E se fosse com você?
Há poucos dias, eu estava fazendo compras num supermercado e fui reconhecida por um adolescente que estuda numa Instituição na qual eu havia feito uma palestra, tempos atrás.
Começamos a conversar e ele disse achar legal, os colegas trocarem mensagens “engraçadas” entre eles e que não vê nenhum mal nisto, ao contrário, todos riem.
Sim, quando todos os participantes fazem do ato uma brincadeira, quando eles riem e se divertem, realmente é saudável e prazeroso para todos, isto é uma brincadeira, e só é brincadeira, justamente porque todos os envolvidos participaram, se divertiram e gostaram do resultado final.
O problema surge, quando alguns se divertem à custa do sofrimento de outros. Se um adolescente coloca um apelido, altera uma foto ou ri de situações vividas por outro, independente se o outro é ou não conhecido, este adolescente não está fazendo uma brincadeira.
Na verdade ele está sendo uma pessoa desrespeitosa, maldosa e no mínimo mal educada, pois não conhece ou não sabe respeitar as diferenças e limites existentes e exigidos para uma boa convivência.
Por isto ao postar uma imagem, ao fazer uma “brincadeira” pense bem antes, tente se colocar no lugar do outro, pergunte a si próprio: se fosse comigo, será que eu iria gostar? Encontre a resposta e depois faça uma nova pergunta.
Eu me sentiria bem ao ver minhas fotos sendo alteradas, divulgadas nas redes sociais e colegas e/ou desconhecidos rindo de mim? Qual seria minha reação, se eu fosse uma vítima de cyberbullying?
Estes questionamentos são capazes de levá-lo a sentir um pouco daquilo que está prestes a transmitir ao outro e podem fazê-lo mudar de ideia, evitando com isso o desgaste das relações e as dores de ser uma vítima de cyberbullying.
Ser capaz de vivenciar o que o outro está sentindo, se colocar no lugar do outro, ou seja, ter a empatia, é uma maneira de evitar desavenças e práticas de cyberbullying entre os adolescentes.
A escola pode trabalhar dinâmicas que desenvolvam a empatia e que conduzam os alunos a perceberem o mal que causariam se atuassem dessa ou daquela maneira. Mesmo porque, algumas vezes o adolescente acredita se tratar de uma brincadeira, portanto não irá causar nenhum mal ao colega.
Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. Em Educação
O respeitar faz bem!