A MATERNIDADE PEDE SOCORRO

A MATERNIDADE PEDE SOCORRO
 
      As Santas Casas de Misericórdia, especialmente em Portugal, tiveram sua origem em hospitais fundados pelos cruzados. Entre elas as Santas Casas de Braga, Évora, Santa Maria da Vitória na Batalha e Proença Velha, entre tantas que ainda hoje servem ao povo de Portugal.
      No Brasil, a primeira Misericórdia foi fundada em 1534, na vila de Santos, por Tomé de Souza. Em 1560, foi fundada a Santa Casa de São Paulo. Durante o período colonial, as Misericórdias, sempre ligadas à Igreja, eram os únicos hospitais existentes nas povoações brasileiras. Em Mogi ela é mais que centenária.
      Em Portugal elas respondem por cerca de 60 º dos serviços médicos e hospitalares prestados pelo estado português e no Brasil esse percentual está próximo de 42 º, segundo a Confederação Brasileira das Santas Casas de Misericórdia. Essa é uma história que está sendo, pouco a pouco, perdida.
      Em Mogi a Santa Casa hospeda a única maternidade pública da região. Serve a uma população de mais de setecentas mil pessoas. Nos últimos vinte anos a população dobrou. Mas o número de leitos e dos recursos necessários para atender à demanda na área de maternidade continua praticamente a mesma. Com esse quadro não admira que volta e meia a Santa Casa de Mogi das Cruzes se veja a braços com problemas sérios, principalmente a superlotação no berçário, com suas terríveis consequências.
     Sem falar que o SUS não paga nem sessenta por cento do custo que tem um parto. Isso talvez explique porque nenhum prefeito da região se aventura a colocar esse tipo de serviço em suas cidades. Fazem belos hospitais, modernos e eficientes, mas nada de maternidade. Além do prejuízo, isso dá muito problema. Junji tentou alguma coisa com o Pró-Parto. Teria sido um bom equipamento e ajudaria muito a minorar esse problema se não tivesse sido feito somente com fins políticos. Deu no que deu. Bertaiolli fez melhor com o Mãe Mogiana. Supriu uma das grandes deficiências encontradas na área, que é o despreparo e as más condições de pré-natal das parturientes, responsáveis pelo nascimento das crianças que lotam as UTIs neonatais. Mas não é suficiente.
     O vereador Chico Bezerra tem razão. É preciso uma nova maternidade na região. A Santa Casa de Mogi das Cruzes não suporta mais, sozinha, essa demanda. Ele é do ramo e sabe o que está falando. Seria bom as autoridades ouvirem o que ele diz.