Transexualidade/Transtornos de identidade de gênero (TIG)
"Transexualidade é a sintonia que une feixes de luzes desassociados entre si para ajustar o foco de maneira nítida e real. Não configura uma aberração e nem caracteriza um ser bizarro.
O gênero de uma pessoa é apenas uma condição que não afeta sua alma, seus sentimentos, crenças e tão pouco seu caráter.
O distúrbio do caráter e da personalidade transformam um ser humano em um ser abominável, egoísta, corrupto, cruel, sem princípios morais e sem arrependimentos. Já a definição de gênero, revela um ser antes desajustado e infeliz consigo mesmo em alguém agora em sintonia com sua essência e pronto para viver a vida, sem se esconder e nem mentir para si mesmo." Luiza Gosuen
O termo "transtorno" usado para definir o gênero de uma pessoa considero ser equivocado, apesar de ser um termo até essa data usado de maneira científica, porém considerando a trajetória perturbadora e a difícil confrontação que passa um transexual, esse termo ainda agrava mais o sofrimento dessa pessoa e até pode sugerir para muitos, uma forma de discriminar e até declarar que são pessoas indesejadas ao convívio social. Ao contrário, os profissionais de saúde e grande parte da população, desejam que tenham sua identidade revelada e que vivam como seres humanos completos, livres e realizados.
A Disforia de Gênero ou Transexualidade não é uma anormalidade genética (**) e nem doença mental. É um desejo forte e consciente de estar vivendo numa situação de descontentamento, onde o corpo biológico não está em conformidade com sua identidade mental e emocional, ou seja o corpo físico tem uma identidade de gênero, porém seus desejos e características sexuais se refletem para o sexo oposto. O seu propósito de vida e seu prazer como pessoa está no oposto a tudo que seu corpo biológico apresenta.
Essa manifestação pode ser observada pelos familiares já em tenra idade, mas muitas vezes é ignorada e a criança sofre até castigo dos pais - que não conseguem ou não querem ver e entender - o que a criança está revelando de maneira espontânea. Muitas vezes, essa evidência está nos desenhos feitos pela criança onde ela reflete de maneira muito clara como ela se sente e inclusive como ela se vê fisicamente.
A insatisfação começa desde a maneira de se vestir, modos de se arrumar, pentear os cabelos, preferências por brinquedos específicos, normalmente preferidos pelo sexo oposto e até nos temas de decoração de suas festinhas de aniversário.
(**) As anormalidades genéticas mais comuns são:
Síndrome de Turner é quando a mulher tem uma anomalia genética onde seu cariótipo apresenta apenas com um cromossomo X, ao invés de XX , que é o que caracteriza o sexo feminino. Normalmente, essas mulheres são inférteis, com ovários atrofiados e sem folículos.
Síndrome de Klinefelter é um erro genético onde se tem a presença de um cromossomo X a mais no cariótipo de um homem. Ao invés de XY, que é o que caracteriza o sexo masculino, se apresenta XXY.
Normalmente são inférteis e os testículos são de tamanho reduzido.
Essa decisão importante que a pessoa toma de redefinir seu gênero é um caminho para muitos, cheio de entraves envolvendo familiares, amigos e convívio social. Já para outros que encontram apoio e suporte das pessoas queridas se torna mais encorajador prosseguir com seus desejos, porém não deixará de enfrentar preconceitos vindos da sociedade e obstáculos para enfrentar desde a mudança de nome e novos documentos de identificação até a sonhada redesignação sexual, que é a cirurgia conhecida popularmente como mudança de sexo.
A pessoa ao perceber seu descontentamento com seu gênero - muitas vezes isso já é notado em idade muito jovem, por volta dos 3 a 4 anos - na puberdade começa a utilização de hormônios por conta própria, sem que ninguém saiba e feito de maneira inadequada, sem orientação médica e até fora da idade que se recomenda para não ter problemas futuros, o que deve ser iniciado por volta dos 16 anos. O tratamento hormonal e psiquiátrico adequado, deve seguir um padrão internacional de atendimento nos transtornos de identidade de gênero de acordo com a Associação Profissional Mundial para a Saúde dos Transgêneros.
Já desde 1920, Freud através da Psicogênese estuda a homosexualidade feminina e tenta compreender esse processo através do Complexo de castração e Inveja do pênis, temas que ele já estava desenvolvendo na época.
O que vem comprovar que não é um modismo e sim um fato inerente ao ser humano e uma situação conflitante que sempre existiu, apenas era camuflado ou ignorado e que, atualmente está sendo estudado com mais profundidade entre os profissionais de saúde, bem como entendido e aceito por familiares. Em algumas sociedades, sobretudo as menos informadas, ainda se manifestam com discriminação e preconceito, mas que aos poucos atinge um número maior de pessoas com capacidade de aceitar um transgênero como uma pessoa que tem sentimentos , crenças, estuda, trabalha, tem responsabilidades e cumpre seus deveres como um cidadão que merece ter seus direitos respeitados.
Ainda hoje, homens agridem homosexuais e os transgêneros sem saber que inconscientemente também sentem "inveja" e o desejo de serem penetrados, evidenciando o lado feminino existente no homem, e as mulheres escondem a "inveja" e o desejo de terem um pênis exaltando o lado masculino existente em toda mulher.
A Disforia de gênero quando não reconhecida e tratada, em algum momento poderá ter comprometimento que afeta relacionamentos tanto familiares quanto profissional e também problemas de saúde mental. Estima-se que cerca de 71% das pessoas com disforia de gênero poderão ter algum outro distúrbio como depressão, ansiedade, esquizofrenia, uso de drogas e tentativa de suicídio.
http://luizagosuen.blogspot.com.br/2017/03/transexualidadetranstornos-de.html