RELACIONAMENTO TÓXICO
AS 3 FASES DE UM RELACIONAMENTO TÓXICO:
O PRÍNCIPE ENCANTADO – FASE DA IDEALIZAÇÃO
Idealização, Desvalorização e Descarte: as três palavras mais terríveis para qualquer um que já tenha se envolvido no ciclo de uma relação com uma ou um sociopata narcisista e antissocial.
No início de seu relacionamento ela era tudo o que você sempre quis? A príncesa encantada com quem um dia você sonhou e quando acordou, lá estava ela aos seus pés? Aposto que ela era. Era todo carinho e adoração? Sua atenção, seu tempo, seu interesse, tudo era para você?
As surpresas inesperadas, os elogios constantes que faziam com que você se sentisse lindo e muito especial? Ela parecia genuinamente ouvir o que você tinha a dizer? Horas conversando… e de repente, você achou sua alma gêmea, sua melhor amiga e a amante mais cuidadosa? Tenho certeza que sim!
As sociopatas narcisistas e antissocias são mestras absolutas do charme e manipulação. Elas têm a incrível capacidade de ser exatamente o reflexo daquilo que você deseja, quer e precisa. Mas não se engane, a sociopata não se importa com você. Nada daquilo que você vê é real. É tudo desenhado para a conveniência dela e para que ela consiga adentrar suas defesas, limites e espaço pessoal, tomando o controle de seu tempo, de sua atenção, de sua vida. Esse sonho tem um prazo de duração e quem determina esse prazo é ela.
No início do relacionamento com uma sociopata, todas as emoções normais de euforia que se sente quando se inicia um novo relacionamento estão lá. No entanto, ainda que tudo esteja perfeito, tem sempre algo estranho sobre ela que não se encaixa, que você não entende bem o que, mas decide ignorar para continuar vivendo o sonho.
Uma vez que a sociopata percebe que você pode ser uma fonte viável de suprimento narcísico, investirá em você tão rápido, tão alto e com tanta força que você não vai saber o que o atingiu. Você mal acreditará quanto esta pessoa parece estar apaixonada por você. Seu charme e constante afeto não são como nada que você já tenha experimentado antes. Ela realmente parece boa demais para ser verdade…
A idealização é a primeira fase neste ciclo surreal constante que é a relação com sociopatas. É a “fase do pedestal “, isto é, você é posto na posição de um deus, e ela parece tão sincera, faz com que você se sinta tão bem e produza tantas daquelas endorfinas da paixão, que logo você fica dependente . Ela demanda seu cuidado e atenção constantes, despertando em você a empatia e seu lado paternal.
Nessa fase ela moveria montanhas para sua felicidade. Ela ama tudo sobre você e faz questão que você saiba disso. O contato com você é constante. Faz planos, quer te ver, ouvir sua voz mesmo que seja para um simples “oi”. “Desfila” com você para os amigos e quem sabe até para sua família, como se você fosse um troféu do qual ela está orgulhosa. E você lá, deslumbrado com toda essa atenção que nunca recebeu de ninguém. Por ela, você começa a dizer a si mesmo que tudo vale a pena e… logo colocará isso em prática…
Vocês se conhecem há pouco tempo, mas já parece anos. Tudo se move rápido com ela. É comum a sociopata falar rapidamente de casamento, filhos e tudo que ela, estudando você, saiba que você quer ouvir.
Como são irresponsáveis, inconsequentes e não sentem qualquer culpa ou remorso, dirão essas coisas mesmo sem nenhuma intenção de concretizá-las. Ainda que cheguem a concretizar algo, viram as costas para essas coisas sem nenhuma cerimônia. Mas isso só acontece mais tarde… quando já atingiram todos os seus objetivos obscuros.
Na fase da idealização estamos só no começo. Nessa fase parece que ela não se cansa de você, certo? Errado! Ela pode e ela vai se cansar. Logo. Uma vez que a narcisista percebe que a “comida dela está no anzol”, ela começa a enrolar a linha para trazer sua presa para suas mãos. E é aqui que começa o verdadeiro pesadelo.
PRÍNCIPE OU SAPO? – FASE DA DESVALORIZAÇÃO
Desvalorização é a segunda fase do ciclo que compõe a relação com sociopatas, em especial, a narcisista . Eu, pessoalmente, não estou bem certa de qual fase é pior, a desvalorização ou o descarte. Ambas são terríveis.
Agora que você está viciado em toda a atenção, romantismo e bombardeamento amoroso que vêm em sua direção com grande intensidade e rapidez na fase da IDEALIZAÇÃO prepare-se porque é hora de conhecer a mulher (ou o homem) com quem você está realmente.
A narcisista tem dois métodos para fazer o outro se sentir abaixo de zero: ela pode destruir de forma rápida e brusca o pedestal sob seus pés, desaparecendo no nada como se você nunca tivesse existido, sem dar a mínima explicação e comodamente reaparecer como se nada fosse ou… fazer isso de forma lenta, insidiosa e cruel.
É quando escolhe esta segunda técnica de desvalorização que ela mina sua autoestima, corrói sua identidade, desdenha de seus sonhos e conquistas, aponta de forma cruel seus defeitos, isola-o do mundo acusando a todos, levanta contra você suspeitas daquilo que você não fez, alterna sua cara amarrada e mal humor com pequenos gestos de doçura (de modo que não perca o controle sobre você), enfim, lhe faz provar um doce-amargo constante e infernal, de modo que você passa a ter diante de si alguém que você “ama”, mas que estranhamente lhe entristece a maior parte do tempo.
Ela fará isso com tudo o que ela tem em seu arsenal. Seu arsenal é bem abastecido. Abastecido com seu ódio, raiva e incapacidade de assumir a responsabilidade por qualquer de suas ações ou receios. Sempre com raiva, busca culpar qualquer um além de si mesmo por tudo que não dá certo ou que lhe desagrada. Ela nunca fez nada. Ela é a vítima. Não importa quanto você a venere, obedeça, ceda ou concorde, você sempre fez algo terrível que “a magoou profundamente e que justifica os seus mau tratos”…
Pesquisas mostram que a maior parte das narcisistas desenvolvem seu transtorno no início da adolescência e também na infância, quando não conseguem desenvolver bem o superego. Muitas vezes, é um resultado direto de abuso ou negligência. Outras, resultado de uma vida sem limites por parte dos cuidadores. Principalmente, se não quase sempre, por parte da mãe.
Mas, pare! Eu sei no que você está pensando: Não, você NÃO pode ajudá-la. Quem se envolve com alguém assim precisa de mais ajuda do que ela. Você não pode ajudá-la pelo simples motivo que ela não acredita que haja algo errado com ela. O problema “está com você”. No final você será difamado como louco, perseguidor, fútil, interesseiro, etc. Você será o que na verdade ela é e por isso projetará TUDO em você.
Na verdade, a narcisista é uma grande impostora que projeta uma imagem charmosa e perfeita. Mas sua incapacidade de manter a máscara, permite que você enxergue rapidamente ver quem ela realmente é. E se você não ignorar seus instintos, é claro…
Sua própria turbulência interna, baixa autoestima (ao contrário da crença popular, narcisista não têm a autoestima elevada que mostra ao mundo) e medo de abandono, faz com que a narcisista abandone as pessoas com grande facilidade. Isso não deixa de ser um mecanismo de defesa contra aquilo que no fundo, teme. Ah, e não, não adianta assegurar-lhe que você não vai abandoná-la. Isso só vai enfurecê-la, mostrar quanto você é submisso e fraco. Na verdade isso mostra que você tem para dar um amor que ela não tem e isso faz com ela se sinta inferior e inadequada. Não é o seu abandono que ela teme. É o da mãe (que está no passado, mas que a assombra) e isso, você não pode mudar. Não, nem mesmo com todo o amor do mundo. Na verdade, sua busca é receber amor de seu objeto primário (a mãe), o que nunca ocorrerá porque o tempo em que essa ferida se abriu está lá na infância, impossível de se resgatar na fase adulta quando se trata de narcisistas e antissociais.
Na fase de desvalorização, o que ela antes achava incrível sobre você agora se torna veneno. Assim, lançará farpas sobre você sem nenhuma razão aparente. É o momento de destruir em você tudo o que ela admira e que sabe não possuir. Isso faz imensa confusão na cabeça das vítimas. Elas são incapazes de compreender por quê isso acontece. Como você poderia ser amado num minuto e tão ferozmente detestado no próximo?
É nessa fase que a narcisista vai usar tudo o que você confidenciou-lhe, contra você. Lembre-se: a narcisista é uma predadora e sua presa é bem dimensionada na fase de idealização. Todo o tempo que ela escutou você tão atentamente, espremendo mais e mais informações sobre a sua vida, seu passado e seus objetivos atuais e futuros… lamento em informar: ela estava apenas observando, estudando você… e essa pesquisa culminará com a sua destruição final e devastadora, basta você permitir.
Ela passa a criticar tudo sobre você, desde a maneira de olhar, rir, dormir, comer, se vestir, se relacionar com os outros, sua família, seus amigos, tudo será alvo de críticas. Críticas abertas ou veladas. Algumas vezes escrachadas outras travestidas de “eu só estava brincando”… Ela pode vir a público e criticá-lo severamente ou pode fazê-lo muito sorrateiramente, tentando disfarçar como se ela só quisesse ajudar…
Ela não ajuda e não ajudará jamais. Jamais será a companheira que você sonhou.
Se você for do tipo questionador, que capta quando há maldade, ela vai devolver para você com sua especialidade: o tratamento silencioso. Uma agressividade passiva, um “silêncio ensurdecedor” que acusa você sem sequer uma palavra. É um de seus métodos mais cruéis e mais utilizados contra suas vítimas mais inteligentes e questionadoras.
Ela não consegue argumentar seu comportamento completamente desequilibrado então fica calada, castigando, insinuando que você está tão errado que não vale a pena nem dirigir-lhe a palavra! Diga lá: São mestras ou não em manipulação?
Aos poucos a narcisista separa-se emocionalmente de você. Isso faz com que você se pergunte o que fez de errado e inicie uma maratona para “compensá-lo” e trazer a relação para a primeira fase. A resposta é mais distanciamento e indiferença. Ela sabe bem o que está fazendo. Passa a dar desculpas para gastar menos tempo com você, chegar tarde em casa, não aparecer, não dar sinal por dias.
Nesta fase você terá pequenas pausas em que será bem tratado. Isso acontece quando ela percebe que você está se distanciando, andando com as próprias pernas, desligando-se do abuso. Ela não quer que você se vá antes que ela esteja pronta para descartá-lo e, para evitar isso, vez ou outra se apresentará com a máscara do começo. E isso só causa mais confusão emocional, a não ser, é claro, que você já entenda com quem está lidando. Se já entende, esta é sua chance de cair fora antes de ser massacrado. Você será, basta esperar.
De repente, o seu trabalho torna-se engolir abuso, humilhações, abandono e choro. O que a narcisista está fazendo com você é a DESVALORIZAÇÃO propriamente dita. Ela faz isso porque é irremediavelmente machucada por dentro. Uma verdadeira zumbi moderna, vazia de outra coisa senão instintos mais primitivos e gratificações instantâneas. Ela faz isso porque realmente não está disposta a fazer tudo o que é necessário para manter seu suprimento narcísico (você). Ela precisa de suprimento narcísico (atenção, dedicação, adoração, subserviência, sexo, etc) como uma droga. Ela quer agora e não quer trabalhar por isso. Ela sabe disso e se ressente.
A narcisista se cansa muito facilmente e, como qualquer viciada em drogas, precisa de mais e mais a cada vez para manter “seu barato”.
Quando a euforia sentida no início de qualquer relacionamento acaba, uma vez que está provado que surge de substâncias químicas no cérebro, ela simplesmente se entedia e se enfurece. Sabe que o problema está com ela, mas projetará culpas imaginárias sobre você para não ter que lidar com sua superficialidade, além de ter uma desculpa para partir para a próxima vítima que lhe dê suprimento novo, sem parecer a vilã da história.
As pessoas saudáveis, durante a química da paixão, podem desenvolver outras ligações, respeito pelos limites do outro e outros sentimentos que criam laços mais profundos, substituindo a paixão química. Há desenvolvimento de uma relação saudável onde ambos mantêm sua autonomia como indivíduos. Então esqueça: Você jamais terá isso com uma narcisista patológica. Ela não permitirá que tais laços se estabeleçam. Ela olha para as pessoas nesses relacionamentos como fracos, submissos ou patéticos. Isso ocorre porque alguns estágios emocionais e de desenvolvimento da narcisista foram atrofiados na infância ou adolescência por algum evento traumático, ainda que esse trauma seja uma mera percepção dela de um determinado fato. É claro que nem todo mundo que experimenta traumas de infância desenvolve Transtorno de Personalidade Narcisista.
Então acredite, na desvalorização o que ela deseja é destruir sua mente, seu brilho, sua energia vital, pelo simples fato de que ela se ressente de sua dependência por você, e é através da desvalorização que ela conseguirá colocá-lo na posição de dependente, de modo a sentir-se um pouco melhor. Quem chegou a esse ponto deve preparar-se para o golpe final: O DESCARTE.
DO CASTELO À LATA DO LIXO – FASE DO DESCARTE
O DESCARTE é a terceira e última fase da experiência traumatizante e dolorosa que é o encontro com uma sociopata narcisista. Prepare-se, pois é nessa fase que você vai vê-la completamente sem máscara, numa versão diabólica que você nunca pensou em associar àquele anjo imaculado que você conheceu e que lhe deu tanta lição de moral e bons costumes ao longo de toda relação.
Quando ela tiver rasgado você ao meio e arrastado seus pedaços para as profundezas do inferno com suas agressões verbais, sua humilhações, suas mentiras, traições, inversões, projeções e, em muitos casos, atos de violência física , ela vai descartar você.
Assim que ela tiver sugado por completo sua energia vital, deixando-o esvaziado da alegria de viver, autoestima, amor próprio, autorrespeito e dignidade, ela vai jogá-lo fora com crueldade e sangue frio. Simples assim, como se você um pedaço de papel sujo. Papel higiênico que ela usou para se livrar de sua sujeira, constantemente projetada sobre você. Só então ela estará pronta para descartá-lo.
Durante a fase de desvalorização, a vítima tenta incansavelmente descobrir o que fez de errado para que sua parceira tão perfeita do início se voltasse contra ele de forma tão furiosa. Ao longo da fase de desvalorização, a sociopata deixa bem claro que tudo foi culpa sua. TUDO. Ao final, a vítima está cansada, reprimida, deprimida e oprimida.
Neste ponto provavelmente já se tornou tão isolado que tem pouca ou nenhuma vida social. Enquanto ela a encantava com carinho e atenção ímpar, sorrateiramente exigia seu afastamento dos hobbies, amigos, familiares e colegas. Ora mantendo-o ocupado (e distraído) com atenção constante, ora castigando-o com mau humor e tratamento silencioso de modo que, aos poucos, você começa a evitar as condutas que desagradam o parceira “tão apaixonada”.
Em um piscar de olhos você está distante de tudo e de todos que possam ser para a sociopata uma ameaça. Qualquer coisa que receba seu carinho e atenção, não é bom para você e, logo, deve ser eliminado. Sua vida e interesses devem ser dedicados exclusivamente a ela. Ela nunca diz isso abertamente. Conduz sua vítima a isso, através de manipulações, vitimizações, acusações e mentiras. E assim foi, sem você perceber.
A sociopata consegue isolar e degradar a identidade e autoestima da vítima para igualar à sua. Esvaziada, de joelhos, completamente perdida e sem vida própria, a vítima já não tem para fornecer qualquer suprimento narcísico (adoração, atenção, sexo, presentes, etc) e aí chega o momento em que ela vai descartá-lo sem olhar para trás, como se nunca tivesse existido. Aquele amor eterno prometido, os planos grandiosos para o futuro, tudo se perde no nada. É como se nunca tivesse acontecido e a naturalidade com a qual ela faz isso vai deixá-lo confuso, machucado, humilhado e sem vontade de acordar de manhã.
Mas escreva minhas palavras: Ela nunca vai deixá-lo a menos que já tenha garantido uma nova fonte de suprimento narcísico. Leia de novo. NUNCA. Pode não ser um amante. Pode ser qualquer coisa (carro novo, consumismo, viagens, etc), novos amigos, velhos amigos, ex, qualquer coisa que naquele momento a sociopata narcisista perceba ser uma maior ou melhor fonte de suprimento narcísico.
Incapaz de viver luto por perdas e de passar períodos sozinho, ela está sempre à procura de uma melhor “alimentação”. Sempre. Ao afastar-se e observá-la de longe, você se verá diante de alguém promíscuo, que troca de parceiro com a naturalidade de quem troca de roupas. Você testemunhará futilidades absurdas em seus costumes consumistas.
Você ouvirá mentiras a seu respeito. Você se encontrará muitas vezes perguntando: “quem é essa pessoa?” “como pode ser a mesma que um dia me fez tão feliz?”. Não se torture mais. Você conheceu uma ilusionista talentosa que não conhece escrúpulos nem limites para tirar de suas vítimas o que mais lhe convém, ainda que para isso tenha que lhe prometer, sem nenhum pudor, um mundo maravilhoso e cor de rosa que, de repente, se transforma num lugar frio, tenebroso e escuro, onde você não significada NADA.
A sociopata narcisista é oportunista na essência. Quando o tempo com você não for mais conveniente ou não servir mais aos seus propósitos, ela dará seu golpe final e desaparecerá. Se seu contato era telefônico, não atenderá mais. Se você insistir de outro número em busca desesperada por uma razão de tudo aquilo, vai humilhá-lo da pior forma possível ou simplesmente dizer que você ligou para o número errado!
Se ela mora com você, vai arrumar as malas e sumir, quer dando-lhe o tratamento do silêncio, quer tendo um ataque de fúria (por culpa sua, é claro) ou com um “combo” de desvalorização mortal, no qual juntará todas as suas técnicas de descarte e soltará sobre sua cabeça como uma pedra gigantesca que vai te esmagar como a uma formiga. Seja como for, ela vai sair de sua vida, sem encerramento, sem explicação, sem nada, deixando para você apenas dúvidas, culpa e muita dor.
E não se iluda, porque mesmo longe ela fará de tudo para sujar seu nome entre aqueles que conhecem o casal. As mentiras e histórias hollywoodianas protagonizadas pela vítima que era “louco” e que “não tinha vida própria” e que “a sufocava” serão contadas repetidas vezes e, não raro, conseguirão uma legião de simpatizantes que se compadecerão de seu “sofrimento”.
Apesar de ser revoltante o sentimento de injustiça, o segredo é não reagir e aguardar. Como não conseguem manter máscaras por muito tempo, rapidamente suas ações passam a depor contra suas palavras e as pessoas, por si só, compreendem quem era a vítima e quem era a vilã. Reagir só vai fazer com que pareça que ela tem razão ao chamá-la de louco. Nesta fase é preciso focar em si e evitar contato com informações sobre essa pessoa que não tinha e jamais terá algo valioso para lhe oferecer. Seu encontro com ela foi uma fatalidade. Aprenda o que puder desta experiência e siga com dignidade. Não insista atrás de explicação e siga em frente, pois se você insistir, pode piorar e muito. A explicação é simples: você se envolveu com uma transtornada mental. Ponto final.
Após o DESCARTE, se ela voltar (E ELA VAI VOLTAR) e você aceita-la de volta, passada a lua de mel, você estará diante do ciclo LAVA, ENXÁGUA, USA, JOGA FORA E REPETE. Até quando ELA não quiser mais. Sim. Elas sempre voltam e o fazem por diversos motivos. Voltam essencialmente para ter certeza que ainda tem controle sobre suas vítimas. Voltam para machucar a vítima atual. Voltam porque têm certeza que você ainda as espera. Voltam porque são obcecadas e veem suas vítimas como posse. Voltam porque perceberam que sua vida foi adiante sem elas e isso é inadmissível. Voltam porque ao vê-lo melhor, percebem-no como fonte nova de suprimento e querem novamente sugá-lo.
Se tiver sido você a deixá-la, fará stalking, o perseguirá prometendo amor eterno, dizendo tudo aquilo que sabe que você deseja ouvir, falará de casamento, filhos e se apresentará em sua melhor versão. Será tudo o que você um dia sonhou. Ela voltará “mudada”. Graças a você ela “entendeu muitas coisas”. Mas se você me perguntar se neste momento ela merece uma segunda chance, lhe digo sem medo de errar: Aceitá-la de volta é voltar à primeira fase sim, aquela maravilhosa da IDEALIZAÇÃO, mas sem esquecer que logo em seguida você deverá enfrentar a DESVALORIZAÇÃO e o DESCARTE, reinserindo-se num ciclo vicioso, mortal e sem fim do qual SOMENTE VOCÊ sairá prejudicado.
Fonte: http://www.contioutra.com/author/lucy-rocha/page/2/
LUCY ROCHA
Advogada, personal coach e fascinada pelo estudo de transtornos de personalidade, administra a página Relações Tóxicas, na qual dá dicas e apoio a pessoas que vivem, viveram ou sobreviveram a uma relação abusiva. Nas horas livres gosta de escrever reflexões sobre a vida e sobre o ser humano.