comprova que somente a legislação não funciona. É necessário haver laços que levam a entendê-la, bem como pessoal capacitado na área.
Se a escola de braços dados com a família e a sociedade não perceberem o cyberbullying como um problema que exige solução imediata e começarem a trabalhar nas crianças, os diversos valores inerentes ao ser humano, os casos ocorridos continuarão a ser “manchetes de jornais”.
TRABALHAR O CYBERBULLYING É “PERDER TEMPO” ???
Hoje é comum encontrar escolas que possuem em seu quadro de servidores, profissionais analfabetos na área digital e por isso, julgam que o cyberbullying é algo passageiro ou mesmo uma bobagem que logo será esquecida.
Há alguns dias fui oferecer os serviços de palestras em uma escola e a direção me disse em alto e bom tom, que a escola não pode “perder tempo com palestras de cyberbullying”. Ela precisa ministrar as disciplinas, pois "as palestras" não constam no calendário escolar.
Eu fiquei boquiaberta e no momento não soube o que dizer, porque o disparate foi tamanho, que me deixou perplexa.
Nos tempos atuais, uma escola negar a existência de cyberbullying dentre seus alunos, não possuir um programa antibullying e menosprezar o trabalho de prevenção que deve ser feito, é simplesmente inaceitável.
Isso nos leva a questionar que educação é essa que nossos filhos recebem e daí a necessidade de cobrarem dos educadores, trabalhos de prevenção, bem como exigirem um programa antibullying, necessário em todas as escolas.
Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. Em Educação
O respeitar faz bem!