A MEDITAÇÃO NOS APROXIMA DE DEUS
Sobre a oração, existe uma antiga definição de certo autor desconhecido : " a oração é a elevação da mente e do coração à Deus." Partindo deste conceito, percebemos que a mente possui relação com o conhecimento e o coração, com os afetos. A plena oração está além das preces que costumamos fazer ou daquelas que observamos nossos irmãos de caminhada praticarem. Recitar rezas, fazer petições e súplicas equivalem à somente metade do mistério da oração. A oração racional é muito importante, mas abre o caminho para uma forma de oração ainda mais profunda, ou seja, aquela que vem da alma, ou melhor, do coração.
Na oração do coração não pedimos ou suplicamos, nem rogamos por Sua Presença. Ao invés, nós apenas aceitamos Sua Presença, que está em nós pelo Espírito Santo, e permanecemos Nela. Na verdade, não sabemos orar como convém, mas o Espírito nos ajuda nessa empreitada (Rom. 8:26).
A oração contemplativa é uma dimensão a que todos nós somos chamados, não somente religiosos, monges ou místicos. Pois todos nós somos convidados ao silêncio, quietude e simplicidade. O silêncio, por exemplo, é uma dádiva que sempre devemos buscar, todavia, o verdadeiro silêncio não precisa da ausência de ruídos externos para se manifestar. Mares tempestuosos não terão vez se estivermos bem guardados nas cavernas entre as rochas. Alcançando verdadeira paz e quietude no íntimo, não haverá angústia por conta do som dos canhões de guerra.
Silenciar é demonstração de sabedoria e humildade, pois não há diálogo se uma das partes não aquietar-se para a outra se expressar. Na meditação, nos silenciamos a fim de que o Espírito Santo fale. Não se trata de estados alterados da consciência, até porque a orientação é a de permanecermos bem atentos, contudo relaxados.
Devemos buscar a comunhão com o Criador, pois temos, em nós mesmos, a centelha divina. Se, de fato, somos Templos do Espírito, nossos corpos são Sagrados (1 COR 6:19).
André Nasser
*LEITURA SUGERIDA: "Prática Diária da Meditação - de Laurence Freeman - Editora Paulus - 1995.