Será?

Uma das grandes preocupações do adolescente, se não a que mais o faz sofrer são suas diferenças em relação aos outros colegas.

Tudo bem que o fato de viverem as mesmas situações, inerentes a todo e qualquer adolescente, os aproxima e os torna semelhantes, mas não iguais, para o bem de todos.

O problema é que eles não percebem ou não conseguem ver o que há de bom nas diferenças, talvez devido à tamanha preocupação em relação a este “problemão” causador de tanto sofrimento.

É bom ser diferente, inovador e despertar a atenção, pois todos querem perguntar, descobrir, trocar ideias, saber um e outro porquê, mas não quando se trata de adolescentes. Precisam ser iguais, todos eles, sem tirar nem por e com isso surgem as dificuldades, os sofrimentos, as buscas constantes pelo pertencimento.

Ele precisa se enquadrar na maioria, mesmo não aprovando, achando bonito, gostando ou não de seus atos: modos de vestir, locais mais frequentados, linguajar usado e visual.

Será que esta necessidade de ser parecido com os demais colegas é algo consciente? Será que ele, o adolescente, sabe, tem consciência desta sua busca? Ou não? Ele age dessa maneira, mas sem perceber, sem avaliar se vale a pena?

Na tentativa de encontrar uma resposta para estes meus questionamento, que creio eu, são semelhantes aos de outros colegas educadores fiz uma entrevista com 05 (cinco) adolescentes, residentes em locais bem distantes uns dos outros, com padrão social diferente e a resposta foi praticamente igual, para o mesmo questionamento.

Pergunta: Você gosta de ser parecido com seus amigos ou prefere ser diferente?

A1: “Eu gosto de ser diferente, mas todos meus amigos se vestem assim, então eu também visto.”

A2: “Amigo tem que ser igual em tudo.”

A3: “Às vezes eu quero ser diferente, mas acabo desistindo, porque todos iam rir de mim”.

A4: “É bom ser igual, assim não tem discussão.”

A5: “Todos somos diferentes, isto aqui é só a roupa.”

Alguns levaram a pergunta para o lado visual, ao falar de suas roupas; outro frisou que amigo TEM de ser igual; outros acham melhor agir de tal forma, para evitar discussões ou mesmo risos.

Após analisar as respostas ficou claro o valor que o adolescente dá ao visual, sempre quando se fala em diferenças, pois em nenhum momento a pergunta frisou que as diferenças seriam físicas, mas os entrevistados entenderam assim.

Penso eu que o ideal seria conduzir estes adolescentes no sentido de aceitar ou mesmo pensar as diferenças entre eles, considerando outros quesitos como a cultura, entenda-se, os valores e as formas de vida de cada um; as preferências musicais; levá-los a discutir o valor da família; quais profissões pretendem seguir após adultos, ou seja, discutir assuntos que de uma forma ou outra, estão inserido na vida de cada um deles, se não agora, mas com certeza no futuro.

Sônia Maria dos Santos Araújo - Ms. em Educação

O RESPEITAR FAZ BEM!