A mulher de três séculos
A italiana Emma Morano, ao falecer recentemente, aos 117 anos e pouco mais de quatro meses detinha a marca de mais longevo ser humano - ou, nesta época do politicamente correto, sera humana? - em existência.
E de toda a humanidade, Emma alcançara a segunda posição entre os comprovadamente mais vividos na face da Terra, sendo que o primeiro, disparada e disparatadamente coube à cidadã francesa, Jeanne Calment, extinta em 1997 aos 122...
E no entanto, ambas não passam de crianças perto de um Matusalém que a Bíblia sustenta ter vivido 969 anos. Agora, com o recurso do whatsapp, do instagran e doutros artefatos, se chegar aos verificadores da longevidade uma mensagem do Criador, eles vão ter que fazer a devida - que até agora, só duvida - correção. E Noé, que consta ter feito a Arca aos 500 anos vai finalmente entrar na lista dos longevos, no é?
Mas enquanto a msg do Altíssimo não chega pra detonar essas ridículas reinvidicações terráqueas, vamos volta a Emma: nascida ainda nos estertores do século XIX, ela passou incólume todinho o século XX e quase chegou a alcançar a idade da responsbilidade legal do século XXI.
Fosse a Itália um país cordelista, os Cajus e Castanhas da península estariam agora de burras cheias, louvando a existência dessa pra lá de centenária.
Embora pouco se tenha sabido ou publicado da vida de Emma, sabe-se que ela se casou em 1926 e se separou em 1938. O único filho que gerou teve vida brevíssima de seis meses. Já o marido, que era mas deixou de ser o único quando Emma o botou pra fora de casa, por razões ainda pouco ventiladas, viveu até 1978.
E Emma não contraiu novas núpcias, conquanto admitia ter sido cobiçada por muitos declarados ou silentes pretendentes. Mas não cedeu. Já se deu, se não sabes tu, sei lá eu?
O fato é que Emma labutou muito, e de extraordinário da vida levou um século e tanto, em gozo quase perpétuo de boa saúde. Em entrevistas a órgãos de imprensa exaltava a solteirice que passou a gozar como fator essencial para a longevidade.
Ao lado do Criador, agora, poderá manter e quiçá aperfeiçoar esse statu quo. Imortal e casta. Será o quanto basta?